ANTÔNIO
INÁCIO RIBEIRO
Guarapari/ES
Honorário
- Diretor de Divulgação
QUAIS SÃO OS
MELHORES PASSEIOS PARA INDICAR
AOS TURISTAS
EM GUARAPARI?
É
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verdade que a maioria dos que vêm
à Cidade Saúde, é por causa das praias, mas acontece que praias bonitas existem
em todos os Estados do Brasil, por isso é preciso que os turistas conheçam mais
e melhor as atrações de Guarapari.
Quanto mais conhecerem, mais irão se encantar
e melhor falarão da cidade, até por terem mais o que falar.
Aí é que entram os moradores da cidade, que ao
identificarem um turista, deverão perguntar se já fizeram estes passeios
abaixo.
Hoje o passeio mais procurado é o que melhor
mostra nossa cidade vista por outro ângulo, o do mar - são as escunas. São sete
e na temporada chegam a dez, com passeios de 02 ou 03 horas aproximadamente,
por 35 ou 60 reais.
À tarde e à noite é possível ir perto do porto
das escunas, usando o trenzinho, o segundo passeio mais procurado da cidade.
Além de conhecer alguns dos nossos pontos turísticos são momentos divertidos
com animadores.
Bastante procuradas por pessoas de várias
idades, tanto na Praia do Morro como na Areia Preta, na temporada e feriadões,
as Bananas Boats são passeio e diversão, pois incluem banho e adrenalina
em alta pelas ondas.
Aos que gostarem ou já tiverem feito o passeio
das escunas, existe o passeio às 3 ilhas, que sai às 6h30 e volta às 14 horas,
levando a conhecer as ilhas que mal se avistam desde a praia, por um valor
razoável de 80 reais.
Na mesma faixa de preço e duração, o Atlante
leva para mergulho num navio grego intencionalmente afundado na costa de
Guarapari, para servir de abrigo a peixes e corais, que produzem um espetáculo
único.
Fora d’água, e no período da alta temporada,
está disponível um passeio de helicóptero, de um valor um pouco mais elevado,
que leva emoção por conhecer as belezas de Guarapari num lindo voo panorâmico.
Aos que não gostarem da ideia de voar ou gastar
muito, estão as caminhadas pela Praia do Riacho, Areia Preta à Praia da Fonte e
pela Praia do Morro, onde existem quadriciclos e bicicletas de aluguel.
Quando estiver muito calor, uma boa dica é
passeio a Buenos Aires que dista aproximados 15km e a quase 1.000 metros de
altitude. Além da vista, é possível saborear típica comida italiana.
Todos nós podemos gerar mais turistas e renda.
Basta saber indicar!
EDUARDO SOUSA
Rio Branco/AC -
Colaborador
Cirurgião Dentista -
Natalense - Cinéfilo
FILME: AS SANDÁLIAS DO PESCADOR (1968)
The Shoes of the Fisherman - Votação do público: 7.2
B
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aseado numa obra literária de sucesso, do
australiano Morris West, esse filme, liderado pelo grande Anthony Quinn, junto
com um elenco de peso, trafega em áreas de fé ortodoxa e idealismo prático,
coisas que sempre estarão em campos opostos, mesmo que o objetivo seja nobre.
Cinco anos antes
do filme ser realizado, o livro foi lançado com uma história que se tornaria
profética, pois relata a odisseia de um religioso católico do bloco europeu
oriental, que se tornaria Papa.
Uma mudança
radical para os padrões católicos vigentes, pois há cerca de 400 anos, todos os
Papas eleitos pela Igreja Católica, até então, sempre eram italianos, onde fica
a sede mundial da Igreja, na cidade do Vaticano.
A ficção se tornaria realidade
15 anos depois, com a elevação do Papa João Paulo II, um polonês, em 1978, ao
trono de Pedro.
Na simulação
cinematográfica, vemos na tela um padre russo, dissidente e prisioneiro
político do regime soviético, ser libertado após 20 anos de reclusão.
O próprio
primeiro ministro lhe dá a notícia, e o manda para o Vaticano, na esperança de
que o mesmo possa lhe ajudar em futuras negociações com a Santa Sé, mostrando
de cara um dos paradoxos que a política utiliza também na vida real.
Na viagem para Roma, um padre, de ideias pouco
conservadoras, é designado para acompanhar o ex-prisioneiro, que é recebido
como um herói em terras italianas, e homenageado pelo Papa, que na mesma
ocasião lhe promove a Cardeal, ato que ele tenta recusar, na sua humildade e
simplicidade.
Não sabia ele que
o destino lhe reservava uma grande e totalmente inesperada surpresa.
A morte súbita do
Papa, lhe colocaria no trono de Pedro, após inúmeras e estudadas reuniões dos
Cardeais na famosa Capela Cistina.
Sempre muito
humilde e simples, ele pediu que seus confrades, reconsiderassem a ideia de lhe
conceder a Mitra Papal, mas, rendendo-se às circunstâncias, aceita a missão de
Presidir a Igreja Católica, mesmo tendo enormes dúvidas sobre a sua própria
capacidade de tal empreendimento.
Cenas e diálogos
sagazes são apresentados na tela, e a história se desenrola de maneira
instrutiva, absorvendo nossa atenção.
Convidado para
mediar as tensões entre China e União Soviética, Kiril Lakota, agora Papa, vai
até Moscou, onde é recebido pelo ex-algoz, primeiro ministro.
No encontro de
cúpula, ele reafirma sua condição de não ter todas as respostas, mas insere no
ambiente uma boa vontade de resolver as questões de maneira serena e baseado
nos seus princípios, meio que tranquilizando o hostil chefe da nação Chinesa.
Refletindo o poder
que sua posição alcança, Kiril divaga sobre seus deveres e se sente solitário,
mesmo cercado de assessores de alto nível.
Tomadas de decisões não são tão
fáceis como parecem, quando isso afeta milhões de pessoas, como no seu caso.
Uma reflexão que também ocorre no nosso mundinho mundano, e que atinge pessoas
de todas as facetas da humanidade.
O final utópico,
traz um convite para todos pensarem nos obstáculos que, de maneira universal,
são enfrentados por boa parte da população mundial, e como tentar resolver
essas dificuldades de maneira racional, o que não costuma acontecer na vida
real.
O racional na área
política sempre resvala nos interesses escusos de personagens sombrios.
JORGE DE ANDRADE
MOTA
Porto Alegre/RS
FOLIFOLIN
DEUS DO CARNAVAL (*)
sta história se passa num tempo
remoto, em que não havia histórias. Nem tempo.
No
fundo de um buraco negro, de onde sairia tudo milhões de anos mais tarde, mas
antes disso, havia aldeiazinha pequenina, nascida prematuramente.
Havia nela os primeiros seres humanos, nascidos milhões de anos antes do “Homo-Sapiens” ou “Neandertal”.
Contavam-se nos dedos os prematuros, cujas moléculas já haviam se unido entre si , milhões de anos antes do “Big-Bang”.
O mais antigo, chamava-se
FoliFolin. Caracterizava-se, não pela beleza física, mas pela alegria,
entusiasmo. Sua vida e seu caminhar eram uma apologia de dança, embora essa
ainda não fosse conhecida.
Tudo isso
fascinava a mais bela moça da aldeia, loira e linda, chamada For–Linda que à
FoliFolin entregara o coração e, no primeiro e mais belo casamento da
humanidade, no alto de um montezinho, sob uma ameixeira, iluminada pelas ondas
do mar, ambos uniam corpos e corações para sempre. Todos lhes auguravam
felicidade para sempre!!
Mas
não contavam, ingênuos prematuros, que já na pré–história existiam as
Cassandras do mal, que entre risos malignos, profetizavam: - Isto não durará
dois anos!
E
assim foi. Dois anos depois, ao nascer do primeiro filho, a constituição frágil
dos pulmões de For–Linda não resistiu, e ela, loira e linda, partiu da vida
terrena aos vinte anos, deixando como lembrança seu filho Arlequim.
Este
herdara toda a beleza da mãe e, desde jovem, arrebatava o coração de todas as
meninas da aldeia. Mas
não herdara a alegria e a vivacidade do pai. Parecia preocupar-se todo o tempo
com sua aparência e beleza física. Era um Narciso prematuro...
FoliFolin,
após algum tempo ferido pela morte de seu amor, recuperou toda sua pujança e
alegria. Era da natureza dos que renascem mais fortes, quanto mais profundos os
golpes que sofrem do destino. No fundo de seu Genoma morava a felicidade.
Sua
solidariedade para com todos da aldeia era comovente; parecia almejar que todos
fossem felizes, senão ele não seria. Todos o estimavam profundamente!
Em
especial, acompanhava com carinho a três jovens que estavam sempre juntos,
brincando, passeando e sonhando.
Dois
ele vira nascer: Arlequim, seu filho, uma graciosa menina prima deste, imagem
de uma pombinha branca, por isso conhecida pelo nome de Colombina. E,
completando o trio, uma figura enigmática. Magro, esguio, ao contrário de
Arlequim, sempre usava roupas escuras e algo sombrias. Manto negro com 4
bolinhas brancas.
Seu
rosto, nem bonito nem feio, parecia, principalmente no olhar, guardar mistérios
mais profundos que o buraco negro.
Ao
contrário de Arlequim e Colombina, que eram primos, ele chegou mais tarde, já
na puberdade.
Não se sabe de onde, pois não falava, era
mudo. Mas, como no futuro haveria na França pequenos bonequinhos que, mediante
o ligar de molas, dançavam sem parar, chamados de Pierrot, como o jovem vivia
dançando, chamavam-lhe de Pierrot.
FoliFolin
tratava-o com carinho e à Colombina como se fosse um irmão. Arlequim, ao contrário,
tratava-o com desdém e o humilhava sempre que podia, pensando: - Por que
este pobre enjeitado veio intrometer-se na minha família?
FoliFolin,
que era supersensível, ao observá-lo, pensava consigo: - Que ser humano
notável este rapaz! Nenhuma linguagem falada nos conta um milésimo do que seus
olhos nos dizem; sua vida está escrita no seu olhar.
Mas, apesar de haver
sofrimentos, separações, solidão eterna, há algo no fundo de seu olhar que nos
mostra, como numa pintura, a suprema beleza da tristeza de uma saudade. Se a
frase de um grande poeta do futuro (Vinícius) estiver correta, Todo poeta só é
grande se for triste, então este jovem é o primeiro e maior de todos poetas.
E quando ele contempla Colombina? Todas as
mais belas histórias de amor que ainda não aconteceram, estão neste olhar:
Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa, Tristão e Isolda, Katty e Hetclif.
Enquanto ele coloca tudo isto a seus pés, Colombina, como as infelizes mulheres
que “só amam o que se vê”, está vidrada na última vestimenta de Arlequim com
cores rutilantes e botas de veludo.
FoliFolin
notou que após a morte de For-Linda, havia uma grande melancolia em toda a aldeia.
Como ele, para ser feliz. precisava fazer outros felizes, resolveu inventar uma
festa que fosse pura alegria.
Notou
que havia duas coisas que os tornava felizes: comer bem, cantar e dançar.
Resolveu reunir tudo: carne (era a comida mais apreciada), valsa e marcha (mais
dançadas).
Decretou
que a cada ano, três dias fossem dedicados inteiramente à carne e à valsa:
seriam os dias de Carnaval.
Todos
poderiam, se fantasiar de qualquer coisa, saindo de si mesmo. Estava fundada a
festa que duraria eternamente, e seus adeptos seriam os foliões de todos os
tempos.
Ultimamente,
corria o boato na aldeia de que em breve, com todas as moléculas do buraco
negro fusionadas em seres monolíticos, por meio do “Big Bang”, o buraco negro
lançaria todos por meio de milhões e bilhões de galáxias e corpos celestes, Universo
afora.
Folifolin,
sempre ligado a tudo, soube que todos da aldeia iriam parar num minúsculo
planeta chamado Terra, que já tinha alguns
milhares de anos na história.
Por
meio de sua mente de múltiplos poderes, nosso profeta vidente andou tendo
visões de seu futuro lar.
Foi
se espantando com as vertiginosas mudanças (para pior) que estava ocorrendo
nele. Mortes, guerras, destruições em massa. Derrubavam árvores, destruíam
morros para substitui-los por gigantescos monstrengos de cal e cimento, às
centenas.
Eram como gigantescas catacumbas, onde não se via mais o céu o sol,
nem o mar. E os habitantes, verdadeiros prisioneiros desses monstrengos, iam
cada vez mais se silenciando.
As
grandes invenções da ciência (aviões, automóveis, armas atômicas) matavam mais do
que todas as epidemias juntas. Tudo isso em prol de um novo Deus inventado
pelos terráqueos, o dinheiro.
Folifolin,
lendo livros, notou em alguns autores, cem anos antes, as previsões dessas
catástrofes: o Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), Tempos Modernos
(Charles Chaplin).
Desiludido,
desencantado, Folifolin já estava se decidindo:
- Não! Não levarei meu povo
para viver num calabouço de desgraçados! Nunca!!!’’
Mas, de repente, na tela do cinema do poeta
foi se projetando uma imagem.
Vê-se
ao longe aproximar-se um palhaço de pernas tortas, sapatos e chapéu rotos e
enormes, camisa sobrando para todo lado. Enfim, quase um espantalho.
Sentada
no meio da estrada deserta, pés descalços, vestimenta pobre como a dele, vê-se
uma jovem que parece um anjo de candura, com cabelos curtos esvoaçando,
refletindo o verde do céu, os olhos, ao contrário, parecem não refletirem.
Ele
vem, cabisbaixo, com as mãos entrelaçadas, triste, pois foram despejados da
casinha em que moravam, e fora despedido do emprego.
Vem dar-lhe a notícia: - Eles
não têm mais nada!
Senta-se
ao lado dela e a câmera se fixa no rosto dele. Os olhos tristes começam a
contar a história, mas, à medida que a fita, a adoração que sente por ela vai
lhe suavizando e, apesar das notícias tristes, vai expressando o sentimento
mais sublime que existe: a contemplação da mulher amada.
Folifolin
murmura: - Meu Deus! É o rosto de Pierrot a contemplar Colombina!’
Agora, a câmera fixa-se no rosto angelical da moça, cujos olhos,
paradoxalmente, não brilhavam, opacos, vazios. Emocionado, Folifolin gritou: - Ela é cega!!
Mas,
como um milagre, a partir do momento em que ela ouve o relato dele, a sua
bondade, o seu amor para com ela, cores mais belas que o arco-íris, vão
emergindo de suas órbitas. Ela está vendo! Não a figura dele, mas a beleza que
seu coração sente por ela.
A
única beleza que nunca morre. Então, abraçados, dão-se as mãos e vão se
afastando até o fim da estrada que nunca terá fim. A estrada dos corações que
se amam, que fica além, muito além das Luzes da Cidade. (Charles
Chaplin)
Folifolin
pensa: - Com este casal feito de amor e mais Pierrot e Colombina, salvarei
qualquer mundo do Universo. Mas onde encontrá-los?”
A
seu lado, ouve-se uma voz de homem-menino que diz:
- Irmão, fui informado
pelo grande cantor Franklin Dias e pelo notável declamador Norberto Castro que,
pela única vez nestes milhões de anos-luz, eles vão se encontrar numa peça
musical chamada “Uma noite encantada”, que vai ser encenada amanhã no chalé da Praça
XV, em Porto Alegre.
Folifolin
se ajoelha ao agradecer e diz: - Amanhã???? Temos de ir depressa e, por meio da magia,
remove Carlitos e sua amada da tela e, agarrando no braço do personagem diz:
-
Serás nosso guia, já que viveste em Porto Alegre 70 anos!
E,
pegando carona numa nuvem veloz, rumam ao chalé.
A
peça está chegando ao fim. Pierrot e Colombina na soteia do chalé, enlaçados,
estão terminado a Dança do Mascarados (Chico Buarque).
Quando eles tiram
as máscaras, revelando-se, Folifolin diz-lhes:
- Filhos, agora, por esta
nuvem que está se formando por cima do Mercado Público, levarei vocês, mais o
casal aqui do lado, para a estrada de Aldebarã; este mundo da Terra, cheio de
ódio, rancores, guerras sem fim, está em agonia, em breve desaparecerá.
Lá
em Aldebarã, um mundo virgem, sem
maldades, espera por vós, lá impera a ingenuidade, a bondade, lá onde se vê a
beleza do amor que nasce no coração, o único que não morre, sem precisar de
olhos, a luz da alma os sente.
Esta luz sublime e eterna sobreviverá a todos os
Universos materiais...
Lentamente,
a nuvem vai decolando, e os cinco dão adeus aos assistentes do chalé.
No
centro deles, abanando, dizem docemente:
-
Ide com Deus, irmãos, que seu mundo seja feliz. Em breve, estarei com vocês...
É
a figura do santo poeta, o imortal operário das letras:
Nelson Fachinelli
(*) Conto em homenagem a Nelson Fachinelli, o santo poeta pela saudade dos
anos de sua ausência.
LUIZ
MANOEL DE FREITAS
Natal/RN
Superintendente
Técnico do Projeto Reviver (Parceiro)
NELSON RUBENS
MENDES LORETTO
Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE
1º Secretário da SBDE
1º Secretário da SBDE
CARTA
DA MÃE TERRA
P
|
erdoem-me, meus filhos, mas eu estou doente!
Tentei
incessantemente avisá-los de que estávamos seguindo por um caminho desastroso,
mas vocês estão sempre muito ocupados para ouvir os meus apelos.
Sinto muito causar-lhes dor ou sofrimento, pois nunca
tive esta intenção.
Acolhi cada um de vocês com todo amor e beleza que me
foi possível oferecer, mas hoje estou doente, muito doente e preciso da ajuda
de cada um de vocês para me restabelecer.
Foi uma parada abrupta eu sei, mas não tenho opção,
sou tão vítima quanto vocês.
Preciso me recolher, descansar para recuperar minhas
forças, e só posso fazê-lo se vocês também o fizerem.
Ficar restrito aos seus lares deveria ser um momento
de resguardo, de descanso, de recuperação, mas nem todos os lares têm a paz,
respeito, harmonia ou o amor necessário para este momento.
É preciso que vençam seu egoísmo, impaciência,
rebeldia e consigam atender ao meu pedido.
Precisam compreender a diferença entre o supérfluo, o
importante e o essencial; isso é fundamental neste momento.
Eu preciso me recolher, voltar à minha essência de
beleza e pureza nas águas, no ar e na terra.
Vocês precisam se recolher e vivenciar o essencial.
Peço a todos os filhos da Luz: não se desesperem,
pois juntos somos fortes e iremos nos recuperar.
Ajudem-me
com seus bons sentimentos e pensamentos, somos um só, estamos totalmente
interligados uns aos outros.
Ajudem-me para que nosso
Lar volte a ser um ambiente de beleza, harmonia e prosperidade. Pensem nisso!
THALES RIBEIRO DE
MAGALHÃES
Rio de Janeiro/RJ
Diretor
do Museu Salles Cunha ABO/RJ
HISTÓRIA MINEIRA
A
|
ngustura é a
sede de um distrito pertencente à cidade de Além Paraíba/MG, e dista 07 km da rodovia BR-116 (Rio/Bahia), à
altura do Km 800, e tem suas origens nos primórdios do povoamento da Zona da
Mata mineira.
Durante
o Ciclo do Ouro, a região, outrora habitada pelos índios Puris, cujos vestígios
ainda podem ser encontrados em algumas fazendas, era usada como rota por
contrabandistas, para evitar a fiscalização dos “Registros” existentes na
estrada oficial – o Caminho Novo.
Em razão desta segurança tributária, a Mata mineira era conhecida como “Áreas Proibidas”.
Neste
contexto, surgiu o primitivo Arraial de Madre
Dios do Angu, atual Angustura, a partir de um pouso de
tropeiros que trilhavam as margens do Rio
Angu. Nessa época – início do século XIX – começaram a ser distribuídas
sesmarias aos primeiros colonizadores
da região.
Em 27
de março de 1841, o Arraial pertencia à Vila de São Manuel do Rio da Pomba, e
foi elevado à categoria de Distrito, com
o nome de Madre de Deus do Angu,
sendo incorporado à Vila de São João Nepomuceno, em 1842.
Com a
expansão da cafeicultura, através do vale do Rio Paraíba, Angustura destacou-se como grande produtora, e teve o seu apogeu
entre o final dos 1800 e princípios dos 1900.
Os
grandes fazendeiros de então erigiram a sua atual Igreja Matriz, inaugura em
1886, artisticamente decorada por artífices contratados na Côrte.
Ergueram
também, à sua volta, belos solares. O templo e seu entorno integram um
harmonioso cenário, emoldurado pelo verde e pelas montanhas que caracterizam a
silhueta da geografia mineira.
Suas
fazendas possuíram inúmeros escravos e, após a libertação destes, atraíram
muitos imigrantes europeus para o trabalho nas lavouras de café.
Em
1874, o surgimento da ferrovia – Estrada
de Ferro da Leopoldina – não
contemplou, contudo, o Distrito de Angustura.
Posteriormente,
com a criação da antiga rodovia Rio/Bahia, na década de 1930, novamente Angustura se via preterida.
Mais
tarde, com o declínio do café e com o êxodo rural iniciado com o processo de
industrialização do país - em particular, a instalação da Cia. Siderúrgica
Nacional – ocorreu o seu esvaziamento populacional.
Tais
fatos, se, de um lado penalizaram o progresso de Angustura, paradoxalmente, de outro, contribuíram para o resguardo
de parte de seu conjunto arquitetônico original, hoje tombado pela municipalidade.
Muitos
representantes de sua aristocracia cafeeira se notabilizaram na vida pública do
Município, da Província, do Império e da nascente República.
Em Angustura, também tombado pelo
patrimônio municipal, encontra-se o Mausoléu do primeiro Comandante Geral da
Polícia Militar de Minas Gerais, Cel.
Francisco de Assis Manso da Costa Reis.
O pai
do Cel. Assis era o Cap. Valeriano Manso
da Costa Reis, colega de
Regimento de TIRADENTES – por este
citado nos autos de Devassa da Inconfídência – e sua mãe era Dª Ana Ricarda de
Seixas, irmã de Mª Dorothéa Joaquina
de Seixas – a MARÍLIA DE DIRCEU,
musa do poeta inconfidente, THOMAZ
ANTÔNIO GONZAGA.
Outro que
merece destaque é o Dep. Antônio Romualdo Monteiro
Manso, notabilizado por ter sido o primeiro político do Império que se
negou a prestar juramento de fidelidade a D. Pedro II.
Em razão de suas convicções anti-monarquistas, Monteiro Manso conquistou a admiração
do propagandista republicano, SILVA
JARDIM, que visitou ANGUSTURA –
onde sofreu um atentado, em março de 1889.
Em Angustura faleceu, em sua Fazenda
Babilônica o Senador Agostinho
Cezário de Figueiredo Côrtes, que dá
nome à de Senador Côrtes, nesta Zona
da Mata.
São
também angusturenses o grande jurista, de renome nacional, Nelson Hungria; o Dep. Provincial Francisco Cezário de Figueiredo
Côrtes e o ex-Prefeito de Araxá, Fausto Alvim - que também foi Presidente
do antigo IAPC e, em idade provecta, tornou-se escultor, cujo talento é
reconhecido por importantes críticos de arte.
O
Dicionário do Aurélio nos ensina que Angustura
significa: Passagem estreita
entre montanhas.
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