quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DESRESPEITO, DESCASO E OMISSÃO *

Quem trafega pela BR 262, em direção ao Pantanal Sulmatogrossense, frequentemente depara-se com uma situação inusitada: o transito de boiadas pela rodovia, colocando em risco a segurança dos motoristas.

Conduzidas por peões sem a menor preocupação ou preparo com a segurança das pessoas e dos veículos, e a mando de pecuaristas, administradores e capatazes da região, seguem impunemente, sem ser importunados pelas autoridades que deveriam coibir tal desrespeito às leis elementares de tráfego nas rodovias do País.

Além do perigo de acidentes graves, o tráfego de centenas de animais que compõem as boiadas danifica o asfalto, já precário devido às condições do solo. O trecho da BR 262, entre Aquidauana e Corumbá está sendo restaurado. As obras sequer terminaram e a cobertura asfáltica já se apresenta totalmente esburacada em vários locais, notadamente desde antes da localidade chamada Passo do Lontra até cerca de 20 km próximo da ponte sobre o Rio Paraguai.

Às chuvas constantes que se abateram sobre a região nos últimos dias, somam-se as condições desfavoráveis do solo, e o tráfego de animais pela pista só piora as coisas. O resultado não poderia ser outro: antes do término das obras, a rodovia corre o risco de ser tornar intransitável. Em precárias condições ela já está!

Ao viajarmos pelo Pantanal através da rodovia BR 262, raramente vimos qualquer atuação policial. Boiadas, no entanto, vemos muitas. Nenhuma ação para coibir abusos como o tráfego de animais domésticos pela pista, colocando em risco os usuários de veículos e os próprios peões.

Esses parecem não se dar conta da irresponsabilidade que cometem contra si, contra outras pessoas e contra o patrimônio público. Afrontam a lei, sem o menor constrangimento, sem serem importunados por nenhum policial, ou por qualquer outra autoridade. Solenemente impunes, alegam que a estrada boiadeira fica intransitável pela água! Não é justificativa! Muitos caminhões trafegam pela rodovia, transportando de forma legal e muito mais segura, os animais que precisam ser retirados do Pantanal, pelo regime impiedoso das cheias.

É o nosso dinheiro e a nossa segurança indo direto para a lama – ou melhor, para o pântano!

* Anísio Lima da Silva é pós-graduado em Planejamento Estratégico pela UCDB e vice-delegado da ADESG em Mato Grosso do Sul e 2º Secretário da SBDE. Artigo publicado no Jornal Folha do Povo, de Campo Grande/MS.

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