ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO
Guarapari/ES
Especialista em Marketing (PUC)
Master
Business Administration (FGV)
Administrador
(Universidade Mackenzie)
Honorário – Diretor de Divulgação
PONTO SELFIE NOS ESTABELECIMENTOS,
PARA
COLOCAR GUARAPARI NAS REDES!
É impressionante a quantidade de pessoas fazendo
selfies pelas ruas das cidades do mundo todo, e postando nas redes sociais, o
que estão fazendo e onde estão.
Como se trata de uma propaganda massiva e gratuita,
que algumas vezes bomba por milhares de pessoas que as recebem, seria
interessante que os empresários locais procurassem se beneficiar disso, de uma
forma simples e rápida.
Cada um providenciar em seu estabelecimento algo
que o caracterize, na forma de um fundo ou lugar próprio para fazer selfie, em
ponto visível, de bom destaque, e que seja convidativo para que as pessoas
aproveitem na hora.
Se a moqueca capixaba é marcante pelo sabor e
associa à nossa cidade, seria bom que os restaurantes tivessem uma foto
destaque de uma, em parede com sua logomarca para que fosse fotografada na
entrada ou saída.
Produtos regionais como os do nosso rico artesanato
também se prestam a isso, desde que expostos de maneira atrativa para serem
fotografados junto com alguma referência à cidade: Guarapari, embarque nesta
onda!
A menção de Guarapari junto à sua marca e produto
ou serviço que ofereça, é o princípio de associação de marca, fortalecendo e
promovendo todas, mas lembre-se de que, se não estiverem presentes, não
lembraremos.
Quem se utiliza bem disso é o Posto Dino, que
começou com o Tigre, um dos lugares mais fotografados, continuou com o minifórmula
1, aproveitou o dinossauro, e agora com o jet-ski na bomba dos barcos.
Durante o passeio das escunas e também no do
trenzinho, o que mais as pessoas fazem é selfies. Talvez por isso, tantos já vêm
a Guarapari com a vontade de fazer este passeio. Temos de aproveitar mais isso!
Guarapari perdeu alguns lugares que as pessoas
gostavam de fotografar, com o corte de árvores que está virando doença na cabeça
das pessoas. Muitas lindas fotos dessas belas árvores não são mais possíveis.
Algumas empresas maiores poderiam estudar junto à Secretaria
de Turismo, o patrocínio de pontos selfie em espaços públicos, que são passagem
contínua de turistas.
Uma panela de barro gigante por exemplo.
É preciso
aproveitar a temporada para garantir turistas o ano todo!
EDUARDO SOUZA
Rio Branco/AC -
Colaborador
Cirurgião Dentista -
Natalense - Cinéfilo
QUANDO
DUAS MULHERES PECAM (1966)
"Persona"
- 8.2 – Classificação dada pelo público
Pessoalmente, classifico esse filme, do diretor sueco, Ingmar
Bergman, um distinto exemplo de
verdadeira obra prima do cinema mundial.
Junto com O Sétimo Selo (1957) Det sjunde inseglet" 8.3, do
mesmo diretor, PERSONA se destaca brilhantemente nos anais da sétima arte, como
uma história de profundo simbolismo e metáforas que transbordam para muito além
de uma simples tela.
Sentimentos espirituais são mostrados em profundidade quando uma atriz,
repentinamente, se torna literalmente muda, apanhada numa patologia emocional, após
um colapso total, durante uma de suas performances num palco.
Uma insegura enfermeira é designada para cuidar da atriz, passar uma
temporada com a mesma, primeiro num ambiente hospitalar, e depois numa casa à
beira mar, para ter mais privacidade.
Nessa reclusão, acontecem situações que
exigem das 2 atrizes, uma delas Liv Ulmann, competentes desempenhos que em
muito realçam a psicologia da película.
O silêncio da enferma, faz com que a
cuidadora se torne a única peça falante do ambiente.
Segredos e confissões inesperadas são expostos unilateralmente, imagens
em flashback formam mosaicos que se intercalam com a fala da enfermeira, onde
ela, incontidamente, relata fatos de sua vida pessoal sob um olhar atento, e o
mutismo da atriz, que apenas escuta.
Numa cena excepcional, onde o álcool é consumido por ambas, numa
aparente e informal cerimônia de passar o tempo, tem-se a impressão de que a
silente é quem está, na verdade, proporcionando a terapia de cura.
Com o seu monólogo, a enfermeira vai aos poucos absorvendo os problemas
da outra personagem, numa fusão surrealista, e de uma maneira tão intensa, que
surpreende incrivelmente os espectadores.
Uma sintonia cúmplice, paira no ar, e nos leva para apreciar desenlaces,
num ambiente híbrido de situações complexas e comoventes.
FARID ZACHARIAS - Rio de Janeiro/RJ
Academia Brasileira de Belas Artes
Cadeira nº 03
(Em Memória – Autor
faleceu em 20.12.2019)
EPICURO
(341 ANOS ANTES DE CRISTO / 270 ANTES DE CRISTO)
Filósofo
grego que ensinou aos homens a serem felizes sem religião, e a aproveitarem ao
máximo a vida. Nasceu 80 anos depois de Platão, e parece ter sido abençoado, pois,
seus ensinamentos são tão sérios, tão profundos, que até hoje, influenciam
filósofos e pensadores.
Alguns fatos foram marcantes na vida de Epicuro, e
que o levaram a se dedicar à Filosofia.
Tentou, desde cedo, compreender o que era a vida.
Começou em casa, com o pai ganhando pouco, como Professor. A mãe era uma
espécie de curandeira, vendia amuletos e rezas para curar doentes. Para isso,
ela levava o filho para ajudá-la. Ele cresceu, desprezando essa prática
materna.
Outro fato que deve ter marcado sua vida
fortemente foi, quando adolescente, durante uma aula em sua escola. Num
determinado momento, o professor citou que o mundo veio do caos. Eplcuro,
atento e curioso, perguntou de imediato:
- E de
onde veio o caos, professor?
- Só os filósofos poderão responder a esta
pergunta, respondeu o mestre.
E, assim, Epicuro se dedicou a estudar Filosofia, vivendo com simplicidade e sem excessos. Muito pouco restou de sua obra que
compreendia cerca de 300 livros.
Felizmente, quase todo o seu trabalho está
sintetizado no livro Da Natureza das coisas, de Lucrécio ( - 98 anos
antes de Cristo/55 antes de Cristo), admirador e seguidor de sua obra. A
filosofia de Epicuro era materialista
Outro grande filósofo, o americano George
Santayana (1863/1952) dizia, imaginem, 20 séculos depois, concordando com Epicuro:
Parece-me que aqueles que não são materialistas, não são bons observadores.
O meu materialismo não é uma posição acadêmica, é uma convicção cotidiana da
experiência e da observação do mundo.
Algumas palavras, como Epicurismo e Epicurista,
tiveram, por muito tempo, o significado trocado por aqueles que eram hostis a
qualquer forma de materialismo e, até hoje, no Brasil, repetem em muitos livros
o significado que vem dos livros antigos.
Por exemplo, um dicionário, com várias edições,
define, ainda, o Epicurismo como uma doutrina que substitui o bem, pelos prazeres
sensuais e o mal, pela dor e, segundo a qual, a felicidade consiste em
assegurar o máximo de prazeres com o mínimo de sensualidade; e Epicurista
partidário do Epicurismo, materialista.
Na verdade, esses não eram os conceitos de
Epicuro, mas os que eram imputados a ele por seus opositores, principalmente,
os chefes religiosos.
Formou-se, desse modo um conceito errado de sua
obra, que durou muito tempo. É preciso compreender que a filosofia de Epicuro
tinha a moral, como base. Ele dizia que os bens materiais e espirituais, fossem
usados com ponderação e, ensinava, que o prazer não é um mal em si mesmo, mas
certos prazeres trazem mais sofrimentos do que prazer.
Para ele, o propósito principal da vida é gozá-la,
buscando a felicidade sem sofrimento. Numa análise racional, o propósito da
vida era tudo que tornava a vida mais agradável: moradia com conforto, comida
simples (pão, legumes e um punhado de azeitonas e, para ele, se tivesse um
pouco de queijo, seria um banquete). No lugar do vinho escolheria a água.
CONCEITOS DE EPICURO
O bem supremo da vida é gozá-la com
moderação e equilíbrio. Não temos outros afazeres neste mundo. Não somos filhos
de um Deus benevolente, porém, enteados de uma natureza indiferente.
A vida é um acidente num universo mecânico, mas, querendo, podemos fazer com que este seja um acidente interessante.
Devemos depender de nós mesmos para a nossa
felicidade.
Se não podemos vencer a morte, vençamos ao menos, o medo da morte.
Não lastimemos a brevidade da vida. É preferível
gozá-la.
O estado tranquilo de uma felicidade constante é
mais importante do que a excitação brutal de delícias transitórias.
Limitemos nossos desejos. Estejamos satisfeitos
com a nossa sorte. Se não podemos limitar nossas ambições, podemos, ao menos, limitá-las
ao nível de nossa capacidade.
Epicuro ensinava a felicidade de um espírito sereno, que observa de
longe, as vicissitudes da vida.
Procuremos cultivar o bom humor, que nada mais é,
do que o senso de proporção.
Contemplemos a beleza do espetáculo da vida, em
torno de nós e a insignificâncias de nossas tribulações.
Aprendamos a sofrer, como atores no drama da vida
e, também, a rir dos nossos próprios sofrimentos, como expectadores.
Levar uma existência simples, cultivando a amizade
como religião e estimemo-la como uma coisa doce, bela e sagrada.
Aconselhava a tratar os outros, como queremos ser
tratados, partilhando sua felicidade com todos.
O sentimento da verdadeira amizade é a única
dádiva segura que possuímos neste mundo de valor duvidoso.
Se os sofrimentos da vida podem nos reconciliar
com a morte, as amizades podem nos reconciliar com a vida.
Outro grande filósofo, o francês Voltaire (1694/1778), muitos séculos depois,
diria, completando o valor de uma amizade, que:
Todas as grandezas do mundo
não valem uma boa amizade.
Ser Epicurista é: Não temer o divino, nem a morte. Viver com
simplicidade e temperança. Buscar o prazer com sabedoria.
Fazer amigos e ser um bom amigo.
(Ele procurava dividir o seu pão com um amigo).
Nossa
vida deve ser uma festa entre amigos. Ser honesto em seu negócio e em sua vida
privada. Não há lugar para o mau humor, só gentileza e solidariedade. Afastar-se
da política.
A VIDA DE EPICURO - Epicuro, pelo que se sabe, levava uma vida de
pobre, mas mantinha a alegria de um espírito sereno de hábitos simples. Sua filosofia,
longe de consistir no gozo grosseiro dos sentidos, se baseava na cultura do
espírito e na prática da virtude.
Por uma interpretação errônea e de má fé, sua
filosofia foi deturpada e debochada por muito tempo, especialmente, pelos
chefes religiosos, que eram hostis a qualquer forma de materialismo, mas, hoje,
ela é respeitada e admirada.
Aos 18 anos foi para Atenas, onde conheceu vários
filósofos. A seguir, foi ao Oriente, onde ficou por 12 anos. Voltou a Atenas,
onde abriu a Academia Jardim de Epicuro, ao ar livre, para o ensino da filosofia
e da meditação.
Fez sucesso com suas concepções sobre os deuses,
não acreditando numa outra existência, e ensinava a aproveitar a vida com
prazer e moderação.
CONSIDERAÇÔES - Estão aí está, de uma maneira resumida, os ensinamentos de Epicuro.
Na busca de conhecimentos foi importante para mim,
quando jovem, a leitura dos grandes mestres da Filosofia.
Não tinha eu ainda conhecimentos suficientes para
compreender muita coisa, mas, com a continuação dos estudos, lucrei muito.
Platão, Buda, Epicuro, Santayana e Krishnamurti
entre outros, faziam parte do meu pequeno mundo.
Hoje, tanto tempo passado, posso dizer que
formaram a base da minha vida, longa, serena e feliz, com um bom número de
amigos- irmãos.
Meu pai dizia que eu escolhesse bem meus amigos e,
que, se eu tivesse um amigo certo, sincero, que pudesse chamar de amigo-irmão,
eu poderia me julgar feliz. Hoje, me sinto muito feliz, pois, tive (alguns já
se foram) e tenho, ainda, grandes amigos-irmãos.
Fui batizado e casado na religião de meus pais,
que eram grego-ortodoxos. Com o tempo, estudando as religiões, verifiquei que todas
têm os princípios básicos semelhantes: não matar, não roubar, amar ao próximo
como a si mesmo etc.
Resolvi, então, não me fixar em nenhuma, mas,
compreendendo e aceitando que cada um tem o direito de escolher a sua religião,
isso, anos mais tarde, sob a influência de Epicuro, Santayana e Krishnamurti.
Ter uma religião, para muita gente, é uma
necessidade, um ponto de apoio, fé em algo superior. Temos que respeitar esse
direito.
Salve Epicuro! Abençoado, espírito iluminado, que
até hoje, mais de 20 séculos depois, ainda nos ensina a viver com dignidade!
OBS.:
Nosso preito de saudade e gratidão a esse querido Titular, que viveu 91 anos seguindo essa Filosofia de vida que aqui expôs, como
homenagem ao grande Epicuro, que ele sempre fazia questão de citar nas nossas
conversas.
Siga seu luminoso caminho rumo à Eternidade, amado Amigo-irmão!
JOSÉ ANSELMO CÍCERO DE SÁ
Rio de Janeiro/RJ
Academia de Artes, Ciências e Letras do RJ
Cadeira nº 29 - Patrono: Quintino Bocaiúva
O EGOÍSMO NÃO É UM ESTADO DE
AMOR-DE-SI-PRÓPRIO E SIM, DE INIMIGO SOCIAL.
Quantos males o egoísmo tem
feito à Humanidade! Dentre eles, destaca-se o mal de mantê-la cega quanto aos malefícios que tão
terrível praga tem causado ao ser humano!
– O egoísmo, podemos dizer, é como o
dinheiro: não gosta de ninguém, nem
mesmo daqueles que julgam possuí-lo e
terminam possuídos por ele...
Segundo Carlos Lopes de Mattos, em seu Dicionário Filosófico, egoísmo explica-se, metafisicamente,
pelo solipsismo, ou seja, uma doutrina que só admite uma existência do seu
“eu” individual que pensa.
A Psicologia o entende ou traduz pelo amor de si mesmo. E a Moral o tem na conta de amor exagerado de si próprio, lesando os direitos dos outros. É,
portanto, sinônimo de filáucia, ou
seja, amor próprio. Para o Dicionário de Filosofia dos doutores Max Apel e
Peter Ludz, o egoísmo está em
oposição ao altruísmo (dependência de
todos os valores do “eu”).
Para Thomaz Hobbes, filósofo materialista inglês, o homem é, em sua
essência, um ser egoísta, do que decorre a ‘guerra de todos contra todos’, um homo
hominis lupus, ou seja, (o homem é lobo de si mesmo). Todavia, isto não traduz uma realidade. O homem não é em essência
um ser egoísta. É ainda isso um efeito da ignorância. É a ignorância que o
torna lobo de si mesmo.
O homem, em essência, é um ser espiritual e que possui algo da essência
de seu Criador e Pai – Deus. É a ignorância que o faz egoísta, isto é, voltado
para dentro de si próprio. O egoísmo é, portanto, um vício aprendido, que se
fez enraizar na personalidade.
O padre Fernando Bastos de Ávila, na Pequena Enciclopédia de Moral e
Civismo de sua autoria, diz da existência de um egoísmo radical,
psicossomático, sem conotação pejorativa, e um egoísmo moral e ético que
constitui uma aberração, podendo degenerar para formas patológicas.
Todavia, ao se aproximar do término de sua definição de egoísmo,
declara que, do ponto de vista social, o
egoísmo é a raiz amarga de todos os males que afligem a Humanidade.
Enuncia do ponto de vista social, porque ele defende a presença do
homem, do que ele chama de “egoísmo
radical ou psicossomático” como uma forma natural de autopreservação e conquista
do seu desenvolvimento.
Existe uma tendência espontânea das filosofias materialistas, ou
falsamente espiritualistas, em oferecer um sentido dicotômico ao egoísmo. Isto é,
uma espécie de dupla face: um lado bom que impulsiona o indivíduo a progredir,
e um lado mau que o torna lobo-de-si-mesmo.
A Doutrina Espírita é peremptória: O egoísmo é um vício, um hábito
formado desde a idade primitiva do homem, portanto, um mal. Mal porque degenera
os costumes, mina os sentimentos mais nobres do indivíduo invigilante, razão
pela qual deve ser combatido e extirpado do nosso coração.
Assim como o trypanosoma procura
desenvolver nos músculos do coração do homem indefeso das regiões paupérrimas do
interior, o egoísmo procura
desenvolver-se na sede moral dos sentimentos do homem invigilante das regiões
mais prósperas dos centros urbanos de nossa civilização. O egoísmo é o elemento
gerador de todos os demais vícios.
O Trypanosoma tem no “barbeiro”
o seu hospedeiro temporal no processo de vinculação do mal contra o ser humano
indefeso, o “egoísmo” tem, no
amor-próprio, o seu elemento de justificação ou máscara natural, contra o homem
defeso pelo abuso do livre arbítrio, na ignorância do bem.
Em corolário, lutar contra o egoísmo é dever de todos nós. A própria denominação de amor-de-si-mesmo é errônea. O egoísmo
é uma chaga voracíssima que tem como risco maior, retardar o progresso da
humanidade. Sendo a sociedade constituída de grupos sociais, e estando os
grupos formados de homens, é obvio que o egoísmo não é um estado de amor-de-si-próprio,
mas de odioso inimigo social, por ser gerador de inúmeros outros vícios.
Ele é responsável ainda, pelas guerras, pela miséria, pela fome e
outros tipos de endemias morais, como a máfia dos tóxicos e dos crimes políticos.
Devemos envidar todos os esforços no sentido de erradicar as doenças
materiais, o que vem ocorrendo normalmente através dos inúmeros estudos
científicos, mas, erradicar, sobretudo, o “egoísmo”,
sem o que dificilmente chegaremos à vitória sobre os demais males.
É no “altruísmo” que o homem
deverá encontrar o remédio específico contra o “egoísmo”, isto porque, o altruísmo representa aquele amor ao
próximo a que se refere a Lei de Deus, que o Mestre Jesus tanto enfatizou em
seu Evangelho.
Nenhum homem minado pelo micróbio do egoísmo terá condição ou
capacidade de praticar a sublime LEI DO
AMOR E CARIDADE, A ÚNICA CAPAZ DE TRANSFORMAR A TERRA EM PARAÍSO, QUE É O REINO
DE DEUS A QUE O EVANGELHO SE PROPÕE A NOS CONDUZIR.
JOSÉ DILSON VASCONCELOS DE MENEZES
Fortaleza/CE
Vice-Presidente da SBDE
A vida sem ciência é uma espécie de morte. (Sócrates)
Pierre Fauchard nasceu na Bolonha (França) em 1670.
Oriundo de uma família modesta, aos 15 anos
ingressou na Marinha Real.
Embarcado, iniciou-se na prática de medicina
militar, sob a orientação do cirurgião naval Major Alexandre Poteleret,
prestando assistência aos marinheiros que sofriam na boca os estragos do
escorbuto que à época grassava entre os embarcadiços.
Poteleret, que há anos estudava as doenças bucais,
estimulou Fauchard a realizar investigações sobre as descobertas de seus
antecessores na arte de curar.
Após quatro anos embarcado, deixou a Marinha, tendo
passado a residir em Angers, onde montou consultório dentário. Nessa cidade,
que à época constituía destacado centro universitário, adquiriu grande fama
como Dentista sem, todavia, ter frequentado nenhum curso.
Posteriormente, mudou-se para Paris, onde graças à
sua excelente atuação profissional, se consagrou como o mais proeminente Dentista
de toda a França.
Leitor voraz e ávido por ampliar seus
conhecimentos, cultivava imenso entusiasmo em aprender e compartilhar o saber
com outros.
Era, com frequência, solicitado por eminentes
cirurgiões gerais para consultas e pareceres relativos aos dentes e à cavidade
bucal.
Antes de Fauchard, os Dentistas eram chamados
“dentateurs” (fabricantes de dentadura), e poucos dentre eles faziam extrações
dentárias.
Os barbeiros, àquela época, verdadeiramente
cirurgiões, além de especialistas em aplicar sanguessugas na realização de
sangrias, extraiam dentes.
Desde que residia em Angers, Fauchard denominava-se
Chirurgien Dentiste.
A sua prática não de resumia em extrair dentes,
pois os obturava, removia tártaro, assim como procedia à exérese de tumores
benignos da gengiva.
Precocemente, manifestou excepcional habilidade na
confecção de próteses dentárias.
Além de constituir-se o primeiro profissional
dedicado à atuação dentária a considerar a Odontologia como uma arte e uma
ciência, em vez de mero trabalho exercido por pessoas habilidosas. mas sem
estudo, foi igualmente pioneiro em manifestar-se favorável às medidas
preventivas, recomendando a escovação dos dentes e o uso de enxaguatórios
bucais.
Descreveu muitas próteses dentárias e métodos de
substituir a perda de alguns ou de todos os dentes. Colocava dentes artificiais
de blocos talhados em marfim, de osso ou de dentes humanos, mantendo-os fixados
a dentes hígidos com fios de ouro.
Em 1723, Fauchard concluiu a sua obra Le
Chirurgien Dentiste, todavia, somente após
cinco anos, em 1728, esse valioso compêndio foi publicado, em francês, reunindo
em 2 volumes, 863 páginas. Duas outras edições vieram a público em 1746 e 1786.
Sua tradução para o alemão surgiu em 1773, tendo somente em 1946, sido
traduzida para o inglês.
Le
Chirurgien Dentiste alcançou, à época,
considerável repercussão pelo fato de se constituir num verdadeiro marco na
evolução da Odontologia. Pelos conceitos científicos introduzidos valeu a
Pierre Fauchard o epíteto de Pai da Odontologia Moderna.
Vale destacar que esse valioso livro, que encerra
incomensurável soma de conhecimentos, antecipou-se 122 anos ao surgimento da
primeira Escola de Odontologia do mundo – Baltimore College of Dental Surgery –
sucedido nos Estados Unidos da América do Norte, em 1840.
Seu falecimento ocorreu em Paris, 1761, aos 91
anos.
Um exemplar de Le
Chirurgien Dentiste, em 2 volumes,
encontra-se em exposição no Museu
Benito Vasconcelos Tavares, da Academia Cearense
de Odontologia, doado pelo colega e Confrade Thales Magalhães, Diretor do Museu Salles Cunha, da Associação Brasileira de Odontologia/Seção Rio
de Janeiro, e também Titular da SBDE.
LUIZ MANOEL DE FREITAS
Natal/RN
Idealizador / Superintendente Técnico do
PROJETO REVIVER (Parceiro)
NELSON RUBENS MENDES LORETTO
Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE
1º Secretário da SBDE
1º Secretário da SBDE
MÁGOA
Hábil, a mágoa disfarça-se se utilizando de argumentos bem
urdidos para negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento.
Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa,
que, gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz
desequilíbrio no mecanismo psíquico com lamentáveis consequências nos aparelhos
circulatório, digestivo, nervoso…
O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento.
Suas ideias, suas aspirações constituem o campo vibratório no qual transita, e
em cujas fontes se nutre.
Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas,
a mágoa consegue isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos
socorros externos, procedentes de outras pessoas.
Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que
conspiram contra a tua paz. O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu
revide.
Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras
e não é justo que te afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.
Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa,
reage, mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem
considerando ofensores.
Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás
acima das viciações mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que,
infelizmente, se alastram pela Terra de hoje, pestilenciais, danosos,
aniquiladores.
Incontáveis problemas que culminam em tragédias
cotidianas são decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando
comércio do sofrimento desnecessário.
Se já registras a modulação da fé raciocinada nos
programas da renovação interior, apura aspirações e não te aflijas. Instado às
paisagens inferiores, ascendo na direção do bem.
Malsinado pela incompreensão, desculpa. Ferido nos melhores
brios perdoa.
Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade
do bem, não terás outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que
a mágoa estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província
infeliz.
Quando estiveres orando, se tiverdes alguma coisa contra
alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas
ofensas.
– Marcos: 11-25.
Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim!
Exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isto, meus caros
filhos, prova melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta
máxima do Eclesiastes: A felicidade não é deste mundo. Evangelho
segundo o Espiritismo, Capítulo V – Item 20). Pense nisso!
Obra: Florações Evangélicas - Autora espiritual:
Joanna de
Ângelis Médium: Divaldo Pereira Franco
PAULO JOSÉ MORAES DA SILVA
Maceió/AL
Professor de Cirurgia - Aposentado da
UFAL
EU
VI UM ARACUÃ!!!
Sentado, contemplando a natureza e as galinhas vi,
voando e aterrissando no terreiro um Aracuã, talvez para comer, até porque
existem comedouros espalhados pela área, para que as aves, na hora que quiserem
degustar, possam enfim fazê-lo com plena liberdade.
Fazia tempo que eu não via um Aracuã! Nós sabemos que
o Brasil é o país das aves, não é à toa que observadores do mundo todo vêm ao nosso
País, com suas máquinas fotográficas telescópicas, observar e cadastrar
espécies raras onde seu habitat preferido é aqui.
Segundo as fontes pesquisadas, existem mais de 1.900
espécies que se distribuem por todo o País, e a tendência deste número é
aumentar.
Existem vários tipos de Aracuãs a Ortalis remota,
Ortalis guttata, nativas da floresta Amazônica. A partir de análises e
pesquisas feitas por ornitólogos, foi constatado que a espécie encontrada no
norte de São Paulo não seria apenas uma subespécie, mas uma ave rara, exclusiva
e restrita da região noroeste de São Paulo.
São consideradas subespécies as populações de aves
que embora possam diferenciar em alguns detalhes, como tamanho e coloração, são
muito parecidas e, muitas vezes, ocorrem em regiões distintas,
afirma o ornitólogo Luciano Lima.
A mudança de “status” dessa ave se deve à uma nova
avaliação sobre as subespécies. Muitas subespécies de aves brasileiras foram
descritas há mais de 100 anos e, recentemente, os ornitólogos as estudam com
técnicas mais avançadas, incluindo análises genéticas e do canto, por exemplo.
Os resultados desses estudos têm apontado que as
diferenças entre muitas subespécies são muito grandes, o que faz com que sejam
elevadas ao título de espécie!!!
Pelas características da plumagem a mesma se enquadra
na (Ortalis remota), e deve ser macho, medindo cerca de 50 centímetros, com
barbelas e uma pequena crista vermelha.
Possui as penas marrons na região do peito, costumam
viver aos pares ou até em pequenos bandos em mata perto de nascentes, na beira
d’agua.
Acho que foi atraído pela criação de patos que tenho
com tanque para se banharem, pés de fruteiras e uma grande mata ao redor do
condomínio.
Como uma norma do condomínio, é manter as árvores já consideradas velhas
com grande oferta de cupins e insetos atrativos para sua dieta.
Esse está só, demonstra não ser brabo, e pode ter
fugido de algum cativeiro; são parecidos com os jacus, jacuaçu, jacutingas e os
mutuns, que há bem pouco tempo estavam extintos do nosso habitat.
Antes do anoitecer, e talvez por ter saciado sua fome,
ele fez voo para as árvores da densa mata que fica atrás do quintal de nossa
casa.
Seu aspecto geral é semelhante a um faisão com asas
arredondadas e cauda relativamente longa. As patas são relativamente curtas e
amarelas. São aves barulhentas e seu canto é semelhante a um cacarejo.
Enquanto durou a surpresa, foi bom rever essa ave que
há mais ou menos uns vinte anos não via, achava até que já estava extinta,
Obrigado, Mãe Natureza, por seu espetáculo no final
de tarde!!!
THALES RIBEIRO DE
MAGALHÃES -- Rio de Janeiro
Diretor do Museu
Odontológico Salles Cunha
(ABO/RJ)
LINDOLFO COLLOR
E
estou em dizer-vos que só quem sobe aos cumes do passado pode divisar com
perfeita clareza todos os acidentes do presente.
Não
julgueis, todavia, que a vida nas montanhas seja em si mesma diferente da que
se conhece na mesmice dos descampados e das várzeas.
A
humanidade é em toda parte igual. Em todos os tempos as ambições são as mesmas,
os mesmos egoísmos, as vaidades, as incompreensões entre os homens, sempre,
invariavelmente as mesmas.
Se
me permitis uma confidência, quero segredar-vos que, ao despedir-me da
planície, uma das minhas maiores ambições seria seguramente a de não ver um
certo número de indivíduos cujos encontros longe estavam de fazer a delícia de
meus olhos...
Não
existem então, indagareis agora, as chamadas grandes épocas da história?
Existem sim.
Mas
o que lhes comunica o sentido da sua grandeza nunca serão as matas rasteiras da
maledicência, nem as lianas da intriga, nem os precipícios da inveja, nem as
tocaias da ambição; e sim, apenas aqueles cumes, solitários na sua dignidade
telúrica, que marcam a altitude de todo o sistema e elevam para sempre as
linhas do horizonte.
São
esses pontos culminantes que condicionam a perspectiva dos tempos.
Tanto
maior uma época histórica quanto mais alto os seus homens representativos.
Dos
acidentes vulgares do terreno, dos seixos do caminho, da poeira das estradas, a
posteridade não se apercebe.
Ref. Livreto comemorativo do Centenário sobre o
autor em 1990-p.17.