quinta-feira, 21 de novembro de 2019

ANEXO DO JORNAL MENSAL - OUTUBRO DE 2019


ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO
Guarapari/ES
Especialista em Marketing e Gestão
Honorário – Diretor de Divulgação

O LIVRO DA FELICIDADE
        
        Na sequência do lançamento das obras do mesmo autor:  O Livro da AjudaO Livro do SucessoO Livro do Amor  e O Livro do Pensar, surgiu este, que é motivo de desejo da maioria dos seres humanos.
        A Felicidade, embora muito procurada, é pouco estudada, e menos ainda compreendida, como se fosse algo simplista, tipo tem, tem, não tem, não tem. Com os 365 pensamentos deste livro será mais fácil entendê-la, conhecê-la e conquistá-la, que é um direito de quem lê.
        Colecionar pensamentos é uma maneira de, em momentos importantes ou decisivos, ter onde buscar mais forças e motivação para atingir os seus objetivos e metas. Dias especiais também merecem pensamentos motivacionais, outra razão para este formato de um pensamento por dia, divididos por temas no mês.

OUTUBRO – AUTORES ITALIANOS

A existência é a eterna procura da felicidade. Provérbio.
01.10 - Quanto mais dificuldades, maior será a felicidade. Cícero (106 a 43 aC)
02.10 - Não é feliz quem não se considera como tal. 
            Públio Sírio (85 a 43 aC)
03.10 - Não busqueis a felicidade fora, mas sim, dentro de vós, caso contrário nunca a encontrareis.  Epicteto (55 a 135)
04.10 - A felicidade depende da qualidade de nossos pensamentos. Marco Aurélio (121 a 180)
05.10 - Felicidade está em continuar gostando do que se possui.  Aurelius Agustinus (354 a 430)
06.10 - Não há nada pior que recordar a felicidade em tempos de dor.  Dante Alighieri - (1.265 a 1.321)
07.10 - Faça o bem a todos que puder, e, cada vez mais, encontrará rostos que lhe darão alegria. Alessandro Manzoni (1.785 a 1.873)
08.10 - Se vires alguém mais rico, não o invejes, porque a riqueza não é certeza de felicidade. 
             Paolo Montegazza (1.831 a 1.910)
09.10 - Viver feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão. Cícero
10.10 - Felicidade dos maus é uma calamidade para a gente de bem. Públio Sírio
11.10 - A felicidade é tanto maior quanto menos a procuramos.
            Alberto Moravia (1.907 a 1.990)
12.10 - A única coisa de valor que podemos dar às crianças é a felicidade.  Leo Buscaglia (1.924 a 1.988)
13.10 - Não há uma estrada real para a felicidade, mas sim, caminhos diferentes.  Luigi Pirandello (1.867 a 1.936)   
14.10 - A felicidade do homem depende de si mesmo. 
           Marco Aurélio
15.10 - A imaginação é a primeira fonte de felicidade humana.
            Giacomo Leopardi (1.898 a 1.937)
16.10 - A felicidade é muito mais rara por culpa dos homens, do que por culpa das coisas. Paolo Montegazza
17.10 - Há quem seja feliz sem coisa nenhuma, enquanto outros são infelizes possuindo tudo. Luigi Pirandello
18.10 - Não há uma felicidade tal que te deixe sempre satisfeito. Públio Sírio
               19.10 - Quanto maior é a sede de felicidade, maior é o 
                prazer em satisfazê-la. Dante Alighieri
20.10 - Aqueles que fazem o bem em grande quantidade, conquistam a felicidade.  Alessandro Manzoni
21.10 - Se estiver infeliz, sentindo-se só, e se achar que as coisas não estão acontecendo, mude. Leo Buscaglia
22.10 - Quem tem a sorte de nascer e viver com felicidade, pode rir até da morte. Luigi Pirandello
23.10 - É mais fácil ter ciúmes de um amigo feliz, do que ser generoso para um amigo que esteja na desgraça.     
            Alberto Moravia
24.10 - As crianças são quase sempre felizes, porque não pensam na felicidade. Paolo Montegazza
25.10 - Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, está em felicidade. Luigi Pirandello
26.10 - As pessoas mais felizes não são aquelas livres de problemas, mas aquelas que sabem lidar com eles.  
             Leo Buscaglia
27.10 - Devemos pensar mais em fazer o bem do que em estar bem e assim também se acaba por estar melhor. 
             Alessandro Manzoni
28.10 - Quanto mais se é feliz, menos se presta atenção na felicidade. Alberto Moravia
29.10 - Cada um deve ser feliz a seu modo, e jamais copiar a felicidade alheia. Paolo Montegazza
30.10 - Felicidade é fazer o bem sem olhar a quem. 
            Antônio Ribeiro
31.10 - Não há barreiras para quem quer fazer os outros felizes. Autor Desconhecido.

DIRCE BERGAMASCO 
São José dos Campos/SP

       OBS.: Continuamos a série de Artigos da nossa ilustre Titular, que aborda a vida e a obra do nosso Patrono, JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER – Tiradentes.
        Quando Presidente da ATO - Academia Tiradentes de Odontologia, ela elaborou um belo opúsculo – Tributo a Tiradentes - base para o atual trabalho, que teve o Prefácio do nosso nobre Titular THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES, Diretor do Museu Salles Cunha, da ABO/RJ, que muito a incentivou e auxiliou, principalmente quanto à preciosa documentação.

AS  RAZÕES  DO  LEVANTE

        “A mineração avolumou-se consideravelmente. A economia da Colônia sofria, como era de esperar e, com tal distorção, vieram medidas administrativas, fiscais, cartas régias e regulamentos sobre a nova riqueza.
        Já em 1700, eram cobrados os quintos, sem cuja prova de pagamento não mais era possível exportar ouro, segundo determinações do Governador Artur de Sá Menezes. Mas a ganância dos dirigentes lusos, diante do vulto das minas, levou-os a exigências mais absurdas, com a finalidade de prender o ouro e subtraí-lo o mais possível dos que o exploravam na terra. E é justamente por isso que, em 1713, o então Governador Baltazar da Silveira, tenta construir as casas de fundição, para evitar a saída ou a circulação do ouro em pó.” [SIMONSEN. Roberto História Econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves. 1995].
        “A expressão “santo do pau oco” data dessa época, quando imagens religiosas eram preenchidas pelo rico metal, e assim burlavam a fiscalização. Uma das razões da expulsão dos jesuítas.
        Contra essa medida (casas de fundição), levantaram-se os mineradores, opuseram-se ferozmente a ela, ficando por isso assentado o pagamento de uma TINTA de trinta arrobas anuais, como conciliação. Mas essa resolução foi logo alterada, dado o entrave às discussões que surgiam, estabelecendo-se em 1718, que aquele imposto seria de 25 arrobas. Os administradores portugueses, achavam, porém, que o único meio de tirar mais ouro do produtor seria mesmo a casa de fundição. Tal ideia, tão estapafúrdia, quanto arraigada na Corte, acabou por tornar-se vitoriosa em 1725. Era, sem dúvida, uma extorsão o que se ia praticar.” [CALÓGERAS, Pandiá. Formação Histórica do Brasi. Rio de Janeiro. Ed. Itatiaia – 1946]
        “Gomes Freire de Andrade, em 1735, resolveu fixar essas cobranças, e padronizá-las em 4,75 oitavos ou 17 gramas por escravo. Os nascidos nas minas, com menos de 14 anos ficariam isentos. Isso renderia à Corte 113 arrobas por ano. Mas D. José II não aprovou esta norma e fez estabelecer a cobrança do quinto em barras.” [PINTO, Luís. Uma Interpretação da Inconfidência Mineira. Rio de Janeiro: Ed. Alba, 1961].
        O lado mais odioso desse imposto era onerar a parte mais pobre da nascente Capitania.  Os mineradores viviam sempre revoltados com essa cobrança extorsiva. E isso fazia com que o fenômeno da rebelião continuasse latente em Minas Gerais, devido principalmente à ganância da Metrópole.
        O sangue do povo era sugado das mais variadas formas: dízimos, passagens de rios, direitos de entradas e, finalmente, os quintos sobre o ouro em pó.
        Depois de ensaiar outras formas de tributação como, por exemplo, o imposto por BATES, resolveu a Lei de 11.02.1719, para evitar o extravio do ouro, proibir terminantemente, sob penas crudelíssimas, que corresse o ouro em pó na Capitania, devendo todos os exploradores enviá-lo às casas de fundição, para ser fundido e quintado.
        Só o ouro em barras, deduzido o quinto, pertencente ao Rei, isto é, 20%, podia correr, devidamente tocado, e à razão de 22 quilates, contendo em cada barra gravado o seu peso, assim como o sinete real, a data e a casa de fundição de onde saísse.
        Assim, em 1759, foram arrecadadas 116 arrobas. A partir de 1766, foi caindo a produção, rendendo 70 arrobas em 1777, (....)”  [SIMONSEN, Roberto, op. cit.]
        Em 1775, uma ordem Régia mandava incluir nas despesas próprias, uma taxa para funcionários reinóis subalternos. Fechavam-se os caminhos e veredas. Proibia-se a passagem de qualquer pessoa pelos rios Doce e Cuieté.
        Em 1776, eram mandadas destruir as oficinas de ourives, e proibia-se também a construção de novos engenhos de açúcar, a fim de não ocupar o braço cativo que deveria ficar exclusivamente a serviço do ouro.
        A escassez de minérios já se fazia presente; tanto tiraram, que começava a faltar, mas a Corte Portuguesa queria manter os mesmos padrões de riqueza, então começou a tomar medidas drásticas contra os habitantes da colônia: além dos impostos sobre a mineração, proibiu toda e qualquer tecelagem; proibiu a nascente indústria da fundição (instrumentos para o cultivo da terra); expulsou os jesuítas, no intuito de manter a dependência econômica dos produtos importados e evitar o contrabando do ouro pelos religiosos e outros.

EDUARDO  SOUZA
Rio  Branco/AC - Colaborador
Cirurgião  Dentista  - Natalense - Cinéfilo

O PASSAGEIRO DA CHUVA 
LE PASSAGER DE LA PLUIE (1970)
Pontuação do Público: 7.0
        
     O “brucutu” do cinema americano, Charles Bronson, a essas alturas, já consagrado, foi convidado para fazer um filme na França, mesmo sem falar o idioma.
       Suas falas foram dubladas. Numa parceria cinematográfica de memoráveis desempenhos, contracenou com a atriz francesa Marlene Jobert, na época, menina dos olhos das terras de Voltaire.
        Debaixo de uma chuva considerável, um estranho e único passageiro desembarca de um ônibus, numa pequena vila no interior da França.
        É notado por uma observadora através de uma vidraça molhada, e logo desaparece, para voltar à cena minutos depois, praticando uma violência que vai nortear a história, ao longo do filme.
        A vítima, que tem o excêntrico nome de Melancolie, resolve por, conta própria, punir o agressor, e não permitir que o fato venha a público.
        Essa atitude não a deixa confortável, mas é a única que lhe parece viável, dadas as circunstâncias. Acontece que um terceiro personagem, toma conhecimento do ocorrido, e por vias nada tradicionais, age para desvendar o enigma.
        Para isso, aborda Melancolie, se vale de gentilezas, e também de comportamentos rudes, para chegar a um objetivo que não é necessariamente o mesmo da agredida.
        A identidade e os anseios do terceiro elemento, vão sendo mostrados lenta e gradualmente, sempre com a desconfiança da vítima da agressão, que sempre nega tudo, e tenta ao máximo, despistar o inquiridor, que lhe provoca e questiona, sem dizer com clareza as suas intenções.
        Personagens coadjuvantes se inserem no ritmo da película, trazendo reviravoltas e despertando curiosidade, aumentando o interesse em ver o desenlace final, que satisfaz. Um sucesso do cinema, considerado como um dos melhores papéis de Mr. Bronson, que tinha uma opinião bem pessoal sobre os críticos de cinema.
        Nos anos 70, quando fez a série de filmes DESEJO DE MATAR, ofensivos comentários sobre seu trabalho foram publicados. Ao ser indagado sobre tais avaliações, ele ironizava desdenhando: - Críticos NÃO PAGAM INGRESSOS!   Nada mais, Bronson!! 

FARID ZACHARIAS
Rio de Janeiro/RJ
Academia Brasileira de Belas Artes
Cadeira nº 03

AS LIÇÕES DE ECONOMIA LÁ EM CASA 
ERAM AO VIVO!

        Essas lições de Economia, lá em casa, eram de fato ao vivo, ensinadas pela mamãe, que veio ao Brasil, da Síria, de família pobre, que cultivava a terra para sobreviver.
        Tinha quase 15 anos, prometida para se casar com papai, quando tivesse a maioridade. Veio, acompanhada dos pais, da irmã mais nova e da prima.
        Começou a ler, a escrever e fez também um curso de corte e costura (bendito curso que garantiu a nossa subsistência!), com a Professora Madame XXX.
        Era um curso muito conhecido, no centro do Rio de Janeiro. Nas aulas, a Professora dizia que eram necessários 3m50cm de pano para se fazer um vestido. Mostrava como se cortava e como se fazia, utilizando aquela metragem.
        Mas mamãe, com um tecido semelhante, da mesma largura, conseguiu fazer o mesmo modelo, utilizando somente 2m80cm, economizando assim 70cm. Mostrou à Professora, utilizando a largura e alguns outros detalhes, para fazer economia, então ela aprovou e elogiou a aluna. Com isso, ela ganhou o cargo de Gerente do curso.
        Depois que se casou, largou o cargo de Gerente, e ficou com papai na loja de fazendas, para fazer vestidos prontos e sob medida.
        Papai havia largado o emprego para tentar a vida, por conta própria, ao lado da mamãe.        Com um bom trabalho e um preço barato, foi um sucesso. Quando o vestido era sob medida, ela o aprontava para o dia seguinte.  Ganhava no pano, que era da loja e no feitio.        
      Em pouco tempo, já tinha duas auxiliares como costureiras, porque tinha muito trabalho. O tempo foi passando, já possuíam alguma reserva de dinheiro, e alguns filhos, também. 
        Certo dia, papai falou com mamãe, durante o jantar, que a Dona Bil, queria vender a loja da esquina da Rua  do Retiro         (hoje, se chama Rua Ministro Ari Franco) com a Rua Sul América, que tinha  05 portas, e era ligada a uma boa residência, com um grande  quintal.
        Mamãe mostrou-se interessada e queria saber mais detalhes, porque via uma possibilidade de melhorar de vida, e disse que, logo no dia seguinte, ia falar com a Dona Bil. Papai, disse que estava arrependido de ter falado esse assunto no jantar e que mais tarde, falariam no assunto.
        Na hora de dormir, como a casa era pequena, tivemos que ouvir a discussão entre os dois, coisa que nunca ouvimos, porque eles sempre trocavam ideia sempre em  tom baixo.      - Compro / - Não compra; Vou lá / Você não vai...
        Papai dizia que gostava de dormir sossegado, sem dívidas; então mamãe disse:
        - Você não precisa ir, deixa, eu faço tudo sozinha.
        Diante disso, papai entregou os pontos e disse: 
      - Você é muito teimosa, pronto, está bem, eu vou com você. Aquilo é muito caro para nós, você vai ver!
        E foram falar com a proprietária, que os recebeu com muito carinho. Ela fazia vestidos com a mamãe, Nadim, Alberto e eu, éramos alunos dela no colégio que ela dirigia.
        Mamãe disse que estava interessada em comprar a loja que ela, Dona Bil, queria vender, precisava saber o preço e, se pudesse facilitar um pouco, talvez fizessem negócio.
        Dona Bil, que gostava muito da mamãe, pois via que ela era inteligente, lutadora e boa mãe, disse que estava contente de recebê-los, e que ia facilitar as negociações. Papai, ouvindo isto, deu um suspiro, aliviado.
        Em relação ao preço, que era X, disse Dona Bil: - Vou baixar para X menos Y, isso para a Senhora e em relação ao pagamento, como é que a Senhora quer pagar? Papai deu um leve sorriso e todos entraram em entendimentos.
        Mamãe agradeceu e ficou de voltar à noite, para dar algum dinheiro de sinal, e fecharem o negócio. Papai, disse à mamãe ao saírem que, com ela (mamãe), o negócio ficou mais fácil, graças a Deus! E, assim, compraram o imóvel.
        Mamãe não era formada em Economia, mas tinha a visão da coisa, do problema.
        Assim, foram vivendo, cuidando dos filhos, que eram 07, da alimentação, saúde, da loja, da vovó etc.
        Na primeira vez em que papai precisou de dinheiro, mamãe lhe deu 05 caixas de sapato cheias de moedas e notas, da economia diária que ele lhe dava para fazer compras, e ela guardava o troco. Deu para pagar e ainda sobrou...
        Esse problema se repetiu algumas vezes, e mamãe o socorria.
        Por eu ter uma mãe assim, foi que escrevi no quarto livro Até perece que papai do céu me ouviu e me atendeu, onde eu pedia que, quando casasse, Deus me mandasse uma esposa igual à mamãe, baixinha como a mamãe, boa esposa como a mamãe, inteligente como a mamãe, enfim, eu queria uma cópia Xerox da mamãe. 
        Nós fomos abençoados por termos uma mãe assim.   MUITO OBRIGADO, MEU DEUS!!!

IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO
Belo Horizonte/MG
Academia Feminina Mineira de Letras
Presidente-Coordenadora da AJEB/MG
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil

DESENHO  ANIMADO:  O BICHO DA FLORESTA
Conheçam o mais novo e aplaudido trabalho desta versátil Titular:

JOSÉ ANSELMO CÍCERO DE SÁ 
Rio de Janeiro/RJ
Academia de Artes, Ciências e Letras do RJ
Cadeira nº 29 - Patrono: Quintino Bocaiúva

                    REMÉDIO PARA O DESCOMPENSAD0

ANDO DESCOMPENSADO
MAS O MOTIVO, NÃO SEI BEM, 

 SÓ SEI É QUE ME DESCOMPENSO 
 E ISTO NÃO ME CONVÉM.

PRETENSO ESTUDANTE QUE SOU 

 DO “EVANGELHO CRISTÃO”, 
 CADA VEZ MAIS ME ATRASO 
 NA MINHA EVOLUÇÃO.
FAÇO ESFORÇO PARA ME CONTER, 
 MAS É DIFÍCIL PARA MIM, E ÀS VEZES EU ME PERGUNTO: POR QUE EU PROCEDO ASSIM?

NÃO QUERO CULPAR A NINGUÉM 

 NEM MESMO AS AGRURAS DA VIDA, 
 PORQUE DEPENDE SOMENTE DE MIM 
 VIVER A VIDA BEM VIVIDA.

CADA UM TEM SUAS PROVAS 

 OU ENTÃO EXPIAÇÕES, 
 MOTIVO PORQUE NECESSITO 
 CONTER AS MINHAS EXALTAÇÕES.

NÃO TENHO NENHUM DIREITO 

 DE TENTAR FERIR A NINGUÉM, 
 MUITO MENOS AQUELES ENTES 
 A QUEM MAIS EU QUERO BEM.

PORÉM, ÀS VEZES ISSO OCORRE 

 MALGRADO A MINHA VONTADE, 
 PORQUE NO FUNDO, NO FUNDO... 
 NÃO FAÇO ISSO POR MALDADE.

TALVEZ POR AÍ ME CONVENÇA

DE  QUE A DOUTRINA QUE SEMPRE ESTUDEI
, A CADA DIA QUE PASSA 
 DELA SEI QUE NADA SEI.

PRECISO NÃO SER IMPULSIVO

 DEVENDO APENAS OUVIR E CALAR, 
 QUANDO ISSO ACONTECER 
 VOLTAREI A ME COMPENSAR.

MINHA CURA NÃO SE DARÁ 

 NEM MESMO COM “LEXOTAN”, 
 O REMÉDIO PARA O DESCOMPENSADO
 É A DOUTRINA CRISTÃ.

SÓ ASSIM, ENCONTRAREI 

 DEUS ATRAVÉS DA ORAÇÃO, 
 ROGANDO-LHE QUE ME CONCEDA
 MUITA PAZ NO CORAÇÃO.
JOSÉ ROBERTO DE MELO  
Em Memória
COMO ENTREI NA HISTÓRIA DE CORTÊS/PE
{ CONTINUAÇÃO }

CAPÍTULO 104 - Acho que já contei: Estávamos na campanha pela criação do Município de Cortês, procurando divulgar na imprensa o Distrito desconhecido. Os jornais tinham diariamente uma página dedicada às comunas do interior.
    Conseguíamos um artigo de um jornalista amigo e ficava nisso. Precisávamos de uma colaboração contínua. Resolvi tentar eu mesmo. Escrevi um artigo, e fui ao Diário de Pernambuco. Lá encontrei dirigindo a página desejada Waldimir Maia Leite, meu antigo colega no Ginásio Diocesano de Garanhuns. Tive o artigo publicado, e saí Correspondente do Diário, em Amaraji.
       Depois da emancipação fui ainda Correspondente do Jornal do Commercio e da Folha da Manhã, em Cortês. Para divulgação do novo município criei o jornal local A Cidade, e ainda hoje me comove encontrar exemplares desse periódico nas mãos de saudosista, como Zalba Borba, depois de mais de meio século de extinto.
        Foi por Cortês que me fiz "Jornalista", em uma época em que ainda não existia escola de jornalismo. Quando as escolas surgiram, os jornais suprimiram as páginas municipais, por problemas financeiros. Os jornalistas que se encontravam em exercício quando a profissão foi regulamentada, tiveram seus direitos assegurados. Um amigo me alertou. Eu publicava em três grandes jornais da capital, semanalmente, matérias assinadas, editava um jornal, e ainda colaborava em outros jornais do interior como A Voz de Amaraji.
        Era justo que fosse contemplado com o registro. Requeri. Negaram-me. Alegação: Eu não era remunerado pelos jornais da Capital e do jornal de Cortês - eu não era jornalista, era proprietário de jornal. E nem procuraram saber que eu redigia quase todo o jornalzinho.   Fui aconselhado a procurar Audálio Alves, Advogado do Ministério, que era meu amigo, para reverter a decisão. Deixei pra lá. Fui jornalista para servir a Cortês. E Cortês já estava emancipada. Mas o vício pega. Andei escrevendo crônicas e uns contos pela aí.
        Escrevi uns livros. Fundei com uns colegas a Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores, e eles me deram me deram dois títulos: Presidente de honra e Orador. Este último que Cortês me negou como escrevi outro dia. A última proeza foi o romance Medalha de Carne, passado em parte na Usina Pedrosa/Cortês que o leitor pode encontrar no estande da Bagaço, na feira de livros que se realiza no Centro de Convenções.
CAPÍTULO 105 - Tive de estudar bastante para bolar o brasão de Cortês. A heráldica tem suas regras intransigentes, tem seus símbolos. As cidades, por exemplo, são representadas por uma fortaleza sobre o escudo. No brasão de Cortês, que foi oficializado por lei municipal, a fortaleza repousa sobre um escudo português, e são representados o rio e as colinas.
        Pois bem. Este escudo foi alterado por um ignorante afoito que transformou o escudo, consagrado universalmente, em um perfil de penico, subtraiu os símbolos, enfim, criou uma porcaria, que não sei como, foi compartilhada por gente honesta que entrou nessa, envergonhando a cidade. Até Severino Moura, no seu livro CORTÊS Cidade do rio e das serras, estampou o tal monstrengo, dizendo que tinha sido elaborado por mim. O suficiente para me deixar envergonhado. Eu pediria que quem tem este livro escreva uma nota na página 13, onde se mostra a versão apócrifa do brasão, dizendo que ela é falsa, que não foi isso que José Roberto de Melo elaborou.
        Ultimamente, Anchieta Ferreira providenciou uma restauração do brasão original que está bem satisfatória. Esta versão foi divulgada no facebook. Mas, na placa do posto médico que recebeu o nome de meu pai, Odilon Mello, aparece a famigerada alteração.
CAPÍTULO 106 - Quando o Município Cortês completou 50 anos, eu me enchia de entusiasmo pela comemoração. Essas datas sempre me comoveram. Lembrava-me do Centenário festivo de Caruaru, que eu tinha passado por lá. E pelo 4º Centenário de São Paulo, com a inauguração do Parque Ibirapuera, que eu também tinha visto.
        O cinquentenário de Cortês era coisa que eu não esperava ver, meio século passado depois da luta pela criação da cidade. Muito tempo para a vida de um nordestino.
        Cortês tinha passado de um Distrito obscuro para uma cidade de médio porte. Gostaria de ver a cara do editorialista da Folha da Manhã, que tinha previsto a comuna como um fracasso, para lhe mostrar o município agora em progresso.
        Sonhava um programa grandioso com A Cidade - o jornal, aparecendo em uma edição extra. Tudo um sonho! As autoridades locais da época não se interessaram por minha opinião, nem ligaram para a História do Município. Foi triste...

LUIZ  MANOEL  DE  FREITAS  
Natal/RN  
Idealizador  /  Superintendente  Técnico  
do  PROJETO  REVIVER

NADA COMO FIZ OUTRORA

Já não sofro sob as armações da vida
Como outrora, perturbado pela gélida indiferença.
Hoje trago as rugas dos meus prantos, e meus caminhos
Não mais são desertos arenosos,
Nem meu pensar, lodo do orco
Que ocupou, em tempos idos, a minha imaginação.
Já me ponho à vista de todos, sem medo de me precipitar,
Pois ciente dos meus sentidos,
Já não sonho com os meus fantasmas,
E nem me destruo matando meu próprio pensamento,
Como fiz outrora.
Não pretendo, e nem vou, pela resistência que ostento,
Sofrer sobre metálicas armações que o mundo impõe.
Porque, espreitando a minha sombria cruz,
Lanço olhar para os enigmáticos jardins,
Campos e estradas que me ofertaram ensinamentos confusos,
Verdades obscuras e certezas incertas.
Difícil foi, mas transpus barreiras, rios e mares,
E no ar, abri as asas serenas e firmes como fazem as águias.
Não me deixo confundir como fiz outrora.
Não amo desencontros e fujo dos precipícios,
Com a serenidade de quem passeia à beira mar, 
em final de tarde.
Não por ser um homem inconsequente, mas pela clareza
De que o mundo não é um desenho metafísico magnífico,
Mas um encontro de frustrações, encantos e desencantos,
Sob o comando da Causa Primária do Universo,
E por isso, rico de superações.
Precisei compreender, e compreendi diversos teoremas,
Entre eles, o do egoísmo,
O que me permitiu organizar os meus sofrimentos,
Não multiplicar a minha dor,
Mas sim, a minha esperança e gratidão
De um dia caminhar em um mundo de amor e de perdão.

Coletânea Literária Reviver
Ainda não publicada


NELSON RUBENS MENDES LORETTO 
Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE 
1º Secretário da SBDE

O PRÓXIMO
Emmanuel

        O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha mais próximo do nosso, por divina sugestão de amor no caminho da vida.
        No lar, é a esposa e o esposo, os pais e os filhos, os parentes e os hóspedes.
        No templo do trabalho comum, é o chefe e o subordinado, o cooperador e o companheiro.
        Na via pública, é o irmão ou o amigo anônimo que nos partilham a mesma estrada e o mesmo clima.
        Na esfera social, é a criança e o doente, o desesperado e o triste, as afeições e os laços da solidariedade comum.
        Na luta contundente do esforço humano, é o adversário e o colaborador, o inimigo declarado ou oculto ou, ainda, o associado de ideais que nos surgem por instrutores.
        Em toda parte, encontrarás o próximo, buscando-te a capacidade de entender e de ajudar.
        Auxilia aos outros com aquilo que possuas de melhor.
        Os santos e os heróis ainda não residem na Terra.
        Somos espíritos humanos, mistos de luz e sombra, amor e egoísmo, inteligência e ignorância.
        Cada homem, na fase evolutiva em que nos encontramos, traz uma auréola incompleta de rei e uma espada de tirano.
        Se chamares o fidalgo, encontrarás um servidor.
        Se procurares o guerreiro, terás um inimigo feroz pela frente.
        Por isso mesmo, reafirmou Jesus o antigo ensinamento da Lei: - “ama o próximo, como a ti mesmo”.
        É que o espírito, quando ama verdadeiramente, encontra mil meios de auxiliar, a cada instante, e o próximo, na essência, é o degrau que nos aparece diante do coração, por abençoado caminho de acesso à Vida Celestial.  Pense nisso!

PLACIDINO   GUERRIERI   BRIGAGÃO 
Rio de Janeiro/RJ
Acadêmico  Emérito  da  
Academia  Brasileira  de  Medicina  Militar

ESSE FRANCISCO!
Esse Francisco
Caminha célere para a Santidade,
Revoga o mastro da fama,
Faz da Cruz de Prata a humildade

Os sapatos pretos mostram a discrição,
A roupa papal revela a brancura da sinceridade,
O Solidéu tem o alvo da dedicação,
O sorriso conquista o povo

Francisco Novo, o Novo Francisco,
Recebe os Potentados,
Mas para Si
Não tem Exército!
SHEYLA MARIA RAMALHO BATISTA (*)
Natal/RN

DENTISTA / ARTISTA

Eu dediquei minha vida a duas atividades
Que parecem diferentes, mas que na realidade,
Possuem muito em comum;
são uma só, na verdade.

Falo da Odontologia,
Uma sublime profissão
Que debela dor de dentes,
Repõe os que estão ausentes
E lhes restaura a função.

Falo em Educação Artística
Que o espírito enobrece,
Que ensina a escultura,
O desenho e a pintura,
E o homem engrandece

Estética é para o Dentista
Uma preocupação.
O artista a enfatiza,
Na sua composição.

O artista escolhe as cores
No momento de pintar.
O Dentista as seleciona
Na hora de restaurar.

Ao realizar uma escultura
Habilidade é exigida,
Tanto na mão de um escultor
Como na mão de um artista.

Uma imagem fotográfica
O radiologista obtém.
O fotógrafo é um artista,
Todos sabem, muito bem.

Claro/escuro, nitidez,
Angulação, distorções.
Estes termos são usados
Em ambas as profissões.

Material de moldagem
E também de fundição,
São usados por Dentistas
Como também por artistas.

Linha axial, linha oblíqua,
Simetria, bissetriz,
Estuda-se na geometria
E na Odontologia.

Digam, agora, senhores,
Se eu não tenho razões
De ter, na vida, abraçado
Estas duas profissões?

(*)  Ex-Titular – Sua homenagem ao
DIA  DO CIRURGIÃO DENTISTA - 25.10.

THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES
Rio de Janeiro
Diretor do Museu Salles Cunha-ABO/RJ

EU ESTIVE LÁ...  
INSTITUTO DOS SURDOS E MUDOS
       
           Recentemente formado em 1957, já trabalhava com meu tio, Prof. Ribeiro Filho, como seu assistente.
      Ele me cedia os sábados para meu trabalho no seu consultório, localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro. Note-se que não havia ainda o sistema de semana inglesa, e os sábados eram bem movimentados no Centro. 
        Algum tempo depois, foi criada pelo Governo Federal a Campanha para o Surdo Brasileiro. Através de um amigo familiar, fui enquadrado na Campanha como Dentista, designado para trabalhar no consultório instalado no lindo palacete na Rua das Laranjeiras, o chamado Instituto dos Surdos e Mudos.
        A remuneração era muito baixa e o meu horário era três vezes por semana de manhã. Fui apresentado ao diretor e aos outros dois Dentistas. Meu companheiro de horário era o Dr. Itaquê Azeredo. Havia apenas um consultório montado em sala do corredor interno. Estava fechado.
        Nasceu uma grande amizade com o Dr. Itaquê, pessoa bem-humorada, que já estava em fase de aposentadoria. Levou-me ao consultório. Fiquei estarrecido: abandonado, tinha ainda o equipo fixo de parede, dos anos 30, a cadeira comum da época, um armário, mesinha e um ambiente fechado.
        Em suma: nada funcionava... Ganhei um espaço em um armário no qual mantinha um jaleco e vidros de óxido de zinco e eugenol,  para curativos em surdos com pequenos problemas. O instrumental era deficitário, mas havia possibilidade de fazer um ou outro curativo urgente, e algumas brocas.  O Dr. Itaquê se aposentou, deixando saudades de nossas conversas habituais.
       Examinando o equipo na parede, notei fios soltos, rompidos e oxidados... Substituí alguns, religuei outros. O conjunto funcionou e consegui o uso da peça de mão. Com o funcionamento, foi possível um atendimento às urgências frequentes.      
       O motor, porém, apavorava os meninos, no momento em que o colocava em funcionamento. Era comum abandonarem a cadeira. Devo dizer que a comunicação minha com os alunos era precária pelo fato de serem surdos, e eu não saber a linguagem de sinais manuais, hoje chamada Libras.
        Enfim: ninguém queria saber do Dentista!
    Um dia, uma das secretárias do Instituto precisou da recolocação de uma restauração solta. E me procurou no consultório. Examinei o caso e, com uma broca, limpei a restauração, e precisei retirar restos de cimento na cavidade.       Acomodei a secretária na cadeira, coloquei a broca adequada na peça de mão e levei o conjunto à boca. Quando encostei a peça no dente, ela deu um grito lancinante, saiu da cadeira e, chorando, disse, lembro-me bem: 
        - O senhor me deu um choque no dente... Está doendo...
        E saiu da sala revoltada. Entre desculpas não aceitas, consegui lhe devolver a restauração executada em liga de ouro.
        Estava revelado o medo o e a fama do consultório:  o desgaste emocional do aluno e curto-circuito nas ligações de fios que fiz.
        Logo depois, o Instituto adotou uma política de instrução e trabalho para os alunos. Fui convidado a criar um curso de Prótese Dentária para os surdos.
        Durou 4 meses para os nove alunos que foram inscritos. Difícil a comunicação, laboratório precário e excessivamente quente, não me permitiram um êxito, mas a tentativa foi emocionante!
        A Campanha acabou e um simples papel datilografado colocado na parede, comunicou a minha dispensa depois de quatro anos de presença.
        A grande compensação foi que pude contar dois anos para a minha aposentadoria no INSS, e receber um título de Professor de Prótese Dentária para Deficientes Auditivos.