quinta-feira, 31 de outubro de 2019

ANEXO DO JORNAL MENSAL - NOVEMBRO DE 2019


ANÍSIO LIMA DA SILVA
Campo Grande/MS
Professor da Universidade Federal do
Mato Grosso do Sul - Aposentado

GALOS  GUERREIROS

O galo Galhardo, um galante carijó de eriçadas penas grená, reinava gazeteiro no gueto galináceo.
Mas Guilherme, um garrido e garboso garnizé, gabava-se de poder vencer o Galhardo, acusando-o de gordo, glutão e comedor de gafanhotos. E ainda, de que era incapaz de galar sequer um ovo de Genoveva, a franga guenza que gostava de gavota.
A gabolice do Guilherme, querendo galgar posição, gerou uma contenda entre os dois galos, guerreando pelo controle do galinheiro.
A aguerrida luta foi combinada no gabinete da Geralda, uma guapa e geniosa galinha preta que, como gerente da luta, agendou o acontecimento a dar-se no galpão da gleba.
Uma graciosa gralha e a garbosa garça branca gritaram aos quatro cantos do grande gramado, onde todos os galináceos descansavam à sombra de uma guabirobeira, data e horário da galana.
À hora marcada, Galhardo e Guilherme ganharam a rinha, sob uma fria garoa outonal. Garruchando-se numa dança grotesca, guinando para os lados, evitaram golpes, esquivando-se como gabirus.
Passados os primeiros ataques, engalfinharam-se com gana.
        Enquanto Guilherme tentava golpear a garganta do oponente, Galhardo se defendia com garra, girando a cabeça de um lado ao outro e de cima para baixo.
Arrastaram as asas pelo solo cheio de garavetos, desenhando garranchos, na ganância de gastar as energias do adversário. 
Guilherme agarrou a crista do oponente, e lhe ganhou a garupa como um ginete. Galhardo gemeu e guinchou com gritos guturais, até que numa grande gatimanha, escapou do garrote e gadunhou o pescoço do outro quase até a goela, deixando-lhe uma garatuja sanguinolenta no gogó.
Apartaram-se, sem ganhador e, gingando, foram gargantear garrulices.
Geralda, vestindo um gabinardo gamenho, esgoelou pergunta à gentil garça branca:
- Gostou?

ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO
Guarapari/ES
Especialista em Marketing e Gestão
Honorário – Diretor de Divulgação

O LIVRO DA FELICIDADE
        
         Na sequência do lançamento das obras do mesmo autor: O Livro da Ajuda; O Livro do Sucesso, O Livro do Amor  e O Livro do Pensar, surgiu este, que é motivo de desejo da maioria dos seres humanos.
        A Felicidade, embora muito procurada, é pouco estudada, e menos ainda compreendida, como se fosse algo simplista, tipo tem, tem, não tem, não tem. Com os 365 pensamentos deste livro será mais fácil entendê-la, conhecê-la e conquistá-la, que é um direito de quem lê.
        Colecionar pensamentos é uma maneira de, em momentos importantes ou decisivos, ter onde buscar mais forças e motivação para atingir os seus objetivos e metas. Dias especiais também merecem pensamentos motivacionais, outra razão para este formato de um pensamento por dia, divididos por temas no mês.

NOVEMBRO -– PORTUGUESES
Dinheiro não compra felicidade. Provérbio
01.11 A maior felicidade é carecer do perigo de quem me derrube, que ser necessário o socorro de quem me levante.
António Vieira (1.608 a 1.697)
02.11 O segredo da felicidade é encontrar a nossa alegria na alegria dos outros. Alexandre Herculano (1.810 a 1.877)
03.11 O amor é a primeira condição da felicidade do homem.
Camilo Castelo Branco (1.825 a 1.890)
04.11 Um livro é a verdadeira fonte de felicidade.
Eça de Queiroz (1.845 a 1.890)
05.11 A felicidade consiste em três pontos: trabalho, paz e saúde. Guerra Junqueiro (1.850 a 1.923)
06.11 A melhor maneira de ser feliz é fazer a felicidade dos outros. Júlio Dantas (1.876 a 1.962)
07.11 Não há felicidade senão com conhecimento. Mas o conhecimento da felicidade é infeliz.
Fernando Pessoa (1.888 a 1.935)
08.11 A felicidade é um estado de satisfação da alma.
António Salazar (1.889 a 1.970)
09.11 O fruto, quando está maduro, se não se colhe, cai e apodrece. Não está a felicidade em viver muito, senão em viver bem.  António Vieira
10.11 Ser feliz é não saber que se o é. 
Virgílio Ferreira (1.916 a 1.996)
11.11 A felicidade é só estar em paz consigo mesmo.
José Saramago (1.922 a 2.010)
12.11 A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem. Camilo Castelo Branco
13.11 O sorriso oferecido, é retribuído com outro, o da felicidade. Guerra Junqueiro   
14.11 A felicidade depende mais de nós mesmos, do que das circunstâncias e das eventualidades da vida. Júlio Dantas
15.11 Ser feliz é encontrar força no perdão e amor nos desencontros. Fernando Pessoa
16.11 A felicidade é realizar seu sonho. António Salazar
17.11 Os anos felizes não os dá quem os deseja, senão quem os assegura. Antônio Vieira
18.11 A felicidade consiste em dar passos na direção de si próprio e ver o que se é. José Saramago
19.11 O único meio de ser feliz é ser independente. 
Eça de Queiroz
20.11 Viver é ansiar a felicidade possível e a impossível.
Camilo Castelo Branco
21.11 Há o desejo que não tem limite e há o que se alcança. A felicidade consiste em fazer coincidir os dois. Virgílio Ferreira
22.11 Felicidade sonhada desaparece no momento em que julgamos possuí-la. Júlio Dantas
23.11 A felicidade está fora da felicidade. Fernando Pessoa
24.11 Entendo a felicidade como uma relação de harmonia.
José Saramago
25.11 Há casos em que a felicidade consiste não em se achar o que se busca e deseja, senão em se achar. António Vieira
26.11 Não há alegria para o coração de um pai, que valha a certeza da felicidade de um filho. Júlio Dantas
27.11 A felicidade no amor dá tudo, até a beleza. 
Eça de Queiroz
28.11 A riqueza é boa, mas a felicidade é melhor.
Camilo Castelo Branco
29.11 O sorriso é o cartão de visita das pessoas felizes.
Antônio Ribeiro
30.11 Na ânsia de buscar a felicidade, se esquece de ser feliz.
Autor Desconhecido.

DIRCE BERGAMASCO 
São José dos Campos/SP

       OBS.: Continuamos a série de Artigos da nossa ilustre Titular, que aborda a vida e a obra do nosso Patrono, JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER – Tiradentes.
        Quando Presidente da ATO - Academia Tiradentes de Odontologia, ela elaborou um belo opúsculo – Tributo a Tiradentes - base para o atual trabalho, que teve o Prefácio do nosso nobre Titular THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES, Diretor do Museu Salles Cunha, da ABO/RJ, que muito a incentivou e auxiliou, principalmente quanto à preciosa documentação.
*****
Além dos quintos (20% do ouro extraído, fundido nas Casas de fundição, por lei era da Coroa Portuguesa); os dízimos (em espécie); os impostos para a manutenção de estradas e pontes; as avenças (adiantamento de 100 arrobas de ouro, anualmente, enviado para Portugal, instituído a partir de 1751); entradas (uma espécie de pedágio que incidia igualmente sobre os muares); e ainda iam lançar mais um imposto –  A DERRAMA - que espoliaria os ricos proprietários de mineração, os clérigos, muitos deles ricos proprietários, como o padre Rolim, futuro inconfidente, que era contratador de diamantes, no Tijuco e,  sacrificaria o povo em geral. O levante estava próximo!                                                                                          
Vários intelectuais e homens ricos, tais como Cláudio Manuel da Costa, Thomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e outros, eram partidários da Independência do Brasil e da Proclamação de uma República, com eleições anuais; fundação da Universidade de Vila Rica; criação de uma Bandeira com os dizeres: LIBERTAS QUAE SERA TAMEN (Liberdade ainda que tardia), atribuída a Tiradentes; perdão das dívidas junto à Real Fazenda; criação da Casa da Moeda; Casa da pólvora; de siderurgia; pagamento de prêmio de Estado às mulheres que tivessem uma grande prole; incentivo à manufatura, entre outros.
As reuniões em Vila Rica, eram feitas na casa do comandante do regimento de Dragões da Tropa de Minas Gerais, Tenente Coronel Francisco de Paula Freire de Andrade.
O Alferes, comandante das tropas do Caminho Novo, falou aos seus pares, a clérigos e a comerciantes, ao povo das antigas trilhas e agora estradas, por onde passava, aos seus clientes e aos seus amigos. Solicitava divulgação das suas ideias aos que aderiam, e o movimento, que começou sigiloso, em reuniões secretas, se espalhou como um rastilho de pólvora.
Uma grande parte da população ansiava pela Independência. Segundo alguns autores, por volta de 1789, quando o Visconde de Barbacena, Luís Antônio Furtado de Mendonça, então Governador da Capitania, ia lançar a Derrama, o Tiradentes exibia uma lista de 400.000 assinaturas de habitantes, nas regiões onde a conspiração grassava.
Era necessário um movimento de libertação. A colônia sangrada em suas riquezas e violentada em sua liberdade, clamava pela República. Os homens sabiam que era fundamental seguir o exemplo das colônias inglesas da América do Norte. O mundo caminhava de mãos dadas com o liberalismo. O Brasil era travado pelo despotismo (...). CORBUSIER. Roland. op.cit., p 36.
Joaquim José da Silva Xavier, cognominado, o Tiradentes, foi o divulgador por excelência, do movimento denominado CONJURA ou Inconfidência Mineira.
O SONHO DO HERÓI – A Inconfidência - Tiradentes sonha: ao ajudante de artilharia Nunes Cardoso, proclama: Esta terra há de ser um dia maior que a Nova Inglaterra! Mas as suas riquezas, só as poderemos alcançar no dia em que nos libertarmos do jugo dos portugueses, para sermos os senhores da terra que é nossa! GERSON, Brasil. História popular de Tiradentes. 
Está mais ou menos generalizada a ideia de que a Inconfidência foi só um movimento de protesto contra “A Derrama” que o governo português mandou fazer em 1789, a fim de recolher na Capitania, dum modo violento, as 528 arrobas de ouro, de que se julgava credor. Isso não é verdade.
A notícia de que a Derrama se aproximava, contribuiu, é claro, para agravar a situação e apressar o trabalho dos conspiradores, mas a ideia da conspiração - ou da revolução, pode-se mesmo dizer – vinha de mais longe, e tinha razões mais complexas.
GERSON, Brasil, op.cit.
A Inconfidência não pretendia apenas libertar Minas e o Brasil do jugo da Metrópole. Queria, e isso precisa ficar bem claro – formar aqui uma grande nação republicana, com suas indústrias, e possuindo um corpo de leis moderníssimas, de acordo com os postulados revolucionários que agitavam a França que, por influência inglesa e francesa, tinham já sido vitoriosos nos Estados Unidos. GERSON, Brasil, op.cit.
DELAÇÃO, PRISÃO E MORTE - Eis que Joaquim Silvério dos Reis, que tinha uma dívida exorbitante com a Fazenda Real e um caráter proporcionalmente inverso ao montante de sua dívida, resolveu delatar, na esperança de ver seu débito com a Real Fazenda quitado pela Rainha...  
Tiradentes tinha ido ao Rio de Janeiro tratar do planejamento da distribuição de águas do córrego Andaraí e de negócios particulares na Capital. Foi seguido, espionado e preso.   Sua prisão ocorreu no dia 10 de maio de 1789. Encaminhado à Fortaleza da Ilha das Cobras (Rio de Janeiro), ficou incomunicável até as acareações com os demais inconfidentes, no decorrer do processo, denominado  Autos de Devassa.     
No início tentou negar seu envolvimento, na esperança de que o esquema de levante começasse em Minas, desde Vila Rica (Ouro Preto) até o Tijuco (Diamantina)  e até São José D’El Rei (Tiradentes), e viesse rumo à Capital pelos batidos caminhos de Minas, porque muitos militares e clérigos tinham as dicas para a efetivação da revolta. 
Identificados os inconfidentes, prisões, maus tratos, confiscos e toda a sorte de intimidação aconteceu, culminando com o julgamento e condenação de todos os conspiradores civis, militares e religiosos.  As penas tiveram modalidades diferentes para clérigos e militares, principalmente se tivessem laços com a nobreza.                        
O degredo foi decretado para todos, menos um – o Alferes Joaquim José da Silva Xavier.
Apesar de estar ligado à mais alta camada da sociedade mineira, quer por elos de amizade, profissionais, ou por comungar da mesma ideologia política, não era rico.  Herdou alguns bens de seus pais. Minerador e possuidor de terras, era culto acima do nível de seus pares, inteligente, tinha irmãos e primos clérigos. Mas isso não foi suficiente para salvá-lo da pena máxima.
Levado a julgamento, foi condenado à pena de morte por enforcamento, no dia 21 de abril de 1792, no Largo da Lampadosa, hoje, Praça Tiradentes, na cidade do Rio de Janeiro.                                                                                           
EDUARDO  SOUZA
Rio  Branco/AC - Colaborador
Cirurgião  Dentista  - Natalense - Cinéfilo

A  MARCA  DA  FORCA
 (1968)  Hang High - 7.0

Filme do gênero western, popular bang-bang, pode se dizer que se trata de uma metáfora, englobando bem mais que um simples faroeste, pois evidencia de forma contundente o tema da pena de morte.
Clint Eastwood, ator de inúmeros westerns relevantes dos anos 60, marca aqui sua presença numa película de grande impacto.
Iniciando com cenas de um julgamento sumário que acarreta, na verdade, o linchamento de um suposto ladrão de gado e assassino. Colocado em cima de um cavalo, com uma corda no pescoço, sem ter seus argumentos de defesa ouvidos, o acusado é deixado como morto, abandonado debaixo de um galho da árvore que lhe servia de cadafalso, pendurado.
Por puro acaso o suposto criminoso escapa da morte, e é resgatado por um agente da lei, que passava pelo local. Levado para uma prisão, é reconhecido e inocentado das supostas acusações.
O Juiz local, que tinha uma vasta área daqueles ermos lugares do velho oeste sob sua jurisdição, convida o forasteiro a ser um agente da lei, e capturar criminosos para serem julgados.
Um diálogo inteligente nessa parte do filme, demonstra um inusitado lado intelectual num tipo de filme que, normalmente, se limita a contar uma história, com tiros, mocinhos e bandidos, de maneira linear, e sem grandes ambições, onde a lei, a justiça prevalecem, e o bem sempre vence o mal.
O Juiz fala do desconforto de ter de proferir sentenças de morte, mesmo em se tratando de criminosos notórios, explicita sua responsabilidade solitária em julgamentos, que ele considera justos, mas que a lei exige severidade, a qual ele aplica com uma carga de remorso e, ao mesmo tempo, como atos de um dever cumprido. Dever este que não o isenta de culpa, mesmo sabendo que sua autoridade permite esse tipo de papel na sociedade que lhe foi dada a exercer tamanha ocupação.
Reclama de não haver mais Juízes na área geográfica que lhe foi designada a atuar, para, pelo menos, dividir essa pesada e muitas vezes letal carga de trabalho. Sem contar que as execuções são públicas, e uma espécie de espetáculo aos habitantes do vilarejo.
O caubói sobrevivente da tentativa de justiça com as próprias mãos, o ouve, e resolve aceitar o emprego, mas declara que vai caçar e trazer a julgamento os autores do seu linchamento.
No desenrolar do filme, formas de justiça entre prisões e execuções são mostradas, numa tênue linha entre o direito, dever e desejo de vingança.       

FARID ZACHARIAS
Rio de Janeiro/RJ
Academia Brasileira de Belas Artes
Cadeira nº 03

A  BELEZA  E A OBRA DE ARTE
A beleza é um tema extenso, mas vamos tentar resumi-lo.
        A beleza é a qualidade daquilo que é belo, quando se tem um ideal estético e, de uma maneira simples, podemos dizer que é tudo que nos dá prazer.  Ela deve estar presente na harmonia, na perfeição de formas, nas qualidades intelectuais e morais.
        Na obra de arte ela deve estar presente para despertar a alegria, e mesmo a felicidade de ver, por instantes, coisas belas, capazes de nos arrebatar e nos transportar às alturas divinas.
        Há pinturas que são verdadeiras obras de arte, da maior qualidade, digamos, como exemplo, O boi esfolado, de Rembrant e   O anão hidrocéfalo, de Velasquez.
São obras, aparentemente, chocantes, mas que deveriam estar em museus. Da mesma maneira, citei os quadros: Enterro de uma criança pobre e Cabeça de Cristo com a coroa de espinhos, no artigo O cliente que se sentia triste quando entrava em sua casa.
São obras de arte também, carregadas de beleza, mas que só deveriam ser expostas em museus.
        Em resumo, a obra de arte para entrar em nossa casa, não deve ter um tema, um assunto, que nos traga depressão, tristeza e sim, alegria.
        Este tema sobre beleza já era discutido, há muitos séculos, bem antes de Cristo.
Assim, transcrevo as extraordinárias palavras de Diotina, no diálogo com o grande Sócrates, do livro O banquete, de Platão:
- Quando o homem, ascendendo às coisas terrenas, chega pelo caminho do amor à vista dessa beleza, não está longe da sua finalidade. E esse é o verdadeiro caminho.
         Começa como um simples amor ao que é belo, a amar as belas coisas terrenas, e daí vai escalando uma após outra, como por degraus, todas as belas formas, e das belas formas é levado ao belo proceder, do belo proceder aos belos princípios, e dos belos princípios ao princípio último, quando então aprende o que é a beleza absoluta.
        Esta vida, meu Sócrates, disse Diotina, se alguma vida merece o trabalho de a vivermos, é a que o homem deveria viver na contemplação da beleza absoluta.

IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO
Belo Horizonte/MG
Academia Feminina Mineira de Letras
Presidente-Coordenadora da AJEB/MG
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil



JOSÉ ANSELMO CÍCERO DE SÁ 
Rio de Janeiro/RJ
Academia de Artes, Ciências e Letras do RJ
Cadeira nº 29 - Patrono: Quintino Bocaiúva

REFLEXÕES  SOBRE  OS  ENSINAMENTOS  ÉTICOS
DE  SÓCRATES  E  PLATÃO

O fato de que o homem é capaz de agir significa que se pode esperar dele o inesperado, que ele é capaz
de realizar o infinitamente impossível.
Os ensinamentos éticos Socrático residem no Conhecimento e na Felicidade.
Em primeiro lugar, ética significa Conhecimento, tendo-se em vista que, ao praticar o mal, acredita-se praticar algo que leve à felicidade e, normalmente, esse juízo é falseado por impressões e aparências puramente externas.
Para saber julgar acerca do bem e do mal, é necessário conhecimento, este sim, verdadeira sabedoria e discernimento.
O Conhece-te a ti mesmo é este mandamento que inscreve como necessária a gnose interior para a construção de uma ética sólida.
Em segundo lugar, a Felicidade, a busca de toda ética para Sócrates, pouco tem a ver com a posse de bens materiais, ou com o conforto e a boa situação entre os homens; tem ela a ver com a semelhança com o que é valorizado pelos deuses,  pois parecem ser estes os mais beatos dos seres. O cultivo da verdadeira virtude, consistente no controle efetivo das paixões e na condução das forças humanas para a realização do saber, é o que conduz o homem à felicidade.     
Platão incorpora a ética socrática e a enriquece ao colocar a questão da justiça de forma metafísica. A justiça que pode ser compreendida como bem comum, verdadeiro ideal da ação ética.
Não faz parte desse mundo, urge buscá-la alhures. Para que essa busca se concretize, há que se desenvolver as virtudes e controlar os vícios. Daí dizer-se que Devemos elevar Templos às Virtudes e Cavar Masmorras aos Vícios.
A Ética Platônica destina-se a elucidar que a ética não se esgota na simples localização da ação virtuosa e de seus discernimentos com relação à ação viciosa. De suas principais figuras textuais, de seus principais mitos, podem-se inferir lições que fazem a alma orientar-se de acordo com padrões de conduta, ditados com  base na noção do Bem. No controle das almas pela alma racional reside a harmonia da virtude; no descontrole, reside o vício.
Se a natureza do bem é metafísica, também a natureza da verdadeira e definitiva justiça, será metafísica. Ao se moldar a conduta de acordo com estes reclamos, estará, definitivamente, a alma a orientar-se de acordo com o Bem; ao desviarem-se destes, estará, literalmente, deixando o barco ser guiado pela correnteza e não pelo timoneiro.   
A Ética Socrática sintetiza-se no conhecimento que leva em direção à felicidade.
Platão incorpora essa ideia e desenvolve a noção de Justiça como Bem Comum; bem é esse dirigente da ação humana, encontrado, tão-somente, em um plano metafísico.

JOSÉ ROBERTO DE MELO  –  Em Memória
COMO ENTREI NA HISTÓRIA DE CORTÊS/PE
{ FINAL }
CAPÍTULO 107 - Eu já contei aqui o quanto me influenciou o Maestro Waldemar de Almeida, meu vizinho de consultório na Rua do Aragão, no Recife, sobre a letra do Hino Nacional. Ele me fez ver que o hino tinha uma letra muito difícil, dificultando a compreensão das crianças. Foi ele que me inspirou a procurar uma linguagem simples quando escrevi a letra do Hino de Cortês.
Sobre o assunto me lembro de outro fato: um delegado de Bezerros, que ouviu alguém chamar amigos para dançar o "Virodum", intrigado, foi verificar o que estava acontecendo, e descobriu que estavam dançando o Hino Nacional em compasso de forró.
Ameaçou botar todo mundo no xilindró.
 Eu tinha acabado de escrever a letra do Hino de Cortês, mas faltava a música que nunca foi o meu forte; Elyr Duclerc Ramalho, Professor de Histologia e meu colega, me ofereceu a solução: Miriam, sua esposa, faria a partitura. Levou a letra e logo depois recebi uma fita cassete com a música desejada. Estava pronto o Hino de Cortês. Que foi transformado em lei pela Câmara Municipal. Feito por mim e por Miriam de Holanda Ramalho, que pelo que me consta, nunca esteve em Cortês.
Nascida em Arcoverde, filha do comerciante Cicero Franklin, e com vários irmãos, entre eles Joel de Holanda que foi senador por Pernambuco. Ela estudou no Conservatório Pernambucano de Música, ensinou sanfona no Colégio Americano Batista e no Colégio Santa Maria. Teve seu próprio colégio de música. É uma exímia pianista. Cortês nunca lhe prestou as homenagens que merece.
CAPÍTULO 108 - Há pouco tempo (11 de setembro de 2014) lancei o meu livro (romance) MEDALHA DE CARNE, em um evento na Academia Pernambucana de Letras.
O livro acontece, em grande parte no Município de Cortês. A Editora Bagaço que fez este livro, vendeu na ocasião 50 exemplares, a maior parte deles, a amigos de Cortês e da Usina Pedrosa.
Mas não era sobre isso que eu queria falar. Nesse dia, que é o aniversário de EDMILSON BORBA, (filho de Zé e Dona Lourdes Borba) a atenção é para ele, que tanto tem prestigiado essas bobagens que ando escrevendo aqui (Falar de Milson é falar de Cortês.).
Para ele meus parabéns e a confissão de uma amizade eterna, plantada e cultivada lá nos ventos da cidade do rio e das serras.
CAPÍTULO 109  - Quando Cortês completou 50 anos de emancipação, eu tinha a cabeça cheia com um programa de comemoração.
Achava que o Município devia. festejar a data com solenidade. Eu, que tinha sido o seu 1º prefeito, agradecia a Deus, estar vivo, vendo a cidade florescente depois de tantos anos.
Fracassaram as previsões do editorial da Folha da Manhã, afirmando que Cortês não resistiria... Estava ali a cidade viva em condições de festejar suas bodas de prata, o Município com ares de porte médio. Entre as coisas que pensei estava a ressurreição do jornal A Cidade, em uma edição extraordinária, lembrando as lutas pela independência local.
Entusiasmado tinha me esquecido de que não era mais Prefeito nem Vereador, que não tinha mais o jornal que orientava os acontecimentos locais.
Era somente um amante de Cortês a quem o prefeito da época, embora amigo, não estava interessado em ouvir e convidar
O meu recado tinha sido dado e era apenas o passado. Devia me afastar. Foi o que fiz...
Morando no Recife, a legislação pedia que transferisse meu título de eleitor. Sofri, cortando esse último laço que ainda me prendia à cidade dos meus sonhos da mocidade.
Mais tarde, arrumando meus muafos, encontrei o título de cidadão honorário de Cortês. Rui Emídio, com este título, e pela Câmara de Vereadores, tinha me dado o lembrete de que eu tinha um compromisso eterno com Cortês.
F I M

LUIZ  MANOEL  DE  FREITAS  
Natal/RN  
Idealizador  /  Superintendente  Técnico  do  
PROJETO  REVIVER

CAMINHO CERTO
Fechar os olhos para o mundo,
olhar para dentro... refletir.
Sentir-se seguro na vida,
se necessário… repetir.

Melhor encarar os percalços,
na areia pisar descalço, e… seguir.
Entre essa e outras maneiras,
enfrentar a realidade,
será a mais verdadeira...
forma de prosseguir.

Pé no chão, mente aberta,
Abraço na hora certa,
é mais importante que…
sermão.

Coração cheio de afeto,
gratidão é o rumo certo,
para receber e doar perdão.

NELSON RUBENS MENDES LORETTO 
Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE 
1º Secretário da SBDE

O PRÓXIMO
Emmanuel 

O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha mais próximo do nosso, por divina sugestão de amor no caminho da vida.
No lar, é a esposa e o esposo, os pais e os filhos, os parentes e os hóspedes.
No templo do trabalho comum, é o chefe e o subordinado, o cooperador e o companheiro.
Na via pública, é o irmão ou o amigo anônimo que nos partilham a mesma estrada e o mesmo clima.
Na esfera social, é a criança e o doente, o desesperado e o triste, as afeições e os laços da solidariedade comum.
Na luta contundente do esforço humano, é o adversário e o colaborador, o inimigo declarado ou oculto ou, ainda, o associado de ideais que nos surgem por instrutores.
Em toda parte, encontrarás o próximo, buscando-te a capacidade de entender e de ajudar.
Auxilia aos outros com aquilo que possuas de melhor.
Os santos e os heróis ainda não residem na Terra.
Somos espíritos humanos, mistos de luz e sombra, amor e egoísmo, inteligência e ignorância.
Cada homem, na fase evolutiva em que nos encontramos, traz uma auréola incompleta de rei e uma espada de tirano.
Se chamares o fidalgo, encontrarás um servidor.
Se procurares o guerreiro, terás um inimigo feroz pela frente.
Por isso mesmo, reafirmou Jesus o antigo ensinamento da Lei: - “Ama o próximo como a ti mesmo”.
É que o espírito, quando ama verdadeiramente, encontra mil meios de auxiliar, a cada instante, e o próximo, na essência, é o degrau que nos aparece diante do coração, por abençoado caminho de acesso à Vida Celestial.  Pense nisso!

PAULO  JOSÉ MORAES DA SILVA
Maceió/AL
Professor de Cirurgia, aposentado da UFAL
CURIOSIDADES SOBRE O DIA DO MÉDICO

O dia 18 de outubro é a data de nascimento de Lucas, que escreveu parte do Novo Testamento da Bíblia.
Sua família era pagã, mas o mesmo se converteu ao Cristianismo. Assim como no Brasil, países de tradição católica como Itália, Espanha, Portugal, França, Polônia, dentre outros, também celebram o Dia do Médico no dia do nascimento de São Lucas, santo padroeiro desse profissional.
O “amado médico” descrito por São Paulo teria estudado Medicina na Antióquia, atual Turquia, e presenciado diversos milagres de Jesus.
Voltando à história de São Lucas, este passou parte de sua vida curando as pessoas por onde passava, motivo pelo qual foi estabelecido como padroeiro da Medicina.
Em homenagem a São Lucas, a data de seu nascimento foi escolhida como o Dia do Médico, profissional que estuda a ciência e as técnicas para se fazer a cura.
As técnicas de Medicina mais antigas são dos povos da Mesopotâmia, bem antes da era cristã. Registros mostram que por volta dos anos 1700 e 1200 a.C. já eram realizados alguns procedimentos cirúrgicos. Na mesma época, a Índia era possuidora de técnicas mais avançadas, pois retiravam tumores e cálculos de vesícula.
O “Doctor’s Day” dos Estados Unidos é celebrado no dia 30 de março, dia em que a anestesia foi administrada pela primeira vez em um paciente, feito realizado no ano de 1842 pelo Dr. Crawford W. Long no Estado da Georgia.
Já na Índia, o dia do Médico é o dia 1° de julho, aniversário de Bidhan Chandra Roy, médico respeitado e muitas vezes considerado o fundador de cinco cidades da região de Bengala Ocidental: Durgapur, Kalyani, Bidhannagar, Ashokenagar e Habra.
 No Irã, a data corresponde ao aniversário do sábio muçulmano Avicena, dia 23 de Agosto. Dois de seus trabalhos mais famosos são a enciclopédia científica “The Book of Healing” (O Livro da Cura) e “The Canon of Medicine” (O Cânone da Medicina), manual médico que segue os princípios de Galeno e Hipócrates, e que era utilizado em universidades medievais ocidentais, como as de Montpellier e Leuven, até o ano de 1650.
O Dia dos Médicos adotado em vários países da América Latina serve para lembrar a proeza realizada pelo médico cubano Carlos Finlay, em 1881, quando confirmou a teoria da propagação da febre amarela pelo mosquito Aedes aegypti.
Esta data foi escolhida em 1933 pela Pan American Medical Congress como forma de celebrar o centenário do nascimento do Dr. Finlay (03 de dezembro de 1833). Além de ter impedido a morte de milhares na América Latina, sua descoberta permitiu a construção do Canal do Panamá, já que muitos trabalhadores estavam morrendo por causa dessa doença.
Em 1956, o governo da Argentina aceitou o pedido da Confederação Médica Argentina para adotar a mesma data para homenagear a classe médica local.
Figuras importantes da medicina brasileira como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, só para citar dois exemplos, seriam inspiração para a criação do Dia do Médico.
Mas antes das técnicas medicinais surgirem, a Medicina estava voltada para os rituais de magia, sendo que aos poucos foram se desenvolvendo estudos sobre a Ciência, sendo adaptados aos recursos da tecnologia.
Com o passar dos anos, as especialidades foram surgindo, pois cada vez mais aumentavam os recursos utilizados nos tratamentos. As primeiras áreas foram da Psiquiatria, Pediatria e Cardiologia. Mas o grande salto da profissão foi a partir do século XVI, com a descoberta do microscópio. Porém, somente no século XX foi que tivemos grandes conquistas como estudos da genética, microbiologia, bioquímica e outras áreas, onde foram desenvolvidas técnicas minuciosas de avaliação, possibilitando identificar as causas de várias doenças, tornando suas curas mais viáveis. E não parou por aí. Com essas novas descobertas, os campos de atuação profissional também foram se expandindo, sendo que hoje, no Brasil, as especialidades chegam por volta das 52 categorias, segundo aprovação do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A Organização Mundial da Saúde define que ter saúde não é apenas não estar acometido por doenças, mas ter condições de manter um estado físico, mental, psicológico e social equilibrados, dando à pessoa mais qualidade de vida.
Os Médicos são importantes para garantir a saúde de nossa vida, pois se prepararam para isso. Dentre seus estudos estão a anatomia – o conhecimento do funcionamento do corpo humano, as doenças, como curar as doenças, como diagnosticar uma doença, como agem as medicações em nosso corpo, podendo administrar os melhores tratamentos possíveis. Por isso, jamais devemos nos automedicar, pois não temos os conhecimentos necessários para isso. A automedicação pode causar sérios problemas para a saúde da pessoa, além de gerar risco de perder a vida.
Quero, nesta oportunidade, parabenizar meu filho, Luiz Gustavo Omena, pelo seu dia, ficando feliz por ter realizado seu sonho de ser Médico, escolhendo a Psiquiatria como sua especialidade.
Muitas Felicidades a todos que exercem a profissão com dignidade, ética e respeito à vida humana!!!
OBS.: Parte do texto foi extraído de coletâneas.

PLACIDINO   GUERRIERI   BRIGAGÃO 
Rio de Janeiro/RJ
Acadêmico  Emérito  da  
Academia  Brasileira  de  Medicina  Militar

CANTO DE REFLEXÃO

A poesia é um canto de reflexão
Com passagem pelo sentimento,
Sem permitir a soberba,
Mas acalentar-se na alegria

Suas frases são Musas que acrescentam
Por um pena fina e discreta,
Que provoca o polimento das ideias,
E louva a verdade

É um sopro de palavras,
Pensar eloquente,
Afável silêncio que espia,
 Dando franquia ao seu valor

THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES
Rio de Janeiro
Diretor do Museu Odontológico Salles Cunha,
da ABO/RJ.

PIANISTA

        Eu estava lá...
O falecimento de meu pai, em 1937, em Piracicaba/SP, obrigou a minha mãe e meus 03 irmãos a virem para o Rio de Janeiro.
Minha avó mandou buscar a família, que ficou sem recursos para viver naquela agradável cidade, na qual eu nasci...
Meu irmão mais velho, com 12 anos, estudava piano com               Dª Chiquita, excelente professora local. Era aluno exemplar.                   Dª Chiquita conseguiu colocá-lo em contato com o Prof. Barroso Neto, um dos grandes da música no Rio de Janeiro. O professor, vendo o potencial do menino, inscreveu-o gratuitamente entre seus alunos.
Nessa época, minha mãe, sentindo minhas apreciáveis possibilidades musicais, aos 09 anos de idade, inscreveu-me no Concurso para o Conservatório Brasileiro de Música que seria realizado meses depois, com apenas uma vaga.
Fiz, de fato, um brilhante desempenho na parte teórica; restava agora a prova prática que seria realizada junto ao piano da professora.
Restavam dois candidatos: eu e um outro, do qual não me lembro o nome...
Basicamente, afinação e reprodução de acordes que ela fazia no piano eram os itens da prova.
Acertei todos, menos um.
O outro candidato acertou todos, e ocupou a vaga...