ANÍSIO LIMA DA SILVA
Campo Grande/MS
Professor da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul - Aposentado
Mato Grosso do Sul - Aposentado
CONTO:
O CÓRREGO
Correndo
límpido, cristalino sobre as areias brancas, os pedregulhos reluzindo sob suas
águas claras, mansas e despreocupadas, jamais me saiu da lembrança.
Quantas
vezes, menino, brinquei sossegado nas suas águas misteriosas, onde morava a
temida sucuri e os peixes de caudas vermelhas.
Ao deixá-lo para sempre, naquela manhã de sol e fumaça, teria
chorado se tivesse olhado para trás, e minhas lágrimas teriam se misturado às
suas águas claras.
Talvez
não tivesse a consciência de que nunca mais me banharia naquelas águas tépidas
ou brincaria nas suas areias brancas, com o tatu inadvertidamente capturado
numa travessura de criança.
Ah, soubesse eu que jamais voltaria a descansar,
despreocupado, nas sombras dos araticuns, das faveiras, dos pequis e dos angicos,
enquanto observava aquele córrego me contando segredos, no murmurejar da
correnteza!
Mas
nem para trás olhei, apenas o deixei chorando lágrimas cristalinas e murmurando
seu pranto de adeus!
Sei que não mais verei suas águas. Por mais que possa conhecer
as coisas do mundo, nunca mais ouvirei seu sussurro nem verei meu reflexo de
menino no seu espelho de cristal.
Resta-me
apenas a esperança de que o tempo não me leve suas lembranças, como as águas
límpidas se foram, embaladas pelo murmúrio.
ANTÔNIO INÁCIO RIBEIRO
Guarapari/ES
Especialista em Marketing e Gestão.
Honorário – Diretor de Divulgação
O LIVRO DA FELICIDADE
Na sequência do lançamento das obras do mesmo
autor: O Livro da Ajuda; O Livro do Sucesso, O
Livro do Amor e O Livro do Pensar, surgiu este,
que é motivo de desejo da maioria dos seres humanos.
A
Felicidade, embora muito procurada, é pouco estudada, e menos ainda
compreendida, como se fosse algo simplista, tipo tem, tem, não tem, não tem.
Com os 365 pensamentos deste livro será mais fácil entendê-la, conhecê-la e
conquistá-la, que é um direito de quem lê.
Colecionar
pensamentos é uma maneira de, em momentos importantes ou decisivos, ter onde
buscar mais forças e motivação para atingir os seus objetivos e metas. Dias
especiais também merecem pensamentos motivacionais, outra razão para este
formato de um pensamento por dia, divididos por temas no mês.
DEZEMBRO – BRASILEIROS
O bem que fizemos na véspera é o que nos traz a
felicidade pela manhã. Provérbio
01.12 Em
vão procuramos a verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua
fonte dentro de nós.
Marquês
de Maricá (Carioca, 1773 a 1848)
02.12 O
dinheiro não traz felicidade para quem não sabe o que fazer com ele. Machado de
Assis (Carioca, 1839 a 1908)
03.12 Não
perguntes à felicidade quem ela é: abre-lhe a porta para que entre e feche-a
bem, para que não fuja.
Coelho
Neto (Maranhense, 1864 a 1934)
04.12 A felicidade
é a suprema auto realização do ser.
Humberto
Rohden (Catarinense, 1893 a 1981)
05.12 Felicidade
não implica antagonismo com dor. Vivem elas muito bem e frequentes vezes dentro
de mim.
Mário
de Andrade (Paulista, 1893 a 1945)
06.12 Ser
feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade. Carlos Drummond de
Andrade (Mineiro, 1902 a 1987)
07.12 Felicidade
é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente. Érico
Veríssimo (Gaúcho, 1905 a 1975)
08.12 Existe
somente uma idade para se ser feliz. A sua!
Mário
Quintana (Gaúcho, 1906 a 1994)
09.12 O
dinheiro é um instrumento de felicidade.
Raquel
de Queiroz (Cearense, 1910 a 2003)
10.12 A
literatura será sempre uma arma do homem em sua busca de felicidade. Jorge
Amado (Baiano, 1912 a 2001)
11.12 A
felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve, mas
tem a vida breve.
Vinícius
de Moraes (Carioca, 1913 a 1980)
12.12 Felicidade
foi se embora e a saudade no meu peito ainda mora. Lupicínio Rodrigues (Gaúcho,
1914 a 1974)
13.12 A felicidade não aparece para aqueles que choram e
sim para os que a buscam. Clarice Lispector (Pernambucana, 1920 a 1977)
14.12 O
dinheiro não traz a felicidade. Manda buscar.
Millôr
Fernandes (Carioca, 1923 a 2012)
15.12 Que
sua colheita seja abundante para que o sorriso da felicidade e do sucesso
enfeite os teus lábios.
Lauro
Trevisan (Gaúcho, 1934)
16.12 A
felicidade pode demorar a chegar, mas o que importa é que venha para ficar. Luís
Fernando Veríssimo (Gaúcho, 1936)
17.12 Felicidade
é ter o que fazer. Jô Soares (Carioca, 1938)
18.12 Ser
feliz é ter um sorriso nos lábios e paz no coração.
Arnaldo
Jabor (Carioca, 1940)
19.12 A
felicidade morava tão vizinha que, de tolo, até pensei que fosse minha. Chico
Buarque (Carioca, 1944)
20.12 Felicidade,
às vezes, é uma bênção, mas geralmente é uma conquista. Paulo Coelho (Carioca,
1947)
21.12 O
importante é ser feliz! Roberto Shinyaishiki (Paulista, 1952)
22.12 Sem
as ilusões da nossa imaginação, o capital da felicidade humana seria muito
diminuto e limitado. Marquês de Maricá
23.12 Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que
rápida, escondida, fugida ou impossível de durar.
Carlos Drummond de Andrade (Mineiro)
24.12 Faça
o que for necessário para ser feliz. Mário Quintana
25.12 O
sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.
Vinícius
de Morais
26.12 Ser
feliz é uma responsabilidade muito grande.
Clarice
Lispector
27.12 A dor
não presta, felicidade sim. Chico Buarque
28.12 A
felicidade de um não significa a tristeza de outro.
Paulo
Coelho
29.12 Felicidade
é a certeza de viver mais, vivendo melhor.
Antônio
Ribeiro
30.12 Encontrar
a alegria no sorriso dos outros, este é o segredo da felicidade. Autor
Desconhecido.
31.12 Felicidade
é saber aproveitar todos os momentos como se fosse o último. Autor Desconhecido.
DIRCE BERGAMASCO
São José dos Campos/SP
OBS.: Continuamos a série de
Artigos da nossa ilustre Titular, que aborda a vida e a obra do nosso
Patrono, JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER – Tiradentes.
Quando Presidente da ATO - Academia
Tiradentes de Odontologia, ela elaborou um belo opúsculo – Tributo
a Tiradentes - base para o atual trabalho, que teve
o Prefácio do nosso nobre Titular THALES RIBEIRO DE MAGALHÃES, Diretor
do Museu Salles Cunha, da ABO/RJ, que muito a incentivou e auxiliou,
principalmente quanto à preciosa documentação.
Autos
de Devassa (sétimo e último volume)
Transcrição
da Sentença:
Justiça que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim
José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião, alta traição de que se
constitui chefe, e cabeça na Capitania de Minas Geraes, com a mais escandaloza
temeridade contra a Real Soberania e Suprema autoridade da mesma que deus
guarde. Manda que com baraço e pregão
seja levado pelas ruas públicas desta cidade ao lugar da forca, nella morra
morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Villa
Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação te
que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em
iguaes postes pelas estradas de Minas aos lugares mais públicos, principalmente
no da Varginha e Sebolas; que a casa de sua habitação seja arrazada, e salgada,
e no meio de suas ruínas levantado um Padrão em que se conserve para a
posteridade a memória de tão abominável Réu, e delicto, e que ficando infame
para seus filhos, e netos lhe sejam
confiscados seus bens para a Coroa e
Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792. Eu, o Desembargador
Francisco Luís Alvares da Rocha, Escrivão da Commissão que o escrevi.
Sebastião Xavier de Vasconcelos
Couto.
Disse ao morrer: Cumpri
minha palavra! Morro pela Liberdade!
Os ideais, as causas nas
quais acreditava, sobrepunham suas ambições materiais. E por elas se deixou
morrer!
Seus bens foram
confiscados, sua casa destruída, o terreno salgado (para que mais nada ali
crescesse)! Hoje no local existe uma placa.
NESTE LOCAL RESIDIU O
ALFERES JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER - O TIRADENTES _
VILA RICA, EM 09 DE
JUNHO DE 1972.
AQUI SE LEVANTOU O
PADRÃO DE INFÂMIA, ARRASADA E SALGADA A CASA PARA COMPLETA EXECUÇÃO
DA SENTENÇA CONTRA ELE PROFERIDA.
OURO PRETO, 21 DE ABRIL
DE 1972: AO PATRONO CÍVICO DA NAÇÃO BRASILEIRA NO SESQUICENTENÁRIO DA
INDEPENDÊNCIA.
HOMENAGEM DO CONSELHO
REGIONAL DE ODONTOLOGIA DE MINAS GERAIS
Feito em pedaços o corpo
de Tiradentes foi salgado, posto em jacás e voltou à estrada, a fim de ser
exibido nos locais mais importantes, onde divulgara seus ideais de libertação
da Pátria... O primeiro quarto foi colocado num poste, na localidade da Fazenda
Sebollas (Paraíba do Sul), onde
Joaquim José da Silva Xavier pernoitava nas suas idas e vindas ao Rio de
Janeiro; dizia-se que estava ligado por relações amorosas com a viúva,
proprietária da fazenda, a qual comungava de seus ideais de liberdade.
No sítio da Varginha também se expôs outro quarto de Tiradentes: os militares que foram incumbidos da
hedionda tarefa, a cumpriram de conformidade com as ordens dos representantes
da Rainha, sendo que a cabeça devia ser exposta em Vila Rica, fincada num poste
até desaparecer... No local, em Ouro Preto existe um monumento ao MÁRTIR-HERÓI.
No Museu da inconfidência,
em Ouro Preto, repousa os restos mortais dos Inconfidentes, julgados e
condenados ao degredo.
INSERIR FOTO: Panteão
dos Inconfidentes (Museu da Inconfidência – Ouro Preto)
PATRONO CÍVICO DA NAÇÃO
E OUTROS - A lei 4.897 de 09/12/1965 declara Tiradentes O PATRONO CÍVICO DA NAÇÃO.
A resolução do CDN –
ABO, Curitiba em 1962, declara PATRONO DA ODONTOLOGIA BRASILEIRA.
É o Patrono do Exército
Brasileiro e das Polícias Civil e Militar.
Através do Brasil,
inúmeras instituições elegeram seu exemplo e transformaram a sua figura em
Medalha/Comenda, a fim de distinguir cidadãos de mérito comprovado, em
homenagens diversas: a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
(ALERJ); O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo; ABO/SP; a Associação
Brasileira de Odontologia – Rio de Janeiro instituiu a medalha Tiradentes,
comemorativa do bicentenário de sua morte; a ABO/MG; a Associação Odontológica de Ribeirão Preto (SP), entre
outras.
A ALERJ determina que a Medalha
Tiradentes deve ser concedida a personalidades nacionais ou estrangeiras
que, de qualquer forma, tenham prestado serviços ao Estado, ao Brasil ou à
Humanidade.
No ano de 2002,
policiais paulistas, receberam a Comenda, por dedicação ao trabalho,
registrados no jornal Folha de São Paulo, 21 de abril, intitulada Policiais
comemoram o Dia de Tiradentes: Medalhas serão entregues a policiais e a seus
familiares. Parentes de policiais mortos receberão a medalha de ouro. As de
prata vão ser entregues aos policiais militares inativos por causa de ferimentos.
A distinção é para os
bravos, os destemidos, os que arriscam suas vidas em prol de seu próximo, como
voluntariamente o fez o Alferes Joaquim José da Silva Xavier.
FUNDAÇÃO
DA ACADEMIA JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER
Em 24 de setembro de
1992, no ano do Bicentenário da Morte de Tiradentes, o Cirurgião Dentista e
Acadêmico, Alfredo Campos Pimenta, fundou a Academia Joaquim José da Silva
Xavier (Academia Tiradentes de Odontologia) e elegeu o Alferes, Patrono da
mesma. Instituiu a medalha cunhada com o busto de Tiradentes, de uso exclusivo
dos membros Fundadores e Titulares da Academia.
Desde então, anualmente,
novos colegas tomam posse, engrandecendo a Academia e cultuando Tiradentes em
todos os rincões da Pátria.
A finalidade da Academia
Tiradentes de Odontologia, dentre outras, é cultuar a memória do Patrono, a
História da Odontologia, e promover o desenvolvimento científico da profissão,
que no Brasil, nos legou Joaquim José da Silva Xavier.
EDUARDO SOUZA
Rio Branco/AC - Colaborador
Cirurgião Dentista - Natalense - Cinéfilo
A ENCRUZILHADA (1986)
"Crossroads" 7.1
Película altamente simbólica, de uma sensibilidade
ímpar, filme considerado “CULT”, curtido e muito admirado nos meios musicais,
principalmente entre os amantes dos BLUES.
Inspirado numa espécie de lenda, onde um músico vai
até uma encruzilhada, e faz um pacto com entes sobrenaturais, para se tornar um
tocador de Blues, gênero de música americana, mas com raízes africanas, que se
perdem na relação dos tempos.
No saboroso embalo do filme, um jovem músico,
estudante de uma tradicional escola de Nova York, inconformado com o rumo de
sua vida, e com desejos de mudar suas práticas musicais, descobre através de
uma nota de jornal, que um velho e notável Bluesman, tocador de harmônica,
encontra-se internado numa instituição penal, por ter cometido uma agressão.
Pesquisando nos arquivos dos jornais, descobre que
esse detento, décadas atrás, foi um dos parceiros de Robert Johnson, um grande
guitarrista de Blues.
No enunciado da lenda, dizia-se que Johnson,
gravara 29 obras primas do Blues, admiradas por uma legião de fãs, mas que
havia uma trigésima, desconhecida e perdida, e o jovem resolve visitar o velho
da harmônica, na esperança de, quem sabe, resgatar a música número 30. Mas, o
Bluesman da gaita, não confirma sua própria identidade, e ainda se recusa a
receber o jovem desconhecido.
Mesmo após uma exibição do aspirante, em que o
mesmo, dedilha no violão, notas típicas do Blues.
Sua recusa aumenta, quando descobre que o jovem nasceu
numa região do País, sem nenhuma tradição do Blues autêntico, nascido no delta
do Mississipi.
O jovem não desiste, e após idas e vindas, o homem
da harmônica, faz uma ousada proposta ao garoto.
Se ele o tirasse daquela instituição, lhe ensinaria
os caminhos do Blues, nos lugares onde essa deliciosa onda musical foi criada.
Relutante e com medo, o garoto topa a proposta, e
maliciosamente o retira da prisão, iniciando uma pequena odisseia que penetra
na essência do Blues.
Acontecimentos, encontros e desencontros,
performances, e muita estrada, vão moldar o caráter do aspirante, e levar os
espectadores numa prazerosa viagem, onde a magia do Blues navega com maestria e
invade ouvidos e mentes.
FARID ZACHARIAS - Rio de Janeiro/RJ
Academia Brasileira de Belas Artes
Cadeira nº 03
PONHA ARTE EM SUA VIDA
O nosso objetivo é
incentivar a todos, a valorizarem as obras de arte e a compreenderem o que leva
o homem a ter necessidade de expressar os seus sentimentos e suas emoções, num
ato de criação, como dizia Thomas Bodkin: A semelhança com o Criador.
A arte faz parte da
natureza do ser humano e, para a sua satisfação, precisa ser exteriorizada,
pois ela é aceita como linguagem universal. Ela não é dirigida a um grupo de pessoas
ou a uma determinada época, mas, destinada a toda a humanidade.
A esse respeito, o
grande Leonardo da Vinci disse certa vez: Escrevam o nome de Deus e, ponham-LHE na frente a
Sua imagem. Verão então qual se deve venerar mais.
Sobre a obra de arte,
escrevi no livro De Boca Aberta, na página 89: Oh, mes yeux fortunes, tout ce que vous vites,
tout ce que vous avez rencontré, était beau. Goethe (Faust).
Afortunado aquele que
sabe apreciar uma obra de arte, seja de pintura, de escultura, de música ou de
dança.
Quando se diz
afortunado, diz-se da riqueza espiritual de quem é dotado daquela qualidade
chamada sensibilidade, a faculdade de sentir, de se emocionar, que não se herda
nem se compra, é inata.
Já dizia muito bem
Camões:
Quem não
sabe a arte não n’a estima.
Para os que têm
sensibilidade, nada é mais importante do que o belo sob as formas mais
variadas, pois a própria vida se torna mais valorizada, mais sublime e mais
feliz.
Mesmo entre os
negociantes de obras de arte, acostumados à compra e venda, há ocasiões em que
se negam a se desfazerem de determinadas peças, adquiridas, às vezes, com
dificuldades imensas, para que possam apreciá-las, ou, numa linguagem bem atual
curti-las.
Já se disse, e com
razão, que muitos fazem fortunas, raros os que têm inteligência e tempo para
gozá-las. Pode-se apreciar uma obra de arte com prazer e emoção, quer seja
nacional ou estrangeira, pois a arte é intemporal, não depende de tempo nem de lugar.
Sobre isso, disse
Goethe: Não existe arte patriótica, nem ciência patriótica. Ambas, pertencem,
como tudo que é excelso, ao mundo inteiro.
Se ver é uma dádiva,
saber ver, ou ver bem, é mais que isso, pois está restrito a poucos.
É como dizia José
Américo:
Ver bem,
não é ver tudo; é ver o que os outros não veem.
Por tudo isso, dizemos
que são afortunados os que lidam com obras de arte, e que não sabem viver sem
elas. Para esses, a vida é mais emocionante e feliz.
Respeitando e admirando
a arte podem esses humildes servos das musas, penetrar no paraíso elevado desse
mundo encantado.
Tudo isso foi dito para
salientar a arte como necessidade, para tornar a sua vida mais sublime, mais
bela, mais feliz.
Portanto, PONHA ARTE EM SUA VIDA!
IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO
Belo
Horizonte/MG
Academia Feminina Mineira de Letras
Presidente-Coordenadora da AJEB/MG
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil
HOMEM
Onde sua esperança,
Onde seu ódio,
Onde seu céu...
Onde ficas, arriscas?
Porque ficas pensando
alto...
Querendo ser...
Ser mente, semente e mente...
Ser gente e sente...
Pensando ser o que é...
Desejando ser o que
pensas...
Rejeitando ser o que
pensam...
Só sozinho te
encontras, superas...
Desejando ser, serás...
Querendo ver, verás...
Querendo ser, ver e
fazer...
A vida assim como é ...
Parecerá ser paraíso...
JOSÉ ANSELMO CÍCERO DE SÁ
Rio de Janeiro/RJ
Academia de Artes, Ciências e Letras do RJ
Cadeira nº 29 - Patrono: Quintino Bocaiúva
O
DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS
O fator primordial na vivência Espírita é o
desprendimento dos bens terrenos, ou seja, a priorização da vida espiritual
sobre a vida material. Conta-se que um viajante em tempos remotos, procurou
pouso na casa de um Monge, que humildemente o recebeu. Ao adentrar a casa do
Monge, o andarilho reparou na ausência de móveis e perguntou: - Monge, onde
estão teus móveis? Ao que o Monge respondeu – Onde estão os teus? – Ora,
obviamente não estão aqui, pois estou só de passagem – retruca o viajante.
- Eu também, disse-lhe o Monge.
Sabiamente,
o Monge nos classifica como viajantes no planeta Terra. Ao refletir nesta
pequena história podemos observar a contribuição da doutrina espírita, que nos
incita novo olhar diante da vida, convidando-nos a uma reavaliação total de
nossas prioridades. O que é prioridade nossa hoje? Trocar o carro por um mais
novo ou transportar o necessário? Vender e gerar riqueza ou atender com o que
temos aos que nos buscam? Cantar para fazer sucesso ou cantar para harmonizar
corações? Enfim, acumular riquezas materiais ou dispensar o que temos em fazer
de nós mesmos e dos outros a caminho da regeneração?
Por
mais que variem os cultos sobre o que existe além da morte, todos concordam,
racionalmente, que os bens materiais não nos acompanharão. A caminho da
regeneração, a união entre espíritos é a única possibilidade, e o apego às
posses é o maior entrave. Tal como descartamos as frutas podres de uma árvore,
podemos fazer com o apego aos bens terrenos e demais entraves. No entanto, cabe
maior reflexão a fim de alcançar a raiz defeituosa, podá-la e plantar sementes
saudáveis. Explico: Tanto a avareza quanto a prodigalidade são dois extremos
frutos do egoísmo, a raiz regada por nossa invigilância. A nova árvore que deve
ocupar seu lugar é a caridade.
Se
considerarmos que todos os bens não passam de um empréstimo de Deus, basta
fazermos a comparação: quando temos uma dívida com quem quer que seja fazemos
questão de restituir-lhe e, muitas vezes, acrescentamos algo mais como
agradecimento pelo auxílio prestado em momento anterior. E quanto ao empréstimo
divino que são todas as coisas? E o algo mais que podemos trazer? Cabe a cada
um de nós a reflexão. A consciência sabe o que fala a cada um.
A
Riqueza e a Pobreza são duas provas distintas. O Evangelho diz que o rico deve
“dar sem ostentação para que o pobre receba sem
humilhação” e intitula-nos como dispensadores inteligentes dos recursos
ao nosso redor. Nesta tarefa, podemos dar o peixe ou ensinar a pescar, esta é a
velha analogia. A doutrina espírita incentiva a dar o peixe enquanto ensina a
pescar caso contrário o pescador iniciante morrerá da fome antes mesmo de
aprender a pescar. “Faça o que eu fiz” é expressão de orgulho, dito da boca do
rico que se considera superior aos que lhe querem seguir o exemplo.
Nosso
juiz está dentro de nós: o conhecemos por consciência. Para burlarmos nosso
próprio sistema interno, geralmente criamos disfarces para o apego aos bens
terrenos: Chamamos de economia e previdência o que na verdade é cupidez,
avareza, sovinice ou mesquinhez; Tomamos por generosidade o que não passa de
negligência, esbanjamento, indiferença e prodigalidade. O Evangelho nos diz que
abdicar do que possuímos é mendicância voluntária que gera peso social,
egoísmo, pois isentamo-nos da responsabilidade da fortuna e renúncia ao bem que
se pode fazer.
Cabe
diferenciar desprendimento de desleixo. O primeiro significa não estar preso
aos bens materiais e o outro seria deixar de cuidar dos bens que lhe foram
emprestados.
O
que há em comum entre possuir e não possuir, quando os bens materiais são nosso
motivador principal da vida? Se os possuímos, esbanjamos obrigando o
reconhecimento ao nosso orgulho. Se não, somos revoltados e temos inveja de
quem possui. Nas duas situações somos infelizes.
Até
os céticos devem concordar que o homem sofre muito mais pelo supérfluo que pelo
necessário. Se não temos expectativas do supérfluo, qualquer extra à
necessidade primeira nos é motivo de alegria.
Em nosso planeta de provas e expiações, por meio da riqueza ou da
pobreza, o espírito pode provar sua virtude. No planeta de regeneração o
espírito virtuoso acata a riqueza ou a pobreza para corrigir em si mesmo suas
faltas pendentes.
Concluindo,
destacamos do item 15, Capítulo XVI, do Evangelho Segundo o Espiritismo, a
seguinte pergunta formulada a São Luiz,
sobre a Transmissão de Riquezas: “O princípio segundo o qual o homem é
apenas o depositário da fortuna que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira
dele o direito de transmiti-la aos seus dependentes? – ao que São Luiz respondeu:
“O homem pode perfeitamente transmitir por sua morte aquilo de que gozou
durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade
de Deus, que pode quanto quiser impedir que aqueles descendentes gozem do que
lhes foi transmitido”. Não é outra razão porque desmoronam fortunas que parecem
solidamente constituídas. É, pois, impotente a vontade do homem para conservar
nas mãos da sua descendência, a fortuna que possua. Isso, entretanto, não o
priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que
Deus pode retirá-lo, quando julgue oportuno.
Sem
qualquer sombra de dúvida, o Desprendimento dos Bens Terrenos é uma necessidade
lógica. É verdade que ninguém precisa desprezar os bens que conquistou com o
próprio esforço, pois estes constituem legítima propriedade. No entanto, é
preciso reinar o desprendimento desses bens que um dia ficará sob o pó da
terra. Além disso, há uma grande diferença entre possuir bens materiais e se
deixar possuir por eles. Conforme confirmou o grande filósofo Diógenes: “O
tesouro do sábio é a sua mente, e o do tolo, são seus bens”. Sim, porque o
verdadeiro tesouro é aquele que podemos levar conosco para onde formos
inclusive à viagem de volta ao mundo espiritual.
Assim, os bens materiais e todos os recursos que estão
em nossas mãos sob nossa administração temporária, devem servir para fomentar o
nosso progresso, e também o daqueles que convivem conosco, parentes ou não.
LUIZ MANOEL DE FREITAS
Natal/RN
Idealizador / Superintendente Técnico do
PROJETO REVIVER (Parceiro)
É SUA
CHANCE…
Hoje bateu uma tristeza medonha,
Por diversas e tamanhas considerações.
Sentir-me culpado me trouxe vergonha,
O que ouvi de você foi mais que sermão.
Daqueles que ouvia na missa, lá atrás, bem
distante,
Naquele instante, a Deus, pedia perdão,
O que faço agora estendendo a mão
À palmatória, pois vejo que você tem razão.
Errei com os mais amados dos meus entes queridos,
Por tê-los ferido, e não agir com a razão,
Deixei-me ir na força do impulso,
Sem pensar em futuro, viva emoção.
Que culpa carrego no meu coração,
Que erro medonho cometi no passado,
Logo eu, que nunca aceitei ser vítima ou culpado,
Agi com amor, mas me faltou a noção.
Que o bem que fazia seria um mal,
Apesar de espontâneo sem qualquer pretensão,
Pensando ser bom tornei-me em mau,
Parece até que vivi de ilusão.
Doeu, mas entendo, e peço desculpas,
Assumo a culpa e peço perdão.
Só sinto não ter mais tempo na vida,
Para curar a ferida do seu coração.
Não tenha remorso por ter revelado.
Esqueça o passado e trace seu chão,
Concluir e dizer: o que fiz foi errado,
É sua chance… não erre mais não!
NELSON RUBENS MENDES LORETTO
Gravatá/PE
Professor Adjunto da FOP-UPE
1º Secretário da SBDE
1º Secretário da SBDE
AJUDANDO
Você nem sempre terá o que deseja,
mas enquanto estiver ajudando aos outros encontrará os recursos de que precise.
Não se marginalize. Trabalhe.
Não reclame. Desculpe.
Não se lastime. Avance.
Não complique. Simplifique.
Cada qual de nós, seja onde for, está
sempre construindo a vida que deseja. Pense nisso!
Obra: Agenda de Luz (cap. 5)
Autor espiritual: André Luiz - Médium: Francisco Cândido Xavier
PLACIDINO GUERRIERI BRIGAGÃO
Rio de Janeiro/RJ
Acadêmico Emérito da
Academia Brasileira de Medicina Militar
Academia Brasileira de Medicina Militar
AS
ELITES DO SÉCULO XXI E A EDUCAÇÃO
Não vamos nos valer da linguagem suméria de prever o futuro
o que significaria conhecer o Destino e determinar a Sorte.
Ao longo da história, o homem se solidariza ao
direito inalienável à vida, enfatizando nela a liberdade, a prosperidade e a
felicidade. Assim sendo, podemos
raciocinar livremente sobre o significado da palavra elite e o que realmente
representa na sociedade.
Não significa um grupo privilegiado que só procura
lucro e poder. Este grupo pertence a oligarcas, bando, quadrilha, casta e o que
mais seja.
Dicionário:
Elite: o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em
um grupo social. Minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo
social. O que há de melhor.
Verdadeiramente, o prestígio de um país no cenário
nacional e, mormente internacional, baseia-se na sua elite da inteligência, das
artes, da literatura, do nível da política, da criatividade industrial e
comercial. Enfim, do elevado patamar de todas as profissões.
O progresso assombroso da época em que vivemos,
notadamente nos campos científico e tecnológico, reporta-nos a uma elite de
pensadores dotados de qualidades excepcionais que colocam suas nações em
destaque, pelo surgimento de invenções úteis em todos os campos que beneficiam
a sociedade e mudam mesmo seu "modus vivendi".
A importância dessas elites crescerá na vivência do
Século XXI, o que determinará a importância do País, independentemente da
extensão do seu território, número de habitantes, até de seus recursos
naturais, mas, sim na criação de produtos para a agricultura, medicina, nela
incluída a Odontologia, que aumentarão a longevidade e conforto de vida.
Também, no sistema de comunicação mais perfeito e
rápido, o profundo conhecimento das funções do cérebro, a fecundidade, a beleza
das mulheres.
Estende-se, também, ao setor militar em suas Três
Forças, e em outros campos da atividade humana.
Já se pode perceber a superioridade de países que
cuidaram do desenvolvimento de suas elites científicas e dos escritores.
Essa espantosa evolução que é auspiciosa, repousa na
EDUCAÇÃO planejada, continuada e protegida.
Logicamente, nos dedicados e competentes Professores,
que no Brasil devem merecer apoio e incentivo em todos os sentidos o que, em
países mais desenvolvidos é cuidado como prioridade e inteligência
governamental.
Baseados nestes argumentos, enfatizamos que a
educação é a impulsionadora do desenvolvimento. Sua atuação é coletiva e
constrói o futuro do indivíduo.
O saudoso educador Paulo Freire afirmava que é o
caminho garantido para que a sociedade se aprimore e se transforme.
O estudo abre oportunidades para melhor e mais
confortável conquista do trabalho desejado. É bom afirmar que a educação influi
no maior conforto para a família e, por decorrência, à melhora das condições econômicas do País,
pois o consumo aumenta com maior poder aquisitivo que, em decorrência, provoca
a independência do uso das benesses discutíveis das políticas sociais.
A educação aumenta a possibilidade de atividades
produtivas, promovendo a igualdade social. Tal situação só é alcançada com a
qualidade do ensino, fator desejável ao sistema educativo vigente de modo
geral, com ênfase ao domínio correto do idioma pátrio, salientando o
conhecimento do valor da liberdade - princípio fundamental para o exercício da
cidadania.
O Século XXI, afirmamos, verá crescer nações
dedicadas ao cuidado do ensino em seus diversos níveis - para que os estudantes
do presente se tornem, amanhã, os gênios que mudarão a vida e a importância de
suas Nações.
É nosso desejo que o Brasil esteja incluso neste contexto.
Cremos que sim: Estará!
THALES RIBEIRO DE
MAGALHÃES
Rio de Janeiro
Diretor do Museu
Odontológico Salles Cunha,
da ABO/RJ.
TEXTO DE PERSONALIDADE - AUGUSTO
NUNES
Não
se tira o sapato antes de se chegar ao rio, dizia Tancredo Neves. Ele sabia que
a política costuma ser cruel com os afoitos.
Mas
ninguém chega ao Rubicão para pescar, avisava o mesmo Tancredo, invocando o rio
que os invasores de Roma deveriam cruzar antes de tentar conquista-la.
Ele
também sabia que a política costuma ser cruel com os hesitantes.
Essas
duas frases balizaram as margens do rio, através do qual navegaria, durante
mais de cinquenta anos, a carreira política do mineiro Tancredo Neves.
Ele
nunca tirou os sapatos antes da hora. Mas, tampouco, hesitou quando chegado o
momento de cruzar o Rubicão.
Ref.: Livro
comemorativo - Tancredo, 1988, pág. 7
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