TALENTO LITERÁRIO DE TITULARES E HONORÁRIOS
ANDREIA
PERLINGEIRO BASTOS - Rio de
Janeiro/RJ
Diretora Científica da Associação Brasileira de Medicina Orofacial
LEGISLAÇÃO
EM HARMONIZAÇÃO OROFACIAL (HOF)
A
Harmonização Orofacial ganhou mais força e visibilidade após o seu
reconhecimento, através da Resolução CFO-198, de 29 janeiro de 2019, assinada
pelo então Presidente do Conselho Federal de Odontologia, Dr. Juliano do Vale,
onde a reconhece como Especialidade Odontológica.
Desta
forma, a Odontologia tem muito a ganhar com este reconhecimento, pois se sente
confortável por estar realmente em sua área de atuação e protegida pelo seu
Conselho de Classe.
Embora
essa Resolução seja um ganho para a valoração da Odontologia para além dos
dentes, é necessário compreender todo o processo legal construtivo.
Diante do exposto, relacionamos uma sequência cronológica das principais legislações ao longo de uma década, para facilitar a compreensão dos leitores.
Em,
1932, através do Decreto Federal 20.931, que regula o exercício da Odontologia,
dentre outras profissões, estabelece que o Cirurgião Dentista pode prescrever
anestésicos de uso tópico, e medicamentos de uso externo para os casos
restritos de sua especialidade.
Há
aproximadamente 10 anos, quando a gestação da Harmonização estava só iniciando,
atuávamos com embasamento na Lei Federal 5.081, de 24 de agosto de 1966, a qual
regula o exercício da Odontologia, estabelecendo a prática dos atos pertinentes
à Odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em cursos regulares ou
em cursos de pós-graduação, além da prescrição e aplicação de especialidades
farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia.
Nessa mesma época, nos embasávamos
no Código de Ética Odontológica que, segundo as atribuições específicas dos Cirurgiões
Dentistas, nos garante os direitos fundamentais de diagnosticar, planejar e
executar tratamentos, com liberdade de convicção e nos limites de nossas
atribuições, observados o estado atual da Ciência e sua dignidade profissional.
Eis que em 2005, a Resolução CFO 63,
de 08 de abril, aprovou a consolidação de normas para procedimentos nos Conselhos
de Odontologia, onde a estética se faz presente em determinadas condições,
sendo um fator indissociável para a finalização do tratamento odontológico.
Fica claro nas legislações
vigentes, que a prática dos atos pertinentes à Odontologia, tais como
prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, faz
parte do rol de procedimentos pertinentes à clínica diária dos Cirurgiões Dentistas.
A nossa luta permaneceu por longos anos. Em 2010, através da Resolução
CFO 100, de 18 de março, ressaltou-se a importância dos profissionais de saúde
em buscar pelo interesse e o bem-estar do paciente, baseando-se no respeito
mútuo, na liberdade e independência dos profissionais.
Em 2011, em 30 de junho, foi lançada uma nota oficial pelo Conselho
Federal de Odontologia sobre a utilização da toxina botulínica e o ácido
hialurônico, resolvendo permitir e esclarecer a classe odontológica sobre a
utilização de tais substâncias pelo Cirurgião Dentista.
A
Resolução CFO 112, de 12 de setembro de 2011, resolveu proibir o uso do ácido
hialurônico na Odontologia, e restringir a utilização da toxina botulínica para
fins exclusivamente terapêuticos.
A nossa luta continuou, onde
buscamos seguir com aprimoramentos constantes, baseados nas evidências
científicas.
Em 2014, a Resolução CFO 145 e CFO
146 alteraram a redação de artigos da Resolução CFO 112, permitindo o uso do
ácido hialurônico nos procedimentos odontológicos e da toxina botulínica,
exclusivamente para fins terapêuticos.
Após grande período de questionamento
sobre a proibição do uso da toxina para fins estéticos, entre outros aspectos
importantes que deveriam ser pontuados e esclarecidos à comunidade
odontológica, em 2016, a Resolução CFO 176, de 06 de setembro, revogou as
Resoluções CFO-12/2011, 145/2014 e 146/2014, aprovando outra em substituição,
resolvendo autorizar a utilização da toxina botulínica e preenchedores faciais
para fins terapêuticos e/ou funcionais, desde que não ultrapasse a área de
atuação do Cirurgião Dentista.
Vale ressaltar que a tão questionada
publicidade dos casos clínicos, conhecida como “antes e depois”, foi autorizada através da
Resolução CFO 196/2019, permitindo a divulgação de autorretratos e imagens
relativas ao diagnóstico e resultado final dos tratamentos, sendo obrigatório a
colocação do nome do profissional e número do CRO, seguido da sigla de seu
Estado.
O período longo de gestação da HOF
culminou com o reconhecimento da Harmonização Orofacial como especialidade,
considerando a necessidade de regulamentação da Especialidade, em virtude da
existência de cursos de pós-graduação autorizados pelo MEC, em instituições de
ensino superior, com o objetivo de formar Cirurgiões Dentistas especialistas em
Harmonização Orofacial.
Além de critérios para o registro do
título de Especialista, a Resolução preconiza e regulariza a prática das
técnicas mais comuns realizadas na Harmonização.
Recentemente, tivemos a regulamentação
do Artigo 03 da Resolução CFO 198, que regulamenta a prática de algumas
técnicas cirúrgicas, vedando alguns procedimentos, bem como a realização de
publicidade e propaganda de procedimentos não odontológicos.
Com a Odontologia contemporânea, a
busca por procedimentos de Harmonização Orofacial torna-se cada vez mais
constante e recorrente nos consultórios, tornando-se fundamental o reconhecimento
da Especialidade.
Para
a realização dos procedimentos estéticos orofaciais, o profissional deve se
pautar nas indicações e necessidades reais do paciente, a fim de devolver o
equilíbrio, a harmonia e a funcionalidade do sistema estomatognático, respaldados
pela ética e responsabilidade profissional.
As
boas práticas aplicadas à HOF, garantem procedimentos de qualidade, visando a
segurança de nossos pacientes.
ANÍSIO LIMA DA SILVA - Campo Grande/MS
Professor Titular Aposentado da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
1º Tesoureiro da SBDE
TIO ALONSO E O NEGO D’ÁGUA
Tio
Alonso viveu uma vida longa e simples, quase espartana, apesar do grande
patrimônio que amealhou.
Dentre
outras propriedades, foi dono de uma fazenda às margens do Rio Pardo, o
caudaloso afluente do gigante Paraná, onde presenciou algo por demais extraordinário
e fantasioso.
Contava
que num determinado dia, ao aproximar-se da margem, seu cavalo mostrou sinais
de inquietação, “cruzando as orelhas” e olhando fixo pra frente.
Tio
Alonso então viu a lendária criatura que os sertanejos de todos os rincões deste
Brasil costumam chamar de “Nego d´água, ou Caboclo d´água”.
Com sua
voz calma e pausada, relatava que, por um instante, a criatura negra e
musculosa, sentada numa pedra no meio do rio, o fitou com olhos vermelhos
brilhantes, e a seguir deslizou mergulhando na correnteza.
O dia 19
de março, dia de São José, costuma marcar as últimas chuvas do verão, às quais
muitos se referem como a “enchente de São José”.
Algumas
semanas depois, o Rio Pardo começa a perder o aspecto barrento que lhe dá nome
e passa a ganhar, gradativamente, uma coloração mais clara, de um verde
esmaecido.
Ainda que
não atinja a exuberância, a limpidez e a cor esmeraldina brilhante do seu
irmão, o Rio Verde, o Rio Pardo vai se tornando cada vez menos barrento e mais
esverdeado, à medida que a estação seca avança.
Suas
águas esquentam, a partir de meados de agosto, e então se inicia o melhor
período para a pesca dos pacus, piaus, piavuçus, piaparas, dourados e outras
espécies abundantes nos rios dessa região do sudeste do Estado de Mato Grosso
do Sul.
É também
o início da brotação, e com ela a florada dos ipês, dos jacarandás e de outras
muitas espécies que compõem um mosaico de cores de uma beleza inigualável.
Em um dia
ensolarado e quente, batido pelo vento morno, os ipês das margens despejam suas
flores roxas, brancas ou amarelas, enfeitando a superfície do rio com
belíssimas cores iridescentes, que nem o mais habilidoso pintor seria capaz de
recriar.
Os
macacos costumam frequentar as margens, às vezes, atirando favas e ramos para
afastar intrusos, inclusive raros pescadores, enquanto antas e cervos nadam de
uma margem a outra e um solitário pato selvagem muda de margem num voo
desajeitado e barulhento.
Um enorme
tamboril é ocupado por um casal de urubus-rei que fez seu ninho na copa mais
alta e todo ano é visto no mesmo lugar.
Outras
vezes, em noite quente o brilho da lua cheia refletido nas águas emolduradas
pela mata bem preservada, como um imenso espelho prateado, oferece um
espetáculo de beleza e magia indescritíveis.
Minha
paixão pela natureza e pela pesca, meu gosto por um pouco de aventura, que
persiste teimosamente. mesmo no outono da vida, me leva a navegar por essas
paragens, palco da fantástica história relatada pelo tio Alonso, e me considero
privilegiado por conviver e admirar tais belezas.
Mas devo
confessar que, verdade ou fantasia, a história, associada aos mistérios dessa
natureza belíssima e selvagem, bruta e quase intocada, às vezes, me causa medo
e arrepios. Especialmente em noites de lua clara.
Pelo sim
ou pelo não, vale o dito que reflete a sabedoria popular: Prudência e canja
de galinha nunca fizeram mal a ninguém! !No creo en brujas, pero que las hay, las
hay!
ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO - Guarapari/ES
Especialista em Marketing (PUC)
Master Business
Administration (FGV)
Administrador
(Universidade Mackenzie)
Cronista semanal do jornal
“Folha on line.es”
Honorário – Diretor de Divulgação
ALTA LUMINOSIDADE DO SOL E DA LUA
CURAM MAIS E MELHOR EM GUARAPARI
Praia das Castanheiras
Para resumir, a do sol cura o corpo, a da lua cura
a alma e para completar, a água daqui acalma a mente. O sol não só bronzeia,
como diminui ácaros, fungos e bactérias, causadores de irritações cutâneas.
Na Cidade Saúde, o sol e a lua brilham 300 dias do
ano, dando uma sensação de verão o ano inteiro, principalmente durante o dia e
a brisa do mar espalha saúde, tendo a montanha para retê-la no litoral.
As 52 praias de Guarapari são o palco onde se
processam estes milagres. Para identificar o agente destas curas, basta olhar o
céu que aqui é mais azul e a água que pela cor e transparência, lembram o
Caribe.
A natureza é moldura de tanta beleza, onde até as
estrelas brilham mais e são em maior quantidade. Quem vive aqui tem menos doenças,
inclusive as mentais e vai mais longe, com qualidade de vida para desfrutar a
melhor idade.
O sol do ano inteiro dá uma cor bronzeada natural
na pele, deixando os que vivem aqui e os que passam temporadas inteiras, com
uma aparência mais saudável. Isso eleva a auto-estima e dá mais motivação para
viver e aproveitar.
A lua nas suas várias fases, por ser a beira mar,
deixa mais claras as noites, incentivando o sair para prolongar o dia,
principalmente para os momentos de laser, além de iluminar os caminhos que
conduzem de volta para o lar.
Tudo isso interfere no sono, que aqui é mais
repousante, tanto ao corpo, como para a mente. Na Cidade Saúde, dormir e
acordar são um prazer que se renova a cada dia, fazendo termos sempre mais
disposição.
Quem morou, como eu, 20 anos em Porto Alegre, 15 em
São Paulo e 30 em Curitiba, onde mais da metade dos dias do ano são nublados,
sabe bem disso. A maioria lá anda de carro, ônibus e metrô, sem ver o céu e o
sol.
Pelo frio do sul, andam com muita roupa, caminham
menos, tem a pele mais branca e mais predisposição a doenças, principalmente as
da derme, circulatórias e principalmente as respiratórias.
Aqui o sol nasce todos os dias logo ali na nossa
frente, bem quente. E a lua também aparece deixando o mar iluminado. Um privilégio
viver aqui.
Em Guarapari
se vive mais por se viver melhor!
Fonte: https://www.folhaonline.es/
EDIVAL TOSCANO VARANDAS – João Pessoa/PB
Escritor e
Musicista
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CASAMENTO
DE DONA AMÁLGAMA COM O SENHOR HOLLENBACK
Era um dia quente. O calor aumentava sua
intensidade, tornando o sol três vezes mais potente que o normal; era o tricresol propriamente dito.
Mesmo assim, dona Amálgama estava tranquila. Acordou sorridente, limpou a boca com sensodyne,
gargarejou cepacol na cuspideira,
tomou um belo banho com água de cal,
colocou um pouco de EDTA nos cabelos
para melhor afrouxar os íons,
ajeitou-os com a escova de Robinson
em frente ao espelho bucal, e partiu
para a manicure.
Não se podia dizer o mesmo do senhor Hollenback, nobre inglês de família Liverpooldiana,
acostumado com as coisas certas nas horas certas.
Acordou dando polpa
em seus criados. Estava irritadíssimo por não encontrar seus óculos de
estimação. Chamou seu mais antigo criado Alganol
e disse:
- Procure já meus óculos que eu tenho que ir ao
barbeiro!
Assim foi o dia do casamento de Dona Amálgama com o Senhor Hollenback.
À noite, aos poucos, os convidados iam chegando à
igreja de Nossa Senhora do Cadinho.
Primeiro, entraram os irmãos Dakin e Odakan, acompanhados de suas respectivas
esposas.
Em seguida, Valmicid
e seu marido Dappen e, ocupando os
primeiros lugares do banco da igreja, a família S. S. White.
Às 14 horas em ponto, o senhor Hollenback, com aquela sua tradicional
pontualidade britânica, pôs os pés na igreja.
Todo de negro, usando um modelo de nycron da syntrex, ostentando um enorme kavo na lapela, acompanhado de sua
genitora, caminhou em direção ao altar ao som da marcha nupcial de Degussa. Aos poucos, a impaciência
tomou conta do senhor Hollenback: a
demora da noiva. Olhou nervosamente o relógio, os ponteiros andando, ouvindo-se
somente um som: tic-tac, tic-tac, adaptic-tac...
De repente, eis que, depois de trinta minutos de
espera, todos se levantaram para admirar a entrada de Dona Amálgama. O senhor Hollenback
não acreditava no que estava vendo.
Tirou seus grandes óculos, limpou-os com um lenço,
tornou a colocá-los, aquele óclusão
de estimação para ver se conseguia admirar melhor sua noiva.
Realmente, Dona Amálgama estava linda! Toda de branco
de Espanha, um vestido da última moda, confeccionado pelo famoso
figurinista francês Le Cron, tendo no
pescoço uma reluzente gargantilha de cones
de prata com pontas diamantadas,
segurando em sua mão direita um enorme buquê de cera rosa Wilson.
Emocionada, com sua dentadura apresentando movimentos de báscula, Dona Amálgama
seguiu por aquela passarela anti-abrasiva,
tentando não escorregar, chegou pelo lado distal de seu noivo e o encontrou elegantemente
duro, tal e qual o gesso pedra, e
acoplado ao altar como o pistilo no gral.
Era o primeiro casamento da paróquia que não era
celebrado por um padre. Convidado especialmente da cidade de Godiva, na Itália, o Papa Nicolau ergueu os braços, benzendo os noivos, selando
assim o jeltrate religioso com efeito
civil, conforme ensinam os mandamentos da Santa Madre Igreja.
Marido e mulher, Dona Amálgama e o Senhor Hollenback, partiram em lua de gel com destino à Gutapercha,
cidade da Hungria.
Um elegante apartamento compartilhava o aconchego
dos dois no luxuoso Hotel Dabi,
próximo à estação de Trendelemburg.
Nunca o senhor Hollenback pensara que
tivesse tanto prestige em países
estrangeiros.
A noite era propícia para o amor. E o senhor Hollenback, num gesto de nobre inglês,
orgulhoso de seu anel de cobre, abriu
uma garrafa de soda clorada e ofereceu
à Dona Amálgama numa taça de borracha. Embriagados pelo
amor que os unia, o senhor Hollenback
perguntou à Dona Amálgama se ela kerr compartilhar consigo o leito
nupcial. Como a resposta fora afirmativa, ele a carregou nos braços num ímpeto
de “enfim sós”, e a colocou sobre
aquele colchão de ar, cobrindo-a em
seguida com um lençol de borracha.
E num gesto de afeição e carinho, acariciou o seu bico de Bunsen e, com intenções apicais, hesitou um pouco se devia extrair o nervo de Dona Amálgama, tímido e humildemente, pediu-lhe
que ela tirasse suas pontas de papel
absorventes.
E, quando os corações se confundiam em seus
palpitares, eis que no silêncio daquela noite romântica e calada, ouviu-se um
grito: - AAAAAAiiiiiiii!!!!!!...
Era o grito da Amálgama
dizendo: - Pode vir, querido inglês, que eu já estou pronta para ser
esculpida!!!
EDUARDO
DE SOUZA
Rio Branco/AC
– Honorário - Cine Comentário
O SÉTIMO
SELO - (1957) Det sjunde inseglet
Avaliação
pública do filme: 8.2
Um dos grandes filmes da obra de Ingmar Bergman, foi premiado pelo Júri
Especial do Festival de Cannes, na França em 1957, e foi também selecionado
pelo Vaticano como uma NOTÁVEL, entre 45 outras grandes películas, que
interessaram à Santa Sé.
Talvez porque o filme lida intrinsicamente com religião e morte,
tentando desvendar mistérios inalcançáveis.
Analogias, correspondências e associações, inundam a tela, com os
questionamentos de um cavaleiro que volta das Cruzadas, juntamente com um
escudeiro prático e sarcástico.
Eles encontram sua terra devastada pela peste, e consequentemente,
mortes em larga escala, produzidas pelo flagelo.
No contraponto de tanta tragédia, um casal de atores com uma criança e
sua trupe de teatro e pantomimas, é introduzida na trama, numa, talvez,
representação de renovação da vida em meio à praga epidêmica.
Numa cena clássica e icônica nos anais do Cinema Mundial, a morte “em
pessoa”, aparece e se apresenta ao Cavaleiro, dizendo que sua hora chegou.
Depois de participar de sangrentas batalhas durante as Cruzadas, o
cavaleiro lembra a aparição que ela sempre esteve do seu lado, não daria para
esperar mais um pouco?
Em seguida, desafia a Morte para uma partida de xadrez. Desafio aceito,
mas com a agourenta adversária reafirmando sua perícia no jogo proposto.
Está formada uma das maiores metáforas do cinema. Com o “adiamento”
concedido pela partida de xadrez, o Cavaleiro tenta aproveitar o tempo que lhe
resta, se jogando numa busca delirante para entender o seu objetivo na Terra.
Sua devoção não é suficiente para aplacar a curiosidade e a necessidade
de falar direto com Deus. A inevitabilidade dos fatos é dividida com
personagens conformistas, encontrados ao longo da sua procura, sempre com a
mórbida ironia do seu escudeiro.
Com um roteiro reescrito e modificado 5 vezes, até sua forma final,
Bergman expõe, através do seu trabalho, um Cinema Sueco de alta
respeitabilidade.
IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO
Belo Horizonte/MG
Academia Mineira Feminina de Letras
Presidente Coordenadora da AJEB–MG
{Associação de Jornalistas e
Escritoras do Brasil}
ATRAÇÃO
Somos
caminhantes
Desse
Universo
Em
expansão
Somos
Atraídos
Através
do pensamento
A
níveis e energia
Semelhantes
O
conhecimento nos liberta
E
nos torna pacíficos
A
luz que vinha de você
Misturou-se
a minha luz
Senti
uma vibração interna
Que
me fez levitar
O
prazer que senti
Foi
indescritível
Sem
palavras
O
tempo passou
A
não existir!
JOSÉ ANSELMO CÍCERO DE SÁ - Rio de Janeiro/RJ
Academia de Artes, Ciências e Letras do RJ
Cadeira nº 29 - Patrono: Quintino
Bocaiúva
OS FATOS SOCIAIS NA VISÃO DE DAVID ÉMILE DURKHEIM
David Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal (região de
Lorena/França) no dia 15 de abril de 1858.
Faleceu em Paris, em 15 de novembro de
1917.
Viveu numa família muito religiosa, pois seu
pai era um rabino.
Porém, não seguiu o caminho da família,
optando por uma vida secular.
Desde jovem, foi um opositor da educação
religiosa e defendia o método científico como forma de desenvolvimento do
conhecimento.
Em boa parte dos seus trabalhos, procurou
demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em acontecimentos
sociais.
Aos 21 anos de idade, Durkheim foi estudar
na Escola Normal Superior (École Normale Supérieure) e passou a dedicar-se ao
mundo intelectual. Formou-se, no ano de 1882. Cinco anos após sua formatura,
foi trabalhar na Universidade de Bordeaux como Professor de Pedagogia e Ciência Social. Neste período, começaram
seus estudos sobre Sociologia.
Segundo
Durkheim, existem
fenômenos sociais que devem ser analisados e demonstrados com técnicas
especificamente sociais; a sociedade era algo que estava fora e dentro do homem
ao mesmo tempo, graças ao que se adotava de valores e princípios morais; as
pessoas se educam influenciadas pelos valores da sociedade onde vivem; a
sociedade está estruturada em pilares, que se manifestam através de expressões
(conceito de estrutura); numa sociedade
cada indivíduo deve exercer uma função específica, seguindo direitos e deveres,
em busca da solidariedade social. Desta forma, pode-se chegar ao progresso e
avanço para todos.
As suas
principais obras são: A divisão do trabalho social (1893); As regras do método
sociológico (1895); O suicídio (1897); A moral
(1902); As formas elementares da vida religiosa (1912); Lições de Sociologia
(1912).
Para ÉMILE
DURKHEIM, a sociedade prevalece sobre o indivíduo. A sociedade para ele é
um conjunto de normas de ação, pensamento e sentimento que não existem apenas
nas consciências dos indivíduos, mas que, são construídas exteriormente, isto
é, fora das consciências individuais, podendo-se dizer que na vida em sociedade
o homem defronta com regras de conduta que não foram diretamente criadas por
ele, mas que existem, e são aceitas na vida em sociedade, devendo por isto, ser
seguidas por todos.
Não fossem essas regras, a sociedade não
existiria, e é por isso que todos devem obedecer a elas.
Fonte: Seu livro Tempo de Estudo
Maçônico – Volume 04.
JOSÉ ROBERTO DE MELO - Em Memória
VELHICE CHEGANDO...
Em
março, venceu a validade da minha carteira de motorista. Tirada fazia mais de
60 anos. Durante todo este período não atropelei nem matei.
Por
via das dúvidas, antes do exame no DETRAN, procurei um oculista do plano de
saúde, que me tranquilizou, dizendo que minha vista dava para passar em
qualquer exame. Não precisava nem trocar
os óculos que já tinha usado da última vez examinado para mudar a carteira.
Não
deu muito tempo para ficar alegre, pois, ao sair do médico, resolvi dar uma
volta no Shopping Plaza, onde eu estava, e caí da escada rolante. Uma queda dessas que autor de novela usa para
matar personagem. Num instante, vi o andar do centro de compras se enchendo de
gente, querendo ver o desgraçado deitado no chão, e saber se ainda estava
vivo.
Num
piscar de olhos apareceram os bombeiros para me socorrer, afastando o povo. Fui
por eles tratado muito bem, me colocaram um colar, e deitaram amarrado em uma
padiola. Recomendavam a todo instante que eu não me mexesse. Logo mais eu
estava sendo transportado para um hospital. Todo arranhado, sangrando em vários
lugares e com uma dor terrível no quadril esquerdo.
A
escolha do hospital foi de Ana Maria, minha mulher, que me acompanhava e
assistiu a tudo. Foi para o Memorial São José que fui levado. Uma escolha
infeliz. Atendido por uma médica que parecia ter nojo do paciente, passei
depois 03 horas deitado em uma maca dura, esperando para fazer uma tomografia.
Isso, apesar das reclamações de minha mulher e do meu filho Roberto que,
avisado, tinha ocorrido ao hospital.
Eles
alegavam que o paciente tinha chegado de ambulância, tinha 85 anos e era
diabético. Nada adiantava! Somente
depois, soube que tinha fraturado a clavícula direita que até hoje permanece
fora do local primitivo.
A dor
no quadril, diagnosticada como uma tendinite, me deixou sofrendo um mês. Quando
terminou o remédio controlado, tentei procurar a médica, mas, me informaram que
nem o telefone dela era permitido fornecer. Tive que recorrer a outro
profissional.
Um
mês depois, o quadril deixou de doer e resolvi fazer o exame para revalidação
da carteira de motorista. Fui mandado para uma médica que, de início, expulsou
da sala Ana Maria que me acompanhava.
Fez
um exame rigoroso. Obrigando, entre outras coisas, a exigir que eu, de pé,
manobrasse pedais hipotéticos. Até um dinamômetro, aparelho que mede a força
muscular, apareceu.
Aos
poucos eu sentia que estava caminhando inexoravelmente para a reprovação, não
antes que Ana Maria fosse convocada para assistir.
Logo
o veredito foi anunciado e que eu traduziria assim: Meu olho direito não valia
mais nada e eu era um velho com prazo fora da garantia.
Se desgostasse
da decisão dela recorresse, e ia ver que não adiantava. Foi aí que se
identificou: Era minha ex-aluna de Histologia e Embriologia na Faculdade de
Ciências Médicas (Instituto de Ciências Biológicas), onde eu fui um professor
exigente que tinha feito ela estudar para conseguir passar.
Eu
posso estar enganado, mas me sentia vítima da minha atividade no passado. Sempre achei que ajudava a formar Médico e
Dentista para servir à Sociedade, e não para enfeitar com diploma um indivíduo.
Sempre recebi carinho de ex-alunos onde os encontrava. Sempre eles se
identificam no primeiro contato e que, não raro, se prolongam com um abraço
agradecido e sincero.
Encontrava
agora uma antiga estudante que se vingava. E que não se conformava não ter
alcançado o sonho de riqueza tido, e vivia escrevendo laudos por preço vil, de
motoristas suados, para se sustentar.
Mas
tinha chegada a hora de mostrar a um velho professor que tinha poder, lhe
cassando o direito de dirigir.
Todavia,
vendo por outro ângulo, eu devia estar diante de uma profissional honesta,
ciosa dos seus deveres.
Eu é
que precisava reconhecer que, como dizia o sambista, velhice chegando e eu chegando ao fim...
De seu apreciado blog: http://melo28.blog.uol.com.br Postado em
28.05.13.
LUIZ MANOEL DE FREITAS – Natal/RN
Superintendente Técnico do
Projeto Reviver (Parceiro da SBDE)
DISCURSO
POLÍTICO
Esta é a história real de um político do interior
da Paraíba que, além de analfabeto, não sabia falar em público.
No comício de encerramento da campanha, diante de
suas limitações, contratou um cabo eleitoral para fazer o discurso no lugar
dele.
Eis o discurso: - Os homens se contendem pelas
protuberâncias conexas das excentricidades congêneres da apologética,
solontrando a insipidez patológica das homogeneidades mórbidas farpantes em que
o ostracismo melancólico de um traumatismo espontaneamente uniforme e retilíneo
engavele os insígnes caracóides mentores das obrividências, enviperando
genetrizes macropétalas de um púlcado exaurível e desnalgado, bucarejando
páramos tripétalos de uma lucidez sem nexo.
RESULTADO: Acreditem, o político foi eleito!!!
NELSON RUBENS MENDES LORETTO - Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE - 1º Secretário da SBDE
REALIDADES
Alegria é incentivo ao trabalho.
O sofrimento, porém, é que nos ensina a agir com segurança.
O anseio realizado é uma bênção.
A dificuldade, no entanto, é que nos induz a seguir para diante.
A tranquilidade nos renova as energias.
Entretanto, os problemas é que se nos fazem mananciais de experiência.
O desejo atendido é uma força estimulante.
A insatisfação, no entanto, é que nos suscita a sede de conhecimento.
O sonho afetivo que se concretiza é bendita oportunidade para que se aprenda a
servir.
A renúncia, porém, aceita com humildade, é que fornece a medida do amor. Pense nisso!
Da obra: JOIA
(Pág. 15) – Emmanuel / Chico Xavier
OSMAR
BARONI - Uberaba/MG
A DIVINA
De tempos em
tempos, a música popular brasileira vem revelando grandes cantoras. Hoje estão
na mídia algumas que chegam a monopolizar quase todos os espaços.
Desde a consolidação do samba, nossa música teve a
sua grande fase no período de
Para se ter uma ideia, são dessa abençoada safra as
cantoras: Isaura Garcia, Dalva de Oliveira e Elizeth Cardoso, que estaria
completando 100 anos (1920-1989).
No Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, Elizeth já
cantava em público aos 06 anos de idade e, aos 08, dominava com extrema
facilidade o repertório de Vicente Celestino nas apresentações domésticas que
fazia cobrando "mil réis" da vizinhança para assisti-la.
Ainda jovem, trabalhou como balconista e
cabeleireira, até ser descoberta por Jacob do Bandolim, na festa de seus 16
anos. Foi ele que a levou para um teste na Rádio Guanabara. Aprovada, nunca
mais deixou de cantar profissionalmente.
Sua longa trajetória inclui passagem por muitas
rádios, shows em circos, companhias de revista, cantora de dancing, cruner de
orquestra e participação em filmes.
Mas sua verdadeira vocação era cantar, não antes de
experimentar decepções, como quando gravou seu 1º disco, Braços vazios
(Acir e Edgar Alves), e Mensageiro (Ataulfo Alves/José Batista),
retirado de circulação por defeitos técnicos.
Guerreira, partiu para a 2ª gravação com o
samba-canção de Elano de Paula e Chocolate, que diz assim: Saudade torrente
de paixão / Emoção diferente / Que aniquila a vida da gente / Numa dor que eu não
sei de onde vem...
O disco estourou, e junto com o sucesso veio o
convite para se apresentar no 1º programa de televisão (Rede Tupi). Em seguida,
assinou contrato para apresentar-se em Buenos Aires, Portugal, Japão e numa
turnê pelos Estados Unidos acompanhada pelo fabuloso Zimbo Trio.
Além de seu descobridor, Noel Rosa também lhe disse
ser dona de bonita voz, e ofereceu a ela (ainda desconhecida) o samba inédito Quem
Ri Melhor.
Não acreditando no que ouvia, ela quase perdeu a
voz de tanta emoção. Contudo, já adulta e quase completamente famosa, relutou
para gravar duas músicas de uma nova dupla: Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Somente depois dos argumentos de Cesar Thedim (seu
então namorado), amigo do peito dos compositores, Elizeth gravou o LP Canção
do amor demais, com a faixa Chega de saudade, onde se pode ouvir
pela 1ª vez em disco o violão Bossa Nova, de João Gilberto, gravado em janeiro
de 1958.
A maior parte dos sucessos de Elizeth Cardoso
muitos já conhecem, apenas lembro um em particular, o choro Jamais, que
Jacob do Bandolim (Jacob Pick
Bittencourt) fez para a cantora, que ele idolatrava.
Durante a longa carreira artística, ela foi
intérprete de quase todos os gêneros, porém, sua praia era o samba, que cantava
com extraordinária personalidade, o que lhe rendeu vários apelidos, porém,
nenhum deles se iguala ao criado por Haroldo Costa:
A Divina Elizeth.
FONTE: Jornal de Uberaba, do qual o nosso Confrade foi articulista, e
fazia sempre questão de assinar assim: Titular da Sociedade Brasileira dos
Dentistas Escritores e membro do Fórum dos Articulistas de Uberaba.
THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES - Rio de Janeiro/RJ
Diretor do
Museu Salles Cunha, da ABO/RJ
TESE DE
DOUTORAMENTO
Obs.:
Ortografia da época (1921)
Milanez
dos Santos, Custódio
Da
osteo-myelite necrósica dos maxilares e seu tratamento pelo acido sulfúrico.
These de
Doutoramento: Aprovada com Distinção e Laureada pela Faculdade - Prêmio Manoel
Feliciano, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Apresentada
em 03 de setembro de 1921 e defendida em 17 de dezembro do mesmo ano.
67
páginas, 4 páginas com ilustrações fotográficas.
O autor
era Capitão de Exército e Professor Cathedrático de Escola Livre de Odontologia
do Rio de Janeiro.
A Tese é
dividida em Prefácio, Capítulo I - Etiopatogenia;
Capítulo
II - Anatomia e Physiologia - Pathologica;
Capítulo
III - Symptomatologia, Marcha, Duração e Terminação; Capítulo IV - Diagnostico;
Capítulo
V- Tratamento; Observações e Fotogravuras.
O
tratamento proposto consistia na aplicação da fórmula: Decocto de quina—500,0 - Ácido sulfúrico diluído-4,0 - Essência de h.
pimenta- 05 gotas, em irrigação alveolar
e pelos trajetos fistulosos. Para neutralizar a ação descalcificante sobre os
dentes, usava-se também uma lavagem bucal com solução alcalina.
Dessa
maneira o tratamento das necroses consiste em favorecer pela drenagem e
irrigações antissépticas o escoamento do pus, atendendo-se a mobilização de
sequestro.
Quando
estiver completamente móvel, praticar-se-á a extração.
No dizer
do autor, o ácido sulfúrico diluído é um cáustico inteligente como o azotato de
prata; é por assim dizer, uma cureta química.
Comentários
- A Tese finaliza com observações sobre três casos, exibindo uma série de
fotogravuras estereoscópicas que, para a época deve ter sido um adiantamento
digno de nota. Em uma das contracapas está a relação de professores da
Faculdade de Medicina.
Natural
da Paraíba, o Dr. Custódio nasceu em 09 de novembro de 1879, e formou-se pela
Faculdade, em 1899. Foi um dos fundadores
da Escola Livre de Odontologia do Rio de Janeiro, no princípio do século. Ali
ocupou a Cátedra de Patologia Dentária.
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