segunda-feira, 1 de junho de 2020

JUNHO DE 2020 - ANEXO DO JORNAL MENSAL


ANÍSIO LIMA DA SILVA
Campo Grande/MS
Professor da UFMS

O HORROR NOS TEMPOS DO CORONA

        Encastelada no seu poder e cofiando o bigode bem aparado, a Soberbia observou a multidão que começava a se aglomerar na praça imensa.
Sorriu com desdém, a calva reluzente. Gente humilde, honestos trabalhadores, comerciantes, misturavam-se a escroques, estelionatários e todo tipo de escória humana, numa massa bizarra e infame.
Suspensa no centro da praça, uma pequena Coroa tremeluzente emitia fulgurantes raios multicores, guardada por dezenove anjos com espadas flamígeras na mão direita.
E então, como num passe de mágica, a Soberbia viu-se no meio da turba. Atônita e acostumada a julgar com seus modos empoados e queixo empinado, inquiriu indignada a cor cinzenta e o frio que desrespeitava sua toga esvoaçante. Imediatamente convocou a Arrogância, uniforme ornado com muitas estrelas, impecável no brilho do coturno e solicitou com formalidade que lhe dispensasse devida vênia e a conduzisse através do povaréu.
A Arrogância não lhe deu a menor atenção, preocupada que estava em manter sua própria autoridade.
A Falsidade, político outrora influente, havia alcançado um pequeno patamar e discursava frenética e entusiasticamente para a multidão, instando-a a se dispersar.
À Soberbia e à Arrogância juntaram-se a Ira e a Vaidade, formosas senhoritas impecavelmente vestidas e de aparência austera, ostentando distintivos brilhantes na lapela, e avançaram. Ambas tentaram abrir caminho para o seleto grupo, empurrando e tentando separar os que estavam à sua frente, mas para ódio de uma e espanto de outra, sequer foram notadas.
Avareza, velho senhor de olhar sorrateiro e humildade falsa, ofereceu um punhado de moedas de ouro aos dezenove guardiões alados da Coroa, mas foi ignorado.
Personagens com longas vestimentas brancas, azuis ou esverdeadas, rostos cobertos por máscaras, viseiras protegendo os olhos assustados, engrossavam pouco a pouco o estranho cortejo.
Uma dessas figuras, Hipócritas, na qual a Soberba reconheceu o afilhado, procurava convencer os demais de sua sabedoria e inteligência.
Pastores paramentados com turbantes e solidéus, compridas vestes negras e cajados encimados por símbolos triangulares, queimavam incenso circulando pela multidão, pregando com vozes abafadas.
A Soberbia e seus companheiros, revestidos de importâncias, tentaram avançar dispersando a multidão, acostumados que estavam ao respeito incontestável de suas vontades caprichosas. Mas foram bruscamente contidos pela luz que emanava da Coroa, e ameaçados pelas espadas dos guardiões.
Atônitos e indignados a Soberbia, a Ira e a Arrogância imediatamente sacaram livros com regras e códigos e os mostraram, exigindo o respeito e a deferência de que julgavam merecedores.
Foram ironicamente desprezados, enquanto a Avareza sorria com cinismo. O vento soprou mais frio e desarrumou os longos e sedosos cabelos da Vaidade. A Soberbia, tentando se proteger sob o manto negro, e a Falsidade convocada às pressas, ainda tentaram argumentações, mas suas vozes estavam cada vez mais roucas.
Então a pequena Coroa iridescente mostrou todo o seu horror.

ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO
Guarapari/ES
Especialista em Marketing (PUC)
Master Business Administration (FGV)
Administrador (Universidade Mackenzie)
Honorário – Diretor de Divulgação  

ALGO BOM PRECISARÁ FICAR DESTA PANDEMIA
QUE ESTAMOS VIVENDO!

   Com quase todo mundo usando máscaras, ficou difícil reconhecer quem conhecemos, para cumprimentar.
Estou adotando algo, que parece interessante: na dúvida cumprimento a todos e sou correspondido.
   Este hábito simples me fez lembrar as cidades do interior no século passado, quando se cumprimentava a todos.
   Nas cidades grandes, o lugar em que ainda persevera é o elevador, com a tendência de viver em edifícios.
    Muitas amizades daí surgiram, até casamentos. O hábito de cumprimentar nos faz mais sociáveis e avalia a educação recebida.    
  Mas qual vantagem teríamos em cumprimentar a todos, perguntariam os mais objetivos e práticos?
    Este simples gesto, dá a ideia de que fomos bem educados, dando impressão de sermos mais felizes e facilitando a conversa. Assim conheceríamos pessoas que no meio desta crise, poderíamos ajudar e por que não, ser ajudados.
   Esta será a grande necessidade pós pandemia, já que a única certeza é que estaremos piores do que antes.
  Muitos perderão os empregos e não será fácil conseguir outros, mesmo que se sujeitando a salários menores.
 Outros sobreviverão com bicos em pequenos serviços eventuais, assim como muitos se manterão vendendo alguma coisa, inclusive aquelas que conquistaram na fase boa e agora precisarão se desfazer para sobreviver.
   Para conseguirmos superar esta nova situação, precisaremos facilidade de comunicação, que muitos não terão praticado durante a pandemia.
   Como pelo isolamento social, muitos perderam o hábito da boa conversa, ficando mais na TV e notebook, cumprimentar é bom começo e pretexto.
   Seria a certeza do fim da pandemia, ver gente nas ruas, praticando o tão desejado convívio social, contraponto do isolamento social. Comece a praticar!
   Bom dia, boa tarde, boa noite, com alegria! Vida que segue!

EDUARDO  SOUZA
Rio  Branco/AC - Colaborador
Cirurgião  Dentista  - Natalense - Cinéfilo

O  FEITIÇO  DE  ÁQUILA
(1985)  Ladyhawke – Avaliação do púbico: 7.0
   
   Um romance-fantasia com direito a cavaleiros intrépidos, outros nem tanto, um “rato” com aplicados dotes cleptomaníacos, religiosos em conflitos humanitários com a Igreja e seus fiéis, um cenário espetacular, com belos castelos e pradarias sem fim, e claro, um mocinho convincente montando um magnífico alazão negro de nome Goliath.
  Ambientado na Idade Média, quando fé e lendas se misturavam, e muitas vezes turvavam ideias e crenças. Numa época anterior, o cavaleiro andante naquelas paragens, se enamorara com uma fidalga da corte, mas seu amor foi interrompido bruscamente por uma maldição, ditada por um famigerado bispo local, que também almejava o amor da mesma mulher, mas como não era correspondido, juntou-se a sinistras forças ocultas, e lançou uma praga sobrenatural, para impedir a união da nobre com quem quer que seja, já que ele não tinha o seu consentimento, ninguém teria.
   O infortúnio determinava que os amantes nunca estariam ao alcance um do outro, na forma humana.
   Enquanto houvesse noite e dia, eles se revezariam: durante o dia, o cavaleiro sempre estava na forma humana, mas carregava sua amada na forma de um falcão; à noite, ela voltava a forma humana, mas ele se transformava num lobo negro.
   No meio de toda essa angústia, acontecimentos paralelos permeiam a narrativa, como coadjuvantes que ajudariam a interromper essa infelicidade.
  Um padre aposentado, com um passado de pecados e infrações, se junta a um, literalmente, ladrãozinho barato, e descobrem como quebrar a sina de mau agouro suportada pelos enamorados.
   Um fenômeno astronômico invade a tela, decretando um comovente e afetivo desenlace.
      A aventura está armada, entrando em curso ideais de honra e justiça, numa película de magia e entretenimento, como só o cinema poderia proporcionar, irradiando alegria e satisfação nos personagens, e por associação, nos espectadores, que saem da sala de projeções com uma fabulosa alegoria para comentar e apreciar numa sessão da tarde, ou qualquer outra reunião familiar.
   Rutger Hauer, Michelle Pffeifer e, aos 23 anos, um promissor Matthew Broderick, dominam a tela com desempenhos brilhantes, e tornam o filme inesquecível!

IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO
Belo Horizonte/MG
 Academia Feminina Mineira de Letras
Presidente-Coordenadora da AJEB/MG
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil

REFLETIR

Momentos sós, refletimos
Encontramos a plenitude interior
Aprendermos a amar
Não ao impenetrável
Egoístas no casulo

Libertos das prisões internas
Livres para eclodir
A chama interna
Do nosso valor
Sobrevivendo...

Evoluindo assim...
Saindo de si, do seu Ego
Conquistando o amor liberto
A felicidade interior
A paz profunda!

 LUIZ  MANOEL  DE  FREITAS
Natal/RN
Idealizador  /  Superintendente  Técnico  do
PROJETO  REVIVER (Parceiro da SBDE)

EU

Eu sou eu...
E com meu eu me assemelho,
no meu espelho me vejo por inteiro.
Sou companheiro e com desvelo
do meu eu cuido, não há descuido,
no travesseiro durmo sem pesadelo.

No meu eu intrínseco, eu...
Eu, vejo Deus na minha consciência,
e sem tormenta eu vou seguindo,
jamais de meu eu fugindo.

É do meu eu que saem os sentimentos,
meu eu enfrento pelo meu eu, transpiro amor
que vou doando e espalhando
no meu caminho, e é do meu eu
que sinto saindo toda emoção.

Sou triunfante e ao semelhante sigo amando,
pela estrada eu vou somando, e no coração
eu vou guardando cada perdão que vou pedindo,
Já que perdão vou  distribuindo e meu eu se redimindo,
enquanto o meu espelho está refletindo: gratidão.

MAILSON FURTADO VIANA
Varjota/CE
Honorário
Vencedor do 60º Prêmio Jabuti/2018

POEMA
a lua hoje distante e precisa
é o reflexo do botão da camisa -
cópia sem graça da luz incolor
da lâmpada suspensa neste quarto

por tal noite migalho companhia
sem cerveja conversa ou poesia
somente o passar sem pressa do tempo
num atropelar vazio - um hiato

e nesta noite sem luz de cidades
faz-se a vida comprimida a paredes
amarrado em desejos ainda estou.
amanhã – dia novo me desato.

NELSON RUBENS MENDES LORETTO
Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE 
1º Secretário da SBDE

FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM
        
   Nunca a vida nos requisitou tanto a lição do bom samaritano como nestes tempos de pandemia.
   A prática da caridade, esse aspecto dinâmico do amor, ou o amor em movimento.
  Caridade no pensar, diante desse tiroteio de informações verdadeiras e falsas (as famosas fake news); caridade no falar (e no postar mensagens) com zelo e responsabilidade na repercussão que possa ter nas mentes e nos corações; caridade no agir, presencial ou a distância, mas elevado à grandeza do amor Divino para atender o homem em suas necessidades espirituais e materiais.
  Fazer o bem pelo bem, desinteressadamente, de forma incondicional, desde uma pequena oração até o depósito material de valores em favor de necessitados.
    O momento e a situação requerem mudança de atitude.
    Somos o que fizemos; seremos o que fizermos.
   Clara sinalização para a vida futura que nos aguarda; sinal de alerta para um passado que nos trouxe até este resgate doloroso.   Pense nisso!

PAULO JOSÉ MORAES DA SILVA
Maceió/AL
Professor de Cirurgia - Aposentado da UFAL
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CORONAVÍRUS
     Estamos diante de uma Pandemia iniciada em Wuhan na China, e que atingiu o mundo.
Na verdade, nos pegou de surpresa pelo fato de não sabermos diagnosticar, como evoluir a doença e nem tampouco tratar.
      As notícias são muito contraditórias como até hoje. Com a contaminação acelerada na Europa, com muitas mortes, as medidas foram tomando vulto, um tanto ou quanto radicais, com o isolamento de todos.        
        O Ministério da Saúde exigiu que fiquemos em casa, no sofá, quietinhos com a família. As escolas devem permanecer fechadas, como as repartições públicas e o comércio.
        O problema é que existe um grupo para o qual costuma ser especialmente complicado como, por exemplo, a área de saúde, realmente precisa ficar no front, e passar por uma prova de fogo, arriscando a própria vida, tal como nos hospitais, postos de saúde e consultórios.
Será uma fase de muitas perdas financeiras, bem como não saber até quando a sonhada curva comece a ficar achatada e que tudo fique normal.
As pessoas que saem às ruas para qualquer necessidade, como supermercados, farmácias e o próprio trabalho possam se contaminar e,  ao voltar para casa, devem ter o máximo cuidado porque podem promover a disseminação fácil aos idosos e portadores de doenças crônicas como a diabetes, hipertensão, cardiopatias e contribuir para muitas mortes.
As grandes armas contra o coronavírus são: a higiene das mãos,  de embrulhos e a etiqueta respiratória.
        A questão não é só individual, é principalmente coletiva. A faixa etária dos jovens está sendo poupada, mas eles precisam entender que têm um papel na disseminação do vírus, porque podem transmiti-lo a pessoas dos grupos de risco. Por isso, os jovens devem evitar se contaminar e devem evitar transmitir.
São indivíduos que socializam muito, e as medidas necessárias mexem com a cultura e o comportamento, mas a adesão deles é fundamental. Temos de conversar o máximo com os mais jovens pela sua energia potencial, porque não sabemos quanto tempo vamos passar nesse isolamento.
Já se passaram várias semanas nesse confinamento, criando certos embaraços nas tarefas caseiras como varrer, passar o pano no chão e lavar louças. Para muitos uma verdadeira odisseia, pela falta de costume ao realizar tais tarefas no dia a dia.
De acordo com alguns estudiosos no assunto de isolamento, o ideal é se sentir útil nessa fase tão difícil para todos nós. Nós, mais idosos, temos de conversar sobre a possibilidade de encararmos essa situação como um ato de sacrifício e solidariedade, e que poderia ser muito pior.
Ficar em casa “sem fazer nada”. O que pode parecer um sonho para alguns, se tornou o pesadelo para milhões de pessoas desde o início do surto de COVID-19. 
       Desde que as autoridades chinesas decidiram colocar a região de Wuhan em quarentena, várias cidades e até países inteiros decidiram que a melhor maneira de impedir a propagação do vírus era forçar as pessoas a ficarem em casa.
Na China, as autoridades vigiam de perto quem desrespeita as regras, enquanto na Itália a imposição de uma multa de € 206 e o risco de até três meses de prisão foi a solução encontrada para manter a população em seus domicílios. O governo italiano autoriza deixar as residências apenas para comprar comida, ir à farmácia ou trabalhar, quando indispensável.
No entanto, se o confinamento é usado como uma forma de conter o vírus, a medida também pode ter um impacto social e psicológico nocivo.
Na China, por exemplo, as autoridades registraram um aumento nos índices de violência doméstica nas regiões onde as pessoas foram proibidas de sair de casa. O número de casos de divórcio também está em alta no país.
Quando estamos confinados, perdemos a nossa rotina, reduzimos a nossa atividade física e, em caso de quarentena, as pessoas podem ser vítimas de estresse pós-traumático, irritabilidade, angústia e insônia, explica Chee Ng, professor de psiquiatria da Universidade de Melbourne e colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O confinamento gera um sentimento de incerteza, de tédio e de solidão, E quanto mais longo, mais importantes são as repercussões na saúde mental, analisa.
Estudos mostram que a solidão provocada pela falta de vida social também pode provocar uma elevação no organismo nos índices de cortisol, o hormônio do estresse, e que esse aumento também representa um risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sem esquecer a depressão e a obesidade.
Com mais de 50 milhões de pessoas confinadas, desde 23 de janeiro, na província de Hubei, a China se tornou um exemplo flagrante dos efeitos do isolamento físico na saúde mental.
O país tem visto uma explosão de pedidos de consultas com psicólogos. Os moradores procuram ajuda por terem medo de serem contaminadas com o COVID19, também por enfrentarem a solidão da quarentena.
Para completar, a China sofre com um déficit de profissionais qualificados para o tratamento da saúde mental. O país conta com pouco mais de 02 psiquiatras para cada 100 mil habitantes, de acordo com dados da OMS.
Além disso, ao contrário do que pode se pensar, estar conectado via internet não significa necessariamente que o isolamento é menor.
Poderíamos imaginar que o acesso às redes sociais ajudaria a sentirmos menos sozinhos durante a crise, no entanto, as pessoas confinadas têm acesso a um volume muito grande de notícias que nem sempre não verdadeiras. E ainda não sabemos ainda se todas essas informações podem agravar ou não o impacto psicológico do confinamento, alerta o professor Chee Ng.
Esse fluxo de informações que provocou ansiedade ganhou até um nome da OMS: Infodemia!!! E, como ressalta o professor de psiquiatria da Universidade de Melborne, durante a epidemia de SRAS, em 2003, as redes sociais ainda eram balbuciantes, o que faz da pandemia de COVID-19 um fenômeno inédito, cujas consequências podem ser brutais e devastadoras para a Economia e para a saúde mental da população.
Já Hamza Esmili (sociólogo francês), acredita que obviamente o confinamento é necessário para frear a pandemia atual, no entanto, ele vê que a ideia de confinamento cria uma plêiade de pressupostos que não correspondem à realidade da população nos bairros mais pobres.
O confinamento é um conceito burguês, segundo ele! A ideia de que todos tenhamos uma casa separada, denota realmente um conceito burguês, no qual possamos nos refugiar quando há uma pandemia ou um desastre natural. Mas, nos bairros pobres, não se vê nada disso. Existe uma realidade rodeada de condições insalubres como, por exemplo, casas em que vivem quatro, cinco pessoas por cômodo; há também moradias que não são habitáveis, onde não é possível ficar ali o dia inteiro porque o espaço não existe.
No nosso Brasil, onde a famosa curva ainda não achatou, observamos uma falta de sintonia entre o governo federal, governo estadual e os prefeitos, cada um com seu pensamento, como se cada um fosse um país, sem contar com os desencontros de informações.
Cada dia que passa vemos o número de infectados aumentando como também o número de óbitos. Na verdade, contamos com governos incapazes que não sabem gerenciar a crise, mudam de estratégias e opinião constantemente e, com isso, tem custado muitas vidas.
E concluindo nossa escrita, penso que se DEUS estiver pensando em acabar com tudo outra vez para começar de novo. ao invés de profetas malucos, redentores ingênuos, nos mande governadores competentes, políticos honestos e magistrados imparciais, e que nos livre de tantas notícias nefastas, mentirosas que confundem nossa cabeça.
Vamos ter Fé e resignação, pois sabemos que somos como cristais, frágeis demais e que, em alguns momentos, perdemos nosso senso de equilíbrio, mas se cremos em Jesus como único Salvador toda essa tempestade passará!!!

THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES
Rio de Janeiro/RJ
Diretor do Museu Salles Cunha, da ABO/RJ

RIBEIRO  FILHO

        Apresentação
O Professor Ribeiro Filho, natural de Minas Gerais, foi um personagem interessante na comunidade odontológica, pelo fato de não ter trabalhos publicados, mas sim, pela inspiração de suas palavras em memoráveis discursos.
Suas palavras traziam as referências ao aprendizado dos cursos de humanidades que formavam as personalidades dos alunos de sua época, início de 1900.
Seu pai, o Dr. Ribeiro, era conhecido e respeitado pela Medicina de âmbito geral, que caracterizava o início do século XX. Era um excelente literato, exigente ao extremo, legando aos seus oito filhos a instrução primorosa de um lugar histórico como foi São João d’el Rei.
O falecimento do Dr. Ribeiro trouxe a família para o Rio de Janeiro. Já formado em Odontologia, Ribeiro Filho estabeleceu o consultório no centro da cidade.
Começou sua vida de Professor em torno de 1935, na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói. Esta Faculdade, cuja fundação é de 1912, é a célula inicial da criação da hoje, Universidade Federal Fluminense.
Em torno de 1943, associou-se à nova instituição odontológica recentemente criada, a Associação Brasileira de Odontologia. Nesta, havia uma diretoria provisória destinada a estabelecer o seu funcionamento e os necessários estatutos.
Com a dissolução dessas diretorias, em 1946, Ribeiro da Silva Filho assumiu a presidência até 1947, quando a associação já estava perfeitamente organizada, mas ocupando sedes provisórias.
A sede atual, a definitiva, foi construída com muito sacrifício, mas foi inaugurada em maio de 1983.
Dos diversos ex-presidentes, apenas ele estava vivo, mas com a saúde abalada. Coube a ele a honra de receber a Chave Simbólica no dia da inauguração, que lhe foi entregue pelo Dr. Edgard da Cruz Ferreira, o Dentista que deflagrou todo o processo de construção do prédio.
Em outubro do mesmo ano, Ribeiro da Silva Filho faleceu.
A Chave está abrigada no Museu Salles Cunha.
Este texto, todo baseado no acervo documental do Museu, mostra um pouco da personalidade desse homem que honrou a sua profissão.