segunda-feira, 31 de agosto de 2020

SETEMBRO DE 2020 - ANEXO AO JORNAL MENSAL

{ EDIÇÃO COMEMORATIVA: 20 ANOS DA S.B.D.E. }

ALFREDO  CAMPOS   PIMENTA

Caxambu/MG

Idealizador da SBDE, seu 1º Presidente,

também do COSMO e de muitas outras Instituições.

 

O  GENEROSO  BOÊMIO

Leio Jeremias, o Profeta (Deus coloca a palavra na bo­ca do homem).

Volto no tempo, qual Jeremias, há 2.600 anos. Vol­to no tempo e registro a figura extraordinária de um extremado amigo, um grande e velho boêmio.

De repente, ele se torna vivo em meu pensamento, na memória quase apagada -  pois nosso afeto existiu na década 1945/1955, em Caxambu.

Há outro e relevante aspecto: Seresteiro, cantava as mais belas canções, tal como Sílvio Caldas. Só nos encontrávamos durante o dia, já que era impossível segui-lo pela noite.

Noite impenetrável, doce, orvalhada; noite ociosa, densa, triste e melancólica – humilde como ele; noite de lua espledosa, que, solidária, obrigava o grande homem e assegurava-lhe, e ao seu violão, uma imensa paz.

Pela voz rouca do eterno seresteiro, a noite, intransponível, tornava-se radiante e luminosa, a noite do porvir, do andarilho, da sofreguidão – acalentadora noite das mais antigas e tristes valsas.

Não preciso citar seu nome (nem sei se ainda vive), pois será gravado nas estrelas do céu imenso e escuro, escuro e imenso como a noite que atravessava.

Quem puder, ouça-me e me dê crédito. 

Não conto inverdades, mas de sonhos. 

Sonho com meu velho e generoso boêmio, meu terno Amigo, com seu cálido violão. 

 

ANÍSIO LIMA DA SILVA 

Campo Grande / MS

1º Tesoureiro

A JANELA DA SERPENTE

O minúsculo príncipe negro emergiu do abismo, ostentando a coroa acobreada encimada pela inscrição in anima nobili, e carregando na mão esquerda um pergaminho que desfraldou em frente à janela, com os enigmáticos dizeres: de ore tuo te judico.

A pérfida serpente bradou que não saíssem de suas casas, enquanto espalhava seus presságios.

O rato, a formiga, o burro, e até a águia, todos assustados, não despregavam os olhos da grande janela da serpente. Punham-se diariamente a esperar o arauto, enfeitiçados pelo engodo, enquanto a cobra malevolamente contava pilhas de cadáveres enterrados em valas comuns, esquifes enfileirados, o veneno e as falsas lágrimas copiosas misturando-se num cálice de ignomínia.

E assim, meses se passaram, enquanto o diminuto príncipe desfilava seus horrores, reais e imaginários, contados pela serpente.

Mas o XIX príncipe se cansou e voltou para as profundezas do tártaro. A serpente embevecida continuava a disseminar agouros, porém ninguém mais a ouvia.

Tapavam os ouvidos, e todos, até o rato, voltaram ao trabalho. Só o burro, enamorado da serpente, permaneceu em sua teimosia, cabeça baixa, orelhas aguçadas, atento à janela.

 

ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO

Guarapari / ES

Honorário – Diretor de Divulgação

 

O ESPÍRITO SANTO É O RIO DE JANEIRO

SEM TANTOS PROBLEMAS E VIOLÊNCIA

 

É sabido por todos que militam no turismo que o Rio é o destino preferido no Brasil, quer por brasileiros ou estrangeiros, mas bem que o Espírito Santo poderia ser o destino alternativo dos que não querem correr riscos.

Para tanto, tentarei traçar um paralelo entre os dois estados para motivar esta conquista. A capital é linda tal qual. Vitória se não tem o tamanho do Rio, não apresenta tantas favelas e agressões à Mãe Natureza.

Se lá eles têm Niterói para justificar a ponte grande e bela, aqui temos Vila Velha que, além do lindo Convento da Penha, tem a igreja original mais antiga do Brasil, bem ao pé da montanha de pedra, como a Penha de lá.

Num e noutro Estado existem cidades serranas para moradores e turistas se deliciarem. Petrópolis e Teresópolis são duas joias, assim como nossas congêneres Domingos Martins e Santa Teresa, com seus cantos e encantos.

Se os cariocas têm belas praias, Búzios e Cabo Frio como exemplo, os capixabas nada devem com as lindas Guarapari e Iriri, cada uma com seus atrativos, quer seja para jovens como para a melhor idade, com a Cidade Saúde.

Lá impressiona o Dedo de Deus, aqui reina a Pedra Azul, no mesmo estilo e grandeza. Para o turismo religioso, no Rio o ícone é o Corcovado, aqui o Santuário de São José de Anchieta, que reúne outros atrativos.

A lista de comparações poderia crescer, mas este não é o objetivo e sim. motivar mais turistas para conhecerem o Espírito Santo, que fica ao lado, tem tamanho e formato do Estado aproximado, petróleo e praias.

Que poderia faltar para recebermos a mesma quantidade de turistas? Em primeiro lugar, divulgação, quer pelo Governo, como pela população, através das redes sociais que são nacionais.

Em segundo, valorizar o que é nosso. É bem brasileiro primeiro visitar lugares distantes, sem antes conhecer e promover o que é perto e nosso. Falamos mais dos outros do que de nós mesmos.

Como a crise continua, vamos dar prioridade ao que é mais barato, gastando menos e aproveitando mais, indo onde é diferente e novo.

Para contrapor a feijoada carioca, temos a moqueca capixaba!

 

EDUARDO  SOUZA

Rio  Branco / AC - Colaborador

Cirurgião  Dentista  - Natalense - Cinéfilo

 

 O PROCESSO (1962) THE TRIAL - LE PROCÈS

Avaliação do público: 7.9


Baseado num dos livros do escritor Tcheco Franz Kafka, e dirigido pelo genial diretor americano Orson Wells, O PROCESSO, segue pelas trilhas obscuras e muitíssimas vezes inalcançáveis de sistemas jurídicos.

Sob a regência de Wells, o personagem interpretado pelo ator Anthony Perkins (que ficou famoso 02 anos antes, pelo excepcional Psicose (1960 - Psycho - Avaliação: 8.5),   transfere para a tela e de forma angustiante, a inquietude e a impotência de um cidadão comum, que acorda uma manhã com um policial no seu quarto, dizendo que ele está preso, sem explicar o porquê, nem qual a acusação.

O diálogo inicial é surreal e cheio de pequenas armadilhas de linguagem, que desequilibram o raciocínio do nosso protagonista.

Um 2º policial adentra o recinto reforçando a situação absurda, sempre sem expor razões reais para tal abordagem.

Nesse 1º embate, o personagem tenta se defender com a lógica, emite declarações positivas à sua pessoa, mostra documentos pessoais que comprovariam sua boa índole, mas é totalmente ignorado pelos agentes da lei.

O surreal continua, quando o “acusado” procura maneiras mais eficazes de se defender, indo para o óbvio 1º passo, ao procurar um Advogado, na companhia de um parente também incomodado com a situação.

Nessa fase, um cenário de salas, ambientes e escritórios de dimensões gigantescas, emolduram a sensação de pequenez, repassando ao suposto réu uma insegurança que o desarma.

O Advogado que ele consulta, de costumes bizarros e de ininteligível diálogo, não produz a firmeza que ele busca.

Os cenários labirínticos, escadas enormes, passarelas e vielas sombrias, arquivos imensos, jogados ao chão ou em prateleiras sem fim, sinalizam e simbolizam os entraves burocráticos de práticas, legais nem sempre ao alcance do cidadão comum.

O filme não é exatamente linear, mas percebe-se uma metáfora universal na comunicação que ele gera, ao evidenciar incoerências e dúvidas no Judiciário,  muitas vezes, obscuro e suspeito, onde nem sempre é concedido o direito real dos requisitantes.  


  GERALDO  MENEZES  BARBOSA

Juazeiro do Norte/CE

{ Em Memória }

 

RESUMO  BIOGRÁFICO

  

Nasceu em 06.06.1924, na cidade de Crato-CE;  seu pai, José Barbosa dos Santos, era Jornalista.

  Graduou-se em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela CADES-MEC, além de 26 Cursos de Extensão sobre Saúde e Cirurgia Bucal, Previdência Social, Assistência ao Menor, Cidadania, Relações Humanas e para a Vida, Meio Ambiente, Psicologia, Filosofia, Parapsicologia, Hipnodontia, Jornalismo, Rádio e TV, Economia, Política, Direito do Menor, Ação Social.

Foram mais de 60 anos com participação direta no desenvolvimento da cidade de Juazeiro do Norte: 

Vereador e Presidente da Câmara Municipal (1960), quando sancionou o 1º Código de Postura da Cidade; 

60 anos de Jornalismo, quando lançou o jornal Correio do Juazeiro (1949), criando a Associação Juazeirense de Imprensa. 

Jornalista registrado na Associação Cearense de Imprensa, com carteira datada de 1950 e membro da Associação Cearense de Rádio e Televisão. 

Foram 50 anos como Diretor e Professor da Escola Técnica de Comércio de Juazeiro; 

30 anos como Professor de Biologia da Escola Normal, Colégio Moreira de Souza e 06 anos no Colégio Salesiano de Juazeiro do Norte; 

10 anos como Cronista na Rádio Iracema, 05 anos na Rádio Educadora do Cariri e 45 anos na Rádio Progresso de Juazeiro, como sócio fundador, diretor, formador de opinião pública, com crônicas diárias; 

Editor da Revista Memorial; Vários livros escritos sobre História do Juazeiro, Crônicas, Literatura; 

Diretor Secretário da Comissão Pró Eletrificação do Cariri (1950); 

Lutou pela instalação do Aeroporto Regional e abertura da Estrada Barbalha-Unha de Gato, nos anos 50\60; 

Trabalhou para criação do 1º Banco de Sangue e instalação no Hospital São Lucas; Foi sócio proprietário do Hospital Santo Inácio; 

Lutou pela instalação das agências do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica e da Receita Federal;

Fundador da Sociedade de Amparo aos Mendigos (1956), com 40 asilados, assistência social e hospitalar num grande prédio da Rua São José; 

Diretor da Escola Técnica de Comércio (50 anos); 

Criou e instalou a Faculdade de Engenharia de Operação de Juazeiro, com apoio do Governador Adauto Bezerra (1975), hoje Centro de Tecnologia da URCA; 

Criou o Aeroclube de Juazeiro, ainda funcionando, e o Teatro Escola; 

Professor e palestrante do 2º Batalhão de Polícia e do Tiro de Guerra. Recebeu certificado de reconhecimento expedido pelo 4º Exército e Medalha de Ouro do Mérito Militar concedida pela Polícia Militar do Ceará e de várias outras instituições.

Fundador do Lions Clube de Juazeiro (1956), 1º presidente e depois Governador do Distrito de Lions Internacional, empossado nos Estados Unidos e também Orador Oficial do Conselho de Governadores. 

Foi Delegado Regional do Conselho Regional de Odontologia e do Sindicato dos Odontologista do Ceará e Presidente da Comissão do Centenário de Juazeiro (2011).

Membro titular da Academia Cearense de Odontologia, da Academia de Cultura de Lions Internacional, da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores e do Instituto Cultural do Vale Caririense. 

Foram 96 anos de vida, 60 dedicados ao Juazeiro e ao Padre Cícero, seu Protetor – Faleceu em 12.08.2020.


Esta é a nossa merecida homenagem a esse ilustre e honrado Titular, cuja brilhante trajetória nos enche de justo orgulho!

 

JOSÉ ANSELMO CÍCERO DE SÁ

Rio de Janeiro/RJ

Academia de Artes, Ciências e Letras do RJ

{ Cadeira nº 29 - Patrono: Quintino Bocaiúva }

 

AO  ENCONTRO  DO  “MELHOR”

Pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei à porta, se vos abrirá! Porque todo aquele que pede recebe; quem procura, acha, e se abrirá àquele que bate à porta, mas Deus lhe deu, a mais do que ao animal, o desejo incessante do melhor, e é este desejo que o impele à procura dos meios de melhorar sua posição.    (Mateus, Cap. XXV - ESE)

 

SÓCRATES, filósofo grego (470–399 a.C.), nos legou a seguinte mensagem: - Ninguém que saiba ou acredite que haja coisas melhores do que as que fazem, ou que estão ao seu alcance continua a fazê-las, quando conhece a possibilidade de outras coisas melhores.

Quando o ser humano age erroneamente, é porque opta pelo que lhe “pareça o melhor”, conforme a sua óptica, isto porque o seu comportamento está alicerçado em sua própria maneira de perceber a vida.                    

A compreensão do “melhor” depende do desenvolvimento do raciocínio lógico de cada um para cada situação, e se manifesta na criatura através de uma sequência progressiva, onde se leva em conta a maturidade espiritual adquirida em experiências evolutivas através dos tempos.

Todos nós acumulamos informações, instruções, noções em muitos aspectos através das nossas vidas. A princípio passamos a vivenciá-los superficialmente, porém, aos poucos, vamos analisando entre processo de reelaboração, para depois passar a integrá-los em definitivo em nós mesmos, isto é, incorporá-los completamente.

Em “praticar o nosso melhor’ está contido o quanto de amadurecimento conseguimos recolher nas experiências da vida, e também como usamos e interrrelacionamos essas mesmas experiências quando deparamos com fatos e situações no decorrer dos nossos caminhos.

Sempre optamos de acordo com a nossa “gradação evolutiva”, isto porque, somos agora o que de “melhor” poderíamos ser, já que estamos fazendo conforme nossas possibilidades de interpretação, junto aos outros e perante a vida. Podemos dizer que será considerado o nosso melhor’ o que sentimos em profundidade ou experimentando, vivenciando, e não o que lemos, escutamos o que nos ensinam, ou mesmo o que os outros tentam nos mostrar, isto porque, estar na “cabeça” não é o mesmo que estar na “alma inteira”.    

Há ocasiões em que julgamos um ato praticado por uma pessoa como sendo negativo, todavia, para entendermos o que motivou a agir daquela forma, e o porquê do seu padrão comportamental, mister se faz atingirmos o âmago dessa pessoa e observarmos, dentre outras coisas, como ela foi educada, quais foram os valores que recebeu na infância, e o meio social em que cresceu.  

É evidente que o nosso “melhor” de hoje possa vir a sofrer profundas alterações amanhã, isto porque a própria evolução é um processo que nos incita sempre ao “melhor”, pois é propósito do Universo nos fazer progredir cada vez mais para nos aproximar da sabedoria plena.

A natureza humana tende sempre a compensar as suas faltas e insuficiências. Cientificamente consta que todo organismo está buscando se atualizar, ou suprir, pois quando gasta energia a necessidade de recompor esta carência energética, expressando-se em algumas ocasiões com as sensações de fome e de sede. 

Podemos observar que essa força que busca nos melhorar, ou mesmo nos contrabalancear, é como se fosse uma “alavanca poderosa” que tende sempre a nos atualizar, mantendo-nos no melhor equilíbrio possível.

Assim quando, por exemplo, um pulmão deixa de funcionar, o outro pulmão faz a função de ambos, podendo isto também ocorrer com o nosso rim. Em outros casos, essa força interna tenta reparar os deficientes visuais e auditivos, compensando-os com maior percepção, sensibilidade e tato. Por outro lado, estruturas ósseas fraturadas se recompõem e se solidificam mais fortemente no local exato onde houve a lesão.

Por outro lado, observamos que o nosso sistema imunológico, que é essa mesma força de ação, exerce grande influência sobre o organismo para mantê-lo no seu melhor desempenho, conservando a própria subsistência orgânica, através de mecanismos de autodefesa, com que elimina todos e quaisquer elementos estranhos que possam vir a comprometê-lo.   

Também sob o aspecto psicológico, esse fenômeno ocorre para que todos nós possamos nos ajustar diante da vida, de acordo com o nosso “melhor”.

Ninguém consegue agir de modo diferente do que assimilou como certo ou favorável, porque todo o nosso propósito é fundamentalmente bom com o nosso “melhor”. 

A intenção dos seres humanos se baseia no conjunto de bens morais e intelectuais, de capacidades e habilidades próprias, porém, os meios de execução pelos quais eles atuam são sempre questionáveis, pois outros indivíduos, nas mesmas situações, tomaram medidas diferentes, baseadas no seu “estágio evolutivo”.    

Ainda discorrendo sobre esta questão, é imprescindível dizer que, quando estamos fazendo o nosso “melhor”, agimos de acordo com o que sabemos nesse exato momento e, dessa forma, a “Providência Divina” estará nos protegendo.

Todavia, quando propositadamente não correspondemos com atos e atitudes ao nosso grau de justiça e conhecimento, passamos a não mais receber “condescendência espiritual” visto que transgredimos os limites das leis naturais que nos amparam e sustentam.   

O Apóstolo PEDRO escreveu que: “Deus julga a cada um de acordo com suas obras”. Tal frase pode ser interpretada como a certeza de sermos avaliados pelo “Poder Divino”, segundo nossa capacidade de escolha, isto é, levando-se em conta nosso conjunto de funções mentais e espirituais, bem como nossa aptidão racional de fazer, de decidir, analisar e tomar direções.

As nossas “obras”, as quais são enunciadas pelo Apóstolo Pedro no texto Evangélico, não são edifícios de alvenaria, perecíveis e passageiros, mas sim, as nossas construções íntimas – o “maior potencial” que já conquistamos ou conseguimos atingir, em todos os sentidos da nossa vida.  

Isto equivale a dizer que encontraremos no nosso “MELHOR” sempre o ponto chave na apreciação e no cálculo da “Contabilidade Divina”, ao registrar se “obteremos o que pedimos” , ”se acharemos o que buscamos”  e  se  “as portas se abrirão ou se fecharão para nós” .

 

IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO

Belo Horizonte / MG

Presidente Coordenadora da AJEB–MG

{Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil}

 

Obs.: Apresentação de sua obra na série

“CHÁ & POESIA COM ELAS”

https://youtu.be/2PQnNCuJ0ug


 

JOSÉ HENRIQUE GOMES GONDIM

Natal/RN

Tesoureiro Geral da SBDE

QUANDO EU NÃO MAIS EXISTIR...

Quando eu não mais existir,

Colha flores no jardim;

Eu perfumarei aquelas tocadas por ti.

 

Quando eu não mais existir,

Sente a noite;

Eu serei a brisa que irá penetrar tua alma.

 

Quando eu não mais existir,

Dança na chuva;

Eu serei os pingos que irão deslizar pelo teu rosto.

 

Quando eu não mais existir,

Contempla as estrelas;

Uma delas serei eu pra te desejar boa noite.

 

Quando eu não mais existir,

Banha-te no lago,

E me vejas no teu reflexo sobre a água.

 

Quando eu não mais existir,

Procura-me em ti mesma;

Eu sempre estarei nos teus pensamentos.

 

Quando eu não mais existir,

Descansa nos campos;

Eu serei o pássaro que cantara nossa música.

 

Quando eu não mais existir,

Caminha pelas estradas do infinito;

Eu lá estarei te servindo de guia.

 

Quando eu não mais existir,

Mergulha nas águas do mar;

Eu serei as ondas que virão ao teu encontro molhar teu corpo.

 

Quando eu não mais existir,

Fecha os olhos nas tuas orações;

Eu serei a tua fé.

 

Quando eu não mais existir,

Simplesmente, abra a gaveta de tua cabeceira,

E me encontrarás nestas palavras que eu te escrevi.

 


LUIZ MANOEL DE FREITAS

Natal / RN

Superintendente  Técnico  do  Projeto  Reviver

( Instituição Parceira )

                      www.reviver2003.blogspot.com

 

A  ESPERANÇA  

A esperança não nos falta,

Ela encerra as nossas pálpebras,

E as abrem

Ao surgir o amanhecer.

 

Nos conduz na harmonia,

Revigora a Poesia,

Supera a dor,

Traz alegria,

Não nos deixa esmorecer.

 

Reacende a confiança,

Com Deus mantém aliança,

Pois vem Dele essa força

Que chamamos esperança!

 

MAURO CRUZ

Juiz de Fora/MG

Vice-Presidente da SBDE   {DMD, MSc, PhD}

A FLORZINHA DO IPÊ  (*)

Em uma florestazinha,

De cor verde azulada,

Havia uma florzinha,

Muito linda e delicada!

 

Ser grande era o seu sonho,

Pois ao seu lado havia

Um Ipê enorme e risonho,

Que também lhe protegia.

 

Pensava, então, todo dia:

Como depressa crescer,

Pra com ele parecer?

Mas... o tempo, não corria!

 

Enquanto isso brincava,

Sorria e se divertia!

O tempo... lento... passava...

E, aos poucos, ela crescia.

 

Com os anos se sucedendo,

E a natureza cuidando,

A florzinha foi crescendo...

E também se transformando.

 

Viu seus galhinhos felizes,

Se tornarem colossais,

Viu seu tronco e raízes,

Suportarem vendavais.

 

Aqueles ramos fininhos,

Agora grandes e fortes,

Abrigavam passarinhos,

Que chegavam em coortes.

 

A muitos, deu seus abrigos,

Pássaros e também bichinhos...

Eram todos seus amigos,

Protegidos em seus ninhos.

 

Um dia, percebeu ela -

Isso foi um grande achado -

Que havia, então, se tornado,

Uma árvore grande e bela!

 

Era uma árvore feliz,

Naquela linda floresta!

Foi como a florzinha quis,

Sua vida sempre em festa!

 

Tão linda, foi premiada,

Com um prêmio que vale mil,

E por todos é chamada,

A Florzinha do Brasil!

(*)Tabebuia, popularmente  conhecido como ipê, paud’arco, peúva, ipé, ipeúna ou paratudo,  é o gênero neotropical mais comum da Família Bignoniaceae. Em 1978, a lei 6.507 oficializou a Flor do Ipê como a Flor Nacional do Brasil e  o Pau-brasil (caesalpinia echinata) como a Árvore Nacional do Brasil.

NELSON RUBENS MENDES LORETTO

Gravatá / PE

1º Secretário

 

FALANDO, AGES!  (*)


Se grandes problemas te assinalam a vida, não consideres por infantilidade o sofrimento dos outros.  Falando, ages.

Onde possas auxiliar, oferece o apoio da oração.

No trato de terra em que não se te faça possível o cultivo do bem, não plantes o mal.

Não destruas onde não consegues reconstruir.

Guardas, talvez, com simpatia as alegações dos acusadores, mas não te esqueças de que Deus ouve o choro dos acusados que são também teus irmãos.

Se foste mutilado e já te movimentas com o apoio de pernas mecânicas ou sem elas, não menosprezes a mágoa de alguém que se queixa de uma unha encravada.  Toda dificuldade é importante.

Qualquer dor se reveste de significação que precisamos compreender.

Ouve os cansados e os tristes, os desorientados e os doentes, erguendo-lhes a fé com a força da bondade e da esperança.

Ainda mesmo para aquele companheiro que te pareça perdido, endereça as tuas melhores palavras de paz e amor, porque talvez seja esse que, pelas experiências sofridas, no dia de tua provação ou de tua dor, com mais segurança, te abençoará e te auxiliará     Pensa nisso!      

(*)  Irma de Castro - Meimei

  

PAULO JOSÉ MORAES DA SILVA

Maceió / AL

Professor Aposentado da UFAL


 

CONSIDERAÇÕES SOBRE A SBDE


Sem fins lucrativos, esta Sociedade tem por objetivo incentivar as Letras e divulgá-las, oferecendo oportunidade aos Cirurgiões Dentistas que se dedicam às atividades da escrita científica ou não, encontrando acolhimento para sua vocação literária entre os pares de ofício e arte, e nas Comunidades em geral.

Dentistas Escritores de literatura não-científica, podem aderir a esse grupo que, há 20 anos, divulga os trabalhos de autores associados, e promove encontros onde os membros compartilham o talento literário.

A maioria dos escritores membros da SBDE tem livros autorais publicados, somando em seu conjunto centenas e centenas de publicações.

Fundada em 20 de setembro de 2000, a Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores – SBDE – nasceu na belíssima cidadezinha de Caxambu, no sul do Estado de Minas Gerais e teve como seu idealizador e 1º Presidente o Prof. Dr. Alfredo Campos Pimenta, e Presidente de Honra o Prof. Dr. José Roberto de Melo/PE, em memória.

Hoje, temos como Presidente o abnegado Prof. Dr. Rubens Barros Azevedo, carioca, mas residente em Natal/RN há 21 anos, sendo também o editor do jornal mensal, desde 2004 e do anexado blogue.

A Instituição tem representantes – Titulares e Honorários - na maior parte dos Estados brasileiros

Podem tornar-se membros da SBDE todos os Dentistas, de qualquer especialidade, mediante simples indicação por um Titular, bastando que sejam escritores de literatura científica, ou qualquer gênero literário (romance, crônica, conto, poesia, ensaios etc.).

A solicitação será aprovada mediante análise da Diretoria, e eles passam a contribuir financeiramente com uma anuidade de pequeno valor.

Vale salientar a importância que a Entidade tem para as comunidades em geral e para os Dentistas que têm como atividade paralela à profissão, a escrita, a arte, a música e a fotografia.

Sabemos que há muitos colegas que escrevem, mas não gostam de exibir seu talento, então a Instituição estimula a todos que têm esse perfil, interagindo com a cultura.

A Diretoria da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores tem mandato de três anos, podendo ser reeleita; essa eleição se dá durante o COSMO - Congresso Sul Mineiro de Odontologia - que a cada biênio é promovido (o próximo será, como sempre acontece, no último final de semana de setembro, portanto, de 23 a 25.09.2021.

Estatutariamente, a sede da SBDE é itinerante, de acordo com o Estado em que seu Presidente reside.

É muito gratificante participar desse grupo seleto de colegas espalhados pelo Brasil!!!


THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES

Rio de Janeiro / RJ

Diretor do Museu Odontológico Salles Cunha – ABO/RJ

 

PETER THOMAS

 

Cirurgião Dentista americano da Temple University, School of Dentistry, Pensilvania, Filadelfia/EUA, esteve no Brasil em torno de 1965.

Seu curso sobre Reabilitação Oclusal deu-lhe reconhecimento ímpar na profissão.

Tornou-se conhecido também como o Dentista das estrelas do cinema americano, pois tinha clínica em Holywood.

O maior foco de seus estudos era a articulação temporomandibular. Documentação completa de seu material de estudo pode ser encontrada hoje nos arquivos do Museu de Odontologia Salles Cunha, da ABORJ, a saber:   Separatas:

1  1 Peter K. Thomas - Conceito da relação dente a dente, cúspide a fossa. Tradução de Solon Galvão Filho – Natal/RN, 1965;            2 - Full mouth waxing technic for reabilitation tooth to tooth - cuspid fossa concept;

3 - Harvey Stallard e Charles Stuart - Concepts of occlusion;

4 - C. Stuart - Accuracy in measuring functional dimensions and relations in oral prosthesis;

5 - C. Stuart and H. Stallard - Diagnosis and treatment of occlusal relations of the teeth;

Farta documentação em forma de apostilas era a base teórica do curso, com os autores seguintes:

Charles E. Stuart -  Why dental restorations should have cusps;

Charles Stuart e Harvey Stallard -  Why an axis?;

Charles Stuart — Good occlusion for natural teeth.

Apostilas: Charles Stuart: Notes don the determinants of occlusion;  Occlusal adjustments  - Notes on centric relation

Observação: Impresso

Academia Brasileira de Prótese Dental

CONCEITO DA RELAÇÃO DENTE A DENTE, CÚSPIDE, FOSSA

Técnica de enceramento de arcos completos - Peter K. Thomas

Tradução de Solon Galvão Filho, C.D.

Imprensa Universitária do Rio Grande do Norte, Natal/RN - 1965

Um macro modelo de gesso das arcadas dentárias também faz parte do acervo.